Foguetes de artilharia

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papatango

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Foguetes de artilharia
« em: Julho 28, 2006, 08:10:44 pm »
Só uma pequena nota sobre uma questão que tem sido referida pelos orgãos de comunicação social sobre a guerra no Líbano, e que gera algumas confusões.

Embora as televiões tenham profusamente utilizaddo o termo "Rockets", na realidade, como sabemos, o termo correcto é "Foguete".

Creio que os jornalistas fiquem com medo que as pessoas pensem que se trata de foguetes de fogo-de-artifício.

Até agora, Israel não utilizou mísseis, excepção feita ao ataque à corveta INS Hanit, onde em teoria terão sido utilizados mísseis C-701 e eventualmente C-801.

De resto, os projecteis enviados pelo Hezbollah contra Israel, são foguetes não guiados.

O último caso, anunciado na TV como "míssil que atingiu o centro de Israel", trata-se na realidade de um foguete FAJR-5.

O Hezbollah, dá nomes próprios aos seus mísseis, para dissimular a origem iraniana, porque oficialmente o Irão não reconhece ter fornecido mísseis ou foguetes ao Hezbollah.


Já agora:

Sería engraçado comparar o poder da artilharia do movimento Hezbollah com o poder da artilharia portuguesa. :mrgreen:

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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pedro

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« Responder #1 em: Julho 28, 2006, 08:19:37 pm »
Caro papatango Portugal vs Hezbollah seria a vitoria do  Hezbollah . :lol:
Cumprimentos
 

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PereiraMarques

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« Responder #2 em: Julho 28, 2006, 09:45:30 pm »
Pior que foguetes é quando dizem foguetões, o "lança-foguetões" tipo xpto, etc.
 

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pedro

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« Responder #3 em: Julho 28, 2006, 11:08:16 pm »
Caro PereiraMarques essa do"lança-foguetões" de para partir o coco a rir.
Cumprimentos
 

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Artífice

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« Responder #4 em: Julho 28, 2006, 11:30:29 pm »
Já agora, aproveitando a oportuna referência aos foguetes do hezbollah, gostaria de fazer aqui um pequeno reparo que considero importante, até porque já defendi a minha opinião no meio militar e nunca senti concordância  com   a minha opinião, que é a seguinte:
    Em termos de defesa e interdição aérea, as correntes de pensamento modernas tendem em crer, que os sistemas míssil, AA e anti-míssil, conseguem ser muito mais eficazes que o sistema canhão de defesa aérea, tendo em alguns casos práticamente extinguido o sistema canhão como sistema de defesa aérea. Inclusivamento, no nosso país, é à força aérea que cabe a missão de defesa de àreas sensíveis (Lisboa por exemplo)...

   Ora o resultado desse erro está à vista neste conflito, como os foguetes lançados pelo hezbollah são demasiado pequenos, o sistema de defesa anti-míssil Patriot não consegue ser eficaz... ... ... quanto mais F-16 para interceptarem estes foguetes... ... ...
   Israel e todos os países que se interessem pela sua defesa (inclusivamente Portugal) devem ver aqui oportunidade para repensarem estes conceitos e reínvestir em sistemas do tipo Gepard, vulcan, Phalanx etc...
   O sistema canhão deve ser usado como complemento ao sistema míssil de defesa aérea e anti-míssil e gerido por um sistema de tiro (radar e computador de tiro, comuns aos dois), basicamente isto é o que acontece na defesa aérea de um grande navio, mas não acontece na defesa aérea de uma cidade...


"Eles andam aí... E são cada vez mais Burros !"
 

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NBSVieiraPT

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« Responder #5 em: Julho 29, 2006, 01:10:21 am »
Concordo totalmente com a análise do Artífice. :twisted:
 

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Miguel

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« Responder #6 em: Julho 29, 2006, 08:04:26 am »
Nos temos peças de 20 mm RH202 :wink:
 

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Marauder

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« Responder #7 em: Julho 29, 2006, 09:17:08 am »
Citação de: "Miguel"
Nos temos peças de 20 mm RH202 :!:   :toto:
 

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pedro

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« Responder #8 em: Julho 29, 2006, 12:33:28 pm »
Caros amigos alguem tem fotos  das peças de 20 mm RH202 ?
Cumprimentos e obrigado
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #9 em: Julho 29, 2006, 12:39:37 pm »
Citação de: "pedro"
Caros amigos alguem tem fotos  das peças de 20 mm RH202 ?
Cumprimentos e obrigado


Vai ao tópico:

http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... =chaparral
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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pedro

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« Responder #10 em: Julho 29, 2006, 12:46:24 pm »
Ok, obrigado  Bravo Two Zero.
Cumprimentos
 

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papatango

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« Responder #11 em: Julho 29, 2006, 12:56:44 pm »
Citação de: "Artifice"
Ora o resultado desse erro está à vista neste conflito, como os foguetes lançados pelo hezbollah são demasiado pequenos, o sistema de defesa anti-míssil Patriot não consegue ser eficaz... ... ... quanto mais F-16 para interceptarem estes foguetes... ... ...
Israel e todos os países que se interessem pela sua defesa (inclusivamente Portugal) devem ver aqui oportunidade para repensarem estes conceitos e reínvestir em sistemas do tipo Gepard, vulcan, Phalanx etc...


