Marinha de Guerra: 74 novos fuzileiros juram bandeira
Fuzos têm quartel a cair por falta de investimento
A Escola de Fuzileiros está a cair de podre por culpa do desinvestimento na manutenção desta infra-estrutura da Marinha. A preocupação foi manifestada ontem pelo comandante da instituição, Dias da Silva, na cerimónia de juramento de bandeira de 50 novos militares e a imposição da boina azul a 76 novos fuzileiros.
Este responsável frisou que o “estado de conservação” das infra-estruturas da Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro, é “indesejável”, devido ao “desinvestimento na manutenção” que se tem verificado nos últimos anos. Recuperação de imóveis, reformulação das redes de saneamento e eléctrica, bem como das condições dos alojamentos e locais de trabalho, foram alguns dos exemplos citados.
Depois de frisar que os recursos financeiros não foram ajustados apesar do aumento de tarefas atribuídas à Escola, Dias da Silva salientou que, fazendo jus às palavras do Chefe do Estado-Maior da Armada, no Dia da Marinha, em que foi pedida uma maior rentabilização de meios sob o lema de ‘fazer mais com menos gente’, as obras de recuperação já estão em curso: a messe de sargentos e duas salas de aula, bem como a carreira de tiro da Marinha. Ao mesmo tempo, está em estudo a nova rede de distribuição de energia eléctrica, entre outras.
O comandante da Escola de Fuzileiros pediu ao Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Melo Gomes – que presidiu à cerimónia – que “mantenha a necessidade de continuar a investir com carácter prioritário na Escola de Fuzileiros para que as preocupações não se transformem em problemas”.
A Escola de Fuzileiros é, desde 1996, o centro de formação básica dos militares da Marinha e no ano passado deu formação a 1516 alunos em 32 cursos de formação, ao mesmo tempo que 648 grumetes juraram bandeira.
A BOINA AZUL FERRETE
Na cerimónia de ontem foi imposta a boina azul ferrete a dois novos oficiais fuzileiros e 74 praças marcando, deste modo, o final do curso de formação nesta especialidade da Armada.
Depois da cerimónia, houve uma exibição tácita-operacional da especialidade, mostrando, nomeadamente, a vertente de forças especiais, dentro das actuais orientações do dispositivo de forças da Armada, direccionadas, em particular para as missões internacionais humanitárias.
Assalto a edifícios, pista de lodo, sobrevivência, patrulhas de reconhecimento, ginástica militar e projecção de forças por via aérea (helicóptero naval) e via marítima (lanchas ‘zebro’), foram algumas das acções demonstradas.
O comandante da Escola, Dias da Silva, salientou que actualmente o estabelecimento que dirige tem 261 alunos de diversos cursos da Marinha. Um grupo de Operações Especiais de 30 fuzileiros está no Congo, no âmbito de uma missão da ONU.
DADOS
FORMAÇÃO
A Escola de Fuzileiros, além do curso da especialidade, é o centro de formação básica da Marinha e ministra ainda cursos de formação em liderança. No último ano lectivo teve 32 cursos.
EXAMES
Este estabelecimento de formação militar ministra aindaformação em condução auto, sendo o único centro de exames de condução automóvel daquele ramo das Forças Armadas.
VISITAS
No primeiro semestre de 2005, os Fuzileiros tiveram 1600 visitas de alunos dos estabelecimentos de ensino dos concelhos do Barreiro e limítrofes. Colabora ainda com as autarquias de Barreiro e Grândola.
Falcão-Machado
do cm online de 2/09/06