Eurodeputado a dançar com Mujahedines em vídeo polémico

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Eurodeputado a dançar com Mujahedines em vídeo polémico
« em: Janeiro 20, 2007, 06:35:18 pm »
Até fiquei um bocado surpreendido por não ter visto a criação de um tópico para esta polémica, afinal de contas, todos gostamos de polémicas. Só espero que esteja a colocar no fórum certo, visto que isto até tem a ver com política e as relações entre Portugal e o resto do mundo.

Citação de: "SIC Online"
Paulo Casaca em vídeo polémico
(20-01-2007 11:30)

Um vídeo colocado no YouTube mostra o eurodeputado Paulo Casaca a dançar com membros de uma organização classificada como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

As imagens são de Janeiro, altura em que Paulo Casaca esteve de visita ao Iraque e reuniu com elementos da resistência iraniana.

Em declarações ao semanário Expresso, o eurodeputado português explica que as imagens que o mostram com membros do movimento Mujahedin do Povo, um grupo fundamentalista opositor do regime iraniano, foram colocadas nos media por responsáveis do regime de Teerão.

Paulo Casaca diz ainda ao Expresso que o Tribunal de Justiça da União Europeia retirou o grupo da lista de organizações terroristas. Mas de acordo com o semanário, o Conselho de Ministros europeu garante que o grupo não saiu nem vai sair da lista.

fonte: http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20070120+Paulo+Casaca+apanhado+em+video+polemico.htm

Citação de: "Correio da Manhã"
Eurodeputado diverte-se com Mujahedines
(2007-01-20 - 15:23:00)

Um vídeo colocado no ‘site’ Youtube mostra o eurodeputado português Paulo Casaca numa festa de uma organização alegamente terrorista, o grupo Mujahedin do Povo, durante uma visita ao Iraque com o objectivo de lançar a plataforma ‘Iraque com um Futuro’.

O vídeo divulgado, intitulado ‘Paulo Casaca dançando com terroristas’ (‘Paulo Casaca, Dancing With Terrorists’, no original), mostra o eurodeputado socialista a dançar com membros de um grupo que consta da lista de organizações terroristas da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos da América (EUA).

Segundo a edição deste sábado do semanário ‘Expresso’, Paulo Casaca confirma ter participado, entre 4 e 8 de Janeiro, em reuniões bilaterais em elementos da resistência iraniana, no Campo Ashrad, como dirigente da Associação Amigos do Irão.

O eurodeputado revela não se sentir incomodado com as suas imagens a circular na Internet, mas defende que “o Tribunal de Justiça da União Europeia retirou o grupo da lista de organizações terroristas”, razão pela qual escreveu ao popular 'site' para que alterem o título do vídeo.

No entanto, de acordo com uma fonte do Conselho de Ministros da UE, o grupo Mujahedin do Povo “não saiu, nem vai ser retirado” da lista.

Em declarações à rádio TSF,ao princípio da tarde, Paulo Casaca confessou ter receio pela sua vida, revelando que pediu ao ‘site’ de vídeos que retirasse as suas imagens da Internet.

O eurodeputado afirmou ainda considerar que houve um abuso da divulgação das imagens desde que teve no Iraque, no princípio do mês, reiterando que a organização Mujahedin do Povo não é um grupo terrorista.

fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=228226&idselect=10&idCanal=10&p=200


O vídeo referido: http://www.youtube.com/watch?v=aPQ0zlJyu98.

Com isto tudo fiquei foi mais preocupado com o facto dos nossos políticos não saberem dançar direito. Visto que a dança até é importante na cultura de muitos países, e que no futuro poderá ser preciso que dancem em eventos importantes.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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N: «Eurodeputado fala de campanha do Governo do Irão»
« Responder #1 em: Janeiro 21, 2007, 01:42:50 am »
Citação de: "SIC Online"
Eurodeputado fala de campanha do Governo do Irão
(20-01-2007 21:06)

Paulo Casaca considera que está a ser alvo de uma campanha do governo do Irão. Um vídeo colocado no You Tube mostra o eurodeputado com elementos dos mujahedine do povo, com o título "Casaca dançando com terroristas". A União Europeia retirou os mujahedine do povo da lista de terroristas, mas Teerão não reconhece o movimento como uma força política de oposição.

A luta dos mujahedines do povo é pela democracia. Os argumentos são expostos com a lógica das armas. Mas nunca a força da organização ultrapassou as fronteiras iranianas.

A União Europeia distingue o braço político do armado e reconheceu à organização legitimidade como oposição política iraniana em Dezembro passado. Uma decisão do tribunal de justiça com diferentes interpretações na Europa e em Teerão.

