Saudações guerreiras
Não é a democracia, como princípio que condeno. Apenas a "democracia de Abril", corrupta e mentirosa.
O que é que o 25 de Abril de 1974 tem que ver para o caso? Não desculpabilizando todas as medidas negativas e ataques àquilo que erradamente se consideravam – e infelizmente se consideram ainda como maus costumes/tradições/influências seculares, como por exemplo o catolicismo - como meio para moldar a sociedade a uma nova ordem, o regime em si teve todas as culpas devido á sua natureza repressiva e castradora a todos os níveis.
Se me perguntar se concordo com tudo o que foi feito pós-25 de Abril, é evidente que não! Não querendo de maneira nenhuma desculpabilizar os erros e todos os excessos cometidos pela nova ordem, o regime anterior teve toda a influência nisso tudo, porque não havia ninguém para dizer como era! Ninguém estava habituado a viver em liberdade, logo os excessos que se cometeram seriam aqueles que qualquer sociedade igual ou parecida á nossa cometeria em qualquer circunstância! Lembremo-nos que, lá por existir uma monarquia constitucional a partir da revolução liberal no sé. XIX, nunca tivemos um período de aprendizagem em plena (á falta de termo apropriado) democracia! Aquilo que havia era uma espécie de, e não uma “qualquer coisa” como temos hoje.
Se o alimento está para o estômago, assim está a instrução para o intelecto a reflexão para o sentido crítico etc etc etc. Se em Portugal não se podia dizer que faltava o pão generalizadamente, salvo em períodos específicos, como por exemplo as grandes guerras, o que faltava era aquilo que ainda hoje não se dá muita atenção, salvo quando alguém de fora se lembra de criticar Portugal e os idiotas que nos têm governado, dois ou três dias depois não resistirem á propagandice ao afirmarem que é desta e é de vez, ou seja: o ensino! Mais do que isso, e dado que já não estamos propriamente na idade da pedra – curiosamente penso que será justo que foi a partir do 25 de Abril de 1974 com o acesso livre
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GERAL para
100% da população portuguesa -, ou seja, na minha perspectiva, o que falta é o aperfeiçoamento do que temos!
Há é que saber viver na e com a sociedade que temos! Não quero dizer com isto que tenhamos que aceitar as coisas como elas são, quando temos consciência que não estão bem, mas também pensar que nem tudo é legitimo numa mudança, tal como o Luso critica na mudança que houve com o 25 de Abril! A “política” tem que ser outra e não exactamente aquilo que, de uma maneira geral também acaba por preconizar – e que é o seu mal -, ou seja, politizar, quando se reparar, hoje em dia, o conceito de democracia é mais vasto e é, e terá que ser sempre, um antónimo de manipulação. No fundo aquilo que queremos é a descoberta da verdade!
A parolice da censura é isso mesmo, julgar que se impede os outros de pensar.
Vai-me desculpar, mas a censura não se restringia somente ao lápis azul! Decerto que já ouviu falar em presos políticos. Não será isso, uma forma de condicionar o pensamento?
No dia em que se sentir perseguido vai de certeza mudar de opinião também!
Agora pensa-se e fala-se (com cuidado) e adianta o quê?
Muito cuidado, Luso! No mínimo esquece-se que por afrontar em público a ordem estabelecida numa ditadura qualquer iria para á prisão, quando não morto!
É sobretudo esta incongruência que me irrita nalguns dos que conheço pessoalmente e votaram em Salazar.
É a teoria do relativismo, que é muito engraçada. Criticam e até, pelos vistos, para meu espanto, determinados grupos delinquentes legalmente organizados e disfarçados de partido político, podem subtilmente fazer passar a sua
mensagem de ódio com a complacência total das autoridades, só porque legalmente se achou que em nada feria as leis neste país, só porque a liberdade é exclusivo de todos e não só de alguns. Sim, legalmente até posso concordar que sim, mesmo o mais vil criminoso tem direitos, mas somente enquanto ser humano. Moralmente aí não tenho a menor dúvida que não!
Cumprimentos