Vila de Rei: Alguns já regressaram ao país de origem

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antoninho

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Vila de Rei: Alguns já regressaram ao país de origem
« em: Setembro 25, 2006, 02:33:26 pm »
Vila de Rei: Alguns já regressaram ao país de origem
Brasileiros com dificuldade para sobreviver no Interior


Atravessaram o Atlântico sonhando com uma vida desafogada mas depararam-se com uma realidade bem diferente. Os 14 imigrantes brasileiros que vieram para Vila de Rei ao abrigo de um acordo entre a autarquia local e a prefeitura de Maringá, no Brasil, estão a passar dificuldades para sobreviver porque “os ordenados não chegam para as despesas”.

   
   
Das quatro famílias que se estabeleceram em São João do Peso, apenas uma continua na aldeia. As outras mudaram-se para a sede do concelho e para a Sertã – e uma acabou por regressar ao Brasil por não se ter adaptado à região.

“Quem pensar que vem para Portugal para enriquecer está muito enganado. Aqui tem-se melhor qualidade de vida e mais segurança mas, por agora, vivemos com dificuldades”, desabafou ontem ao CM Cecília Fraga, de 42 anos, que mora com os dois filhos em Vila de Rei. “Encontrei aqui uma casa e estou mais perto da escola onde estudam os meus filhos”, explicou a imigrante, que trabalha como secretária numa empresa de construção civil e colabora num jornal regional. A brasileira diz que já “estava à espera” de, no princípio, “passar por dificuldades”. Salienta, no entanto, que a autarquia “está a cumprir as promessas que fez”. “O que nos vale é que temos apoio de muitas pessoas que nos dão legumes e outros bens”, conclui.

As quatro famílias começaram por morar numa residência que a câmara lhes disponibilizou mas, “por falta de privacidade”, cada uma arrendou uma casa. O casal Letícia (de 35 anos, grávida de cinco meses) e Marcelo Duarte, de 32 anos, trabalha no Centro de Acolhimento de São João do Peso e arrendou uma casa na aldeia. Ambos dizem que estão “felizes” em Vila de Rei e garantem que tencionam continuar em Portugal.

Irene Barata, presidente da Câmara de Vila de Rei, não ficou surpreendida por uma família ter regressado ao Brasil porque “não é toda a gente que aguenta uma mudança de vida tão brusca”. “Por aquilo que sei, eles tinham muitas saudades do resto da família. Nós cumprimos tudo o que prometemos”, diz a autarca, adiantando que em Janeiro está prevista “a chegada de mais brasileiros”.

TRABALHADORES E SIMPÁTICOS

A população de São João do Peso, na maioria constituída por pessoas idosas, só tem a “dizer bem” das famílias brasileiras que se estabeleceram naquela aldeia. Maria da Graça Pires, presidente da junta local, já estabeleceu “laços de amizade” com os imigrantes e ficou “muito triste” quando os três que regressaram ao Brasil foram despedir-se dela. “Eu não estava a contar mas, pelos vistos, não se adaptaram à nossa realidade e regressaram a casa. Foram à sua vida”, diz a autarca, adiantando que os que ficaram “estão a fazer pela vida”.

Os imigrantes brasileiros rapidamente se integraram no modo de vida dos habitantes de Vila de Rei e no mercado de trabalho. João Firmino, presidente do Centro de Acolhimento de S. João do Peso – onde trabalha um casal – considera-os pessoas “trabalhadoras, simpáticas e responsáveis”. “Aqui na aldeia toda a gente gosta deles e os apoia”, assegura António Simões, proprietário do Café S. João.

PORMENORES

REPOVOAMENTO

As primeiras famílias oriundas da cidade de Maringá chegaram a Portugal no início do mês de Maio. Fazem parte do projecto idealizado pela presidente da Câmara de Vila de Rei, que tenta repovoar aquele concelho.

PROMESSAS

A autarquia prometeu-lhes visto, trabalho onde iriam auferir o salário mínimo, habitação e, nos primeiros dias, os bens alimentícios. Os imigrantes assinaram o acordo ainda no Brasil.

MANIFESTAÇÃO

A chegada dos brasileiros causou alguma polémica entre os habitantes, que na altura se queixaram da falta de emprego. O Partido Nacional Renovador (PNR) chegou a realizar uma manifestação de protesto na vila.