O eurodeputado alemão que esteve com Paulo Casaca este mês no campo de Ashara, acredita que o eurodeputado português corre risco de vida se regressar ao Iraque, o país escolhido para base dos mujahedines do povo.

fonte: http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20070120+Eurodeputado+fala+de+campanha+do+Governo+do+Irao.htm


Realmente, há que notar que foi um iraniano que colocou o vídeo no YouTube.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Luso

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« Responder #2 em: Janeiro 21, 2007, 12:35:53 pm »
E entretanto surge na SIC, uma reportagem sobre estes alegados terroristas.
O sentido de oportunidade da SIC é surpreendente. Ou esta reportagem também já estava programada?
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #3 em: Janeiro 21, 2007, 06:24:15 pm »
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/

Citar
A estupidez é fácil

A divulgação do vídeo onde Paulo Casaca, e outros Deputados Europeus, “dançam”  com Mujahedins do Povo Iraniano é feita com um propósito: dizer que Casaca baila com os terroristas. Para alem de falsa, a acusação revela má-fé e estupidez. Coisas que costumam andar associadas.
Paulo Casaca é, reconhecidamente, um dos apoiantes da resistência iraniana. Nunca fez disso segredo, muito pelo contrário. No entanto sempre que tenta divulgar as actividades dessa gente, esbarra com uma espécie de silêncio. Foi o que aconteceu, no ano passado, quando organizou um encontro em Lisboa, que passou com reduzida divulgação. No entanto, volta meia estes factos do domínio público são divulgados como se de algo suspeito se tratasse. O que é notório é contado com requintes de sordidez, e um facto público transforma-se numa actividade suspeita que alguma alma anónima “revela”. Há dois anos e meio, quando foi ao mesmo campo de Ashraf, Casaca escreveu sobre isso no Wall Street Journal. Mais público parece-me difícil. A única diferença, agora, é que desta vez há um vídeo que o mostra a “dançar” com quem já se sabia que “dançava”. Quanto a novidade e descoberta, estamos conversados. Mas há mais a dizer. Quem são os Mujahedins do Povo? Há uns meses, na Atlântico, publiquei uma entrevista a Maryam Rajavi, a sua líder e escrevi isto:

“Maryam Rajavi e a resistência iraniana
A biografia oficial conta que Maryam Rajavi nasceu em 1953, formou-se em engenharia metalúrgica em Teerão e desde cedo participou nos movimentos de contestação ao regime do Xá, que matou uma das suas irmãs. Conta ainda que depois da Revolução de 1979, que depôs o Xá, Maryam Rajavi tornou-se numa figura destacada do PMOI (People's Mujahedins Organizations of Iran) entrou em eleições contra o regime de Khomeini - que torturou até à morte outra das suas irmãs - e participou nas manifestações de 20 de Junho de 1981, contra o governo fundamentalista. Em 1982 fugiu para França, onde viria a ser eleita líder do PMOI sete anos depois. Afirma ainda a biografia oficial que o NCRI (National Council of Resistance of Iran) a elegeu, em 1993, futura presidente do Irão para o período de transição - quando ele acontecer.
Mas a história desta mulher de improváveis olhos azuis, sorriso fácil, gestos suaves, com a cabeça sempre coberta por um lenço elegante é um pouco mais complexa. Para começar, falta contar que é a mulher, ou mais provavelmente a viúva, de Massoud Rajavi, durante muitos anos o dirigente máximo dos mujahedins e à volta de quem o movimento terá organizado uma quase culto da personalidade. Tanto que o seu paradeiro é desconhecido, supondo-se que na verdade esteja morto. De resto, todo o percurso dos Mujahedins, a principal força do NCRI é bastante confuso. No tempo do Xá foram acusados pelo regime de ser islamo-marxistas, apesar da quase impossibilidade lógica dos termos. Khomeini nunca terá querido a sua companhia, procurou a sua destruição por formas violentas e acusava-os de estarem ao serviço dos americanos, que por sua vez suspeitariam das suas eventuais ligações à China. Mas se assim era ou não é difícil provar. Certo é que foram aliados do Iraque de Saddam na guerra contra o Irão. Em 1997, depois da eleição do suposto moderado Katami, a administração Clinton colocou o grupo na lista de terroristas. O mesmo que a União Europeia viria a fazer, em 2002, durante a presidência espanhola. Não há, no entanto, notícia de qualquer acção armada do grupo nesse período.
Em Junho de 2006 as autoridades francesas fizeram um raid ao quartel-general do NCRI, em Auvers-sur-Oise, um subúrbio de Paris. Foi então aberto um processo judicial na sequência do qual a líder do movimento foi impedida de viajar para fora de França. Dia 16 de Junho, três anos passados sobre a espectacular intervenção policial, um tribunal de recurso revogou essa decisão. Maryam é agora a líder livre de um movimento cuja primeira luta é a sua remoção das listas de organizações terroristas estabelecidas pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América.”

Entretanto o Tribunal de Justiça das Comunidades já recusou esta inclusão na lista de terroristas.
Paulo Casaca, tal como outros deputados europeus, mais da direita do que da esquerda, é, nesta matéria, um político com coragem que defende, às claras, aquilo em que acredita. A sacanice de que é alvo tem razões óbvias. A estupidez é fácil, mas não é necessária.

* Declaração de interesses: entrevistei Rajavi para a Atlântico, não trabalho com Casaca, nunca falei com o deputado do PS (para além do banal Boa Tarde), sou amigo da sua assistente.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...