Luís Oliveira correio da manha 25/09/2006

Como se pode ver, a vida no interior de Portugal, não é fácil, nem para os que cá nasceram, nem para aqueles que vêm à procura de uma melhor vida....
 

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Rui Elias

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« Responder #1 em: Setembro 29, 2006, 03:33:33 pm »
Nada fácil mesmo.

Principalmente para quem aufere do salário mínimo, que em Portugal é realmente baixo.
 

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Pantera

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« Responder #2 em: Setembro 29, 2006, 09:18:19 pm »
Citação de: "Rui Elias"
Nada fácil mesmo.

Principalmente para quem aufere do salário mínimo, que em Portugal é realmente baixo.


pois tens razão,mas lá no Brasil é bem pior.
mas penso que estes empregos deveriam ser dados a pessoal que não quer fazer nada cá em Portugal!!!

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komet

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« Responder #3 em: Setembro 29, 2006, 09:31:52 pm »
Uma achega para quem diz q os imigrantes sao para fazer o que o português não quer...
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Doctor Z

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« Responder #4 em: Outubro 02, 2006, 02:16:35 pm »
Citação de: "komet"
Uma achega para quem diz q os imigrantes sao para fazer o que o português não quer...


Há trabalhos em Portugal que até os imigrantes não querem fazer ...  :?
Blog Olivença é Portugal
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és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
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Olivença).

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manuel liste

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« Responder #5 em: Outubro 02, 2006, 02:41:43 pm »
La experiencia que hay en España es que los inmigrantes que provienen de zonas urbanas se adaptan mal al rural. Los extranjeros que vayan a poblar zonas rurales deben ser también gente de campo y con oficios agropecuarios, o de lo contrario huirán a las ciudades en cuanto tengan oportunidad.

Las zonas rurales que demanden extranjeros deben tener una real necesidad de mano de obra, y no pedir extranjeros solamente por razones "repobladoras". En España hay bastante escased de pastores expertos (de ovejas principalmente), y se están trayendo personas de zomas rurales de Marruecos, Polonia o Perú con éxito.

Otra forma de "repoblar" el rural es atraer personas ricas de ciudad para rehabilitar viviendas antiguas como 2ª residencia, residencia vacacional o incluso retiro permanente. Hay bastantes miles de europeos del norte viviendo definitivamente en zonas rurales españolas con tal motivo. Es un tipo de "repoblamiento" realmente atractivo para las zonas despobladas.
 

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Doctor Z

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« Responder #6 em: Outubro 02, 2006, 03:11:10 pm »
Citação de: "manuel liste"
Otra forma de "repoblar" el rural es atraer personas ricas de ciudad para rehabilitar viviendas antiguas como 2ª residencia, residencia vacacional o incluso retiro permanente. Hay bastantes miles de europeos del norte viviendo definitivamente en zonas rurales españolas con tal motivo. Es un tipo de "repoblamiento" realmente atractivo para las zonas despobladas.


Em Portugal, há, salvo erro, alguns milhares de ingleses a viver, principalmente
no Algarve.
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Marauder

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« Responder #7 em: Outubro 02, 2006, 05:22:48 pm »
Citação de: "Doctor Z"
Em Portugal, há, salvo erro, alguns milhares de ingleses a viver, principalmente
no Algarve.


E alemães também.

Mas não durante o ano inteiro, tirando é claro o caso dos ingleses e alemães reformados que realmente vivem cá.

Penso que há uns meses atrás falavasse que Portugal estava era a atrair a classe média jovem inglesa..não sei como é que isso depois se traduziu em números..
 

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Lancero

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« Responder #8 em: Outubro 02, 2006, 07:08:15 pm »
E holandeses, e suecos....

Há de tudo no Algarve, Alentejo, algumas zonas do Centro e Douro. Desde o reformado, à classe média, ao gajo que vem cá plantar o seu canábis (não toma banho e vive rodeado de cães c34x ) até aos ingleses que fogem de África e se fixam no Alentejo, porque dizem que é o mais se assemelha à savana e é seguro.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Rui Elias

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« Responder #9 em: Outubro 03, 2006, 04:54:46 pm »
Citar
pois tens razão,mas lá no Brasil é bem pior.
mas penso que estes empregos deveriam ser dados a pessoal que não quer fazer nada cá em Portugal!!!


Pantera:

Mas como é que se podem dar empregos a pessoas que não querem fazer nada?
 

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Pantera

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« Responder #10 em: Outubro 03, 2006, 05:21:52 pm »
Citação de: "Rui Elias"
Citar
pois tens razão,mas lá no Brasil é bem pior.
mas penso que estes empregos deveriam ser dados a pessoal que não quer fazer nada cá em Portugal!!!

Pantera:

Mas como é que se podem dar empregos a pessoas que não querem fazer nada?


por um lado tens razão,mas tens de perceber que apenas pagam 80 contos por mês.Estes gajos da camara usam a mão de obra barata e estrangeira para pouparem dinheiro.Se fosse dado a portugueses possivelmente teriam de pagar bem mais,e aí as pessoas já aceitariam...

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Rui Elias

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« Responder #11 em: Outubro 04, 2006, 05:06:42 pm »
Também é verdade, Pantera.

Mas olha que há mais de 300.000 portugueses a ganharam o ordenado mínimo, que ronda os 400 €.

E o FdP do Sócrates acha que é irrealista pensar que em em 2010 o ordenado mínimo seja de 500€    :evil:
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #12 em: Outubro 04, 2006, 05:14:41 pm »
No funcionalismo público os ordenados são iguais para todos. Se eu sou auxiliar-administrativo na Câmara de Lisboa, ganho exactamente o mesmo que o tipo que está numa terreola perdida no interior. Se eles ganhavam isso é porque estavam numa categoria com um ordenado baixo. Isso é normal quando se começa a trabalhar. Eu quando comecei também só ganhava o ordenado mínimo (com uns pozinhos).
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Marauder

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« Responder #13 em: Outubro 04, 2006, 08:18:01 pm »
Citação de: "Rui Elias"
Também é verdade, Pantera.

Mas olha que há mais de 300.000 portugueses a ganharam o ordenado mínimo, que ronda os 400 €.

E o FdP do Sócrates acha que é irrealista pensar que em em 2010 o ordenado mínimo seja de 500€    :evil:


Eu penso que o Estado não paga o salário mínimo à grande maior parte dos seus trabalhadores, logo não se percebe bem porque é que tal medida não é realizada.

É que para aumentar o nível de comercio realizado, e a economia, é preciso também que os portugueses tenham mais dinheiro para gastar!! Portugal tem que deixar de ser o parente pobre da europa em termos saláriais!!

Se o Estado pagasse o salário minimo a seus trabalhadores, até compreendia, visto que assim ao aumentar o salário minimo estaria a aumentar as suas despesas, indo aumentar o déficit. Mas que eu saiba quem paga o mínimo é mais MacDonalds, etc etc..

Cumprimentos
 

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emarques

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« Responder #14 em: Outubro 04, 2006, 09:46:49 pm »
Citação de: "Marauder"
Citação de: "Rui Elias"
Também é verdade, Pantera.

Mas olha que há mais de 300.000 portugueses a ganharam o ordenado mínimo, que ronda os 400 €.

E o FdP do Sócrates acha que é irrealista pensar que em em 2010 o ordenado mínimo seja de 500€    :evil:

Eu penso que o Estado não paga o salário mínimo à grande maior parte dos seus trabalhadores, logo não se percebe bem porque é que tal medida não é realizada.

É que para aumentar o nível de comercio realizado, e a economia, é preciso também que os portugueses tenham mais dinheiro para gastar!! Portugal tem que deixar de ser o parente pobre da europa em termos saláriais!!

Se o Estado pagasse o salário minimo a seus trabalhadores, até compreendia, visto que assim ao aumentar o salário minimo estaria a aumentar as suas despesas, indo aumentar o déficit. Mas que eu saiba quem paga o mínimo é mais MacDonalds, etc etc..

Cumprimentos

Por acaso acho que as tabelas de remuneração dos funcionários do estado são indexadas ao salário mínimo nacional. Exemplos (inventados), um varredor ganharia 1,5x o salário mínimo, um presidente da câmara 5 salários mínimos, o primeiro-ministro 10, etc. Aumentar o salário mínimo aumentaria essa gente toda por aí fora.

(Não tenho mesmo nada a certeza de que isto funcione assim).
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.