Caro Artícife, estive a ler com atenção a sua opinião, e tenho os seguintes comentários a fazer:

-1-
Do meu ponto de vista temos que estabelecer em primeiro lugar uma diferença entre foguetes e mísseis.

Aquilo que O Hezbollah tem feito, é utilizar foguetes de artilharia de curto e médio alcance.

Estas armas, são por definição muito baratas, mas do ponto de vista militar são absolutamente irrelevantes, da forma como estão a ser utilizadas.

O bombardeamento com foguetes é eficaz quando se efectua utilizando a táctica da saturação.
Ou seja:
Se conhecemos uma posição inimiga (normalmente uma unidade ou ponto de concentração de onde pode partir um ataque), pode-se utilizar a artilharia para um ataque de saturação com foguetes.

O numero de vitimas e as baixas não são o mais importante. O que o ataque vai provocar é a completa desorganização da força inimiga. Os carros de combate só por milagre serão atingidos, mas tudo o que estiver fora deles terá graves problemas, desde os bidons de combustível, aos contentores da comida para os soldados, nenhum destes equipamentos é blindado, e sem combustível ou sem comida, nenhum exército moderno vai a lugar nenhum.

Da forma como o Hezbollah os utiliza, os foguetes como os FAJR-5, são completamente irrelevantes como arma de guerra, servindo apenas, unica e exclusivamente como arma psicológica.

O mais devastador dos  FAJR-5 que cairam ontem em Israel, não é o estrago que eles provocaram, mas sim as notícias de que o Hezbollah tinha disparado o poderoso missil "Alah não sei das quantas".

Sem o efeito de saturação, que só pode ser conseguido com o lançamento de centenas de foguetes ao mesmo tempo sobre o mesmo alvo, o efeito é  nulo do ponto de vista militar.

= = =

Os mísseis anti-missil como os Patriot, são equipamentos absurdamente caros que não foram sequer pensados para a defesa contra os foguetes e muito menos contra ataques de foguetes de artilharia em ataques de saturação.

Se o Hezbollah tem 12.000 foguetes, não há dinheiro no mundo para fabricar 12.000 Patriot.

A defesa contra os projecteis deste tipo pura e simplesmente tem que ser passiva e não activa, porque não foi inventado nada para os evitar.

Só há duas coisas que se podem fazer contra os FAJR-5 ou contra os ZELZAL-2, que vão ser o próximo passo ***
- A primeira é fugir para um abrigo e rezar para que caia longe
- A segunda é tentar encontrar os pontos de lançamento.

A questão da defesa anti-missil coloca-se para os mísseis e não para os foguetes (não há misseis anti-foguete).

Ao contrário dos foguetes, que nãosão guiados, os mísseis são muito mais complicados.
Pode-se lançar 1000 foguetes contra um alvo e falhar, mas pode-se acertar nesse mesmo alvo com um míssil guiado, que tem grande probabilidaes de acertar.

Portanto, os Patriot só servem para evitar que misseis atinjam o solo.

Neste momento, os Patriot estão onde os israelitas mais temem que seja efectuado um ataque.
No deserto do Negev, num lugar chamado Dimona, onde está a única central nuclear de Israel.

É nesse tipo de alvo que é vantajoso utilizar um missil caríssimo.

Sobre Portugal, vou ter que falar mais tarde porque as autoridades estão a intimar-me para ir almoçar :mrgreen:


Cumprimentos


*** Quando ouvirem que caiu um foguete em Haifa com uma ogiva calculada em 500Kg, foi um Zelzal.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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komet

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« Responder #12 em: Julho 29, 2006, 01:07:08 pm »
Isto faz-me lembrar o programa "Vingança" do Hitler, com o V-1 e V-2, militarmente o efeito era completamente nulo, apenas o factor psicológico era visível...
"History is always written by who wins the war..."
 

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Yosy

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« Responder #13 em: Julho 29, 2006, 01:33:45 pm »
Citação de: "Artífice"
Já agora, aproveitando a oportuna referência aos foguetes do hezbollah, gostaria de fazer aqui um pequeno reparo que considero importante, até porque já defendi a minha opinião no meio militar e nunca senti concordância  com   a minha opinião, que é a seguinte:
    Em termos de defesa e interdição aérea, as correntes de pensamento modernas tendem em crer, que os sistemas míssil, AA e anti-míssil, conseguem ser muito mais eficazes que o sistema canhão de defesa aérea, tendo em alguns casos práticamente extinguido o sistema canhão como sistema de defesa aérea. Inclusivamento, no nosso país, é à força aérea que cabe a missão de defesa de àreas sensíveis (Lisboa por exemplo)...

   Ora o resultado desse erro está à vista neste conflito, como os foguetes lançados pelo hezbollah são demasiado pequenos, o sistema de defesa anti-míssil Patriot não consegue ser eficaz... ... ... quanto mais F-16 para interceptarem estes foguetes... ... ...
   Israel e todos os países que se interessem pela sua defesa (inclusivamente Portugal) devem ver aqui oportunidade para repensarem estes conceitos e reínvestir em sistemas do tipo Gepard, vulcan, Phalanx etc...
   O sistema canhão deve ser usado como complemento ao sistema míssil de defesa aérea e anti-míssil e gerido por um sistema de tiro (radar e computador de tiro, comuns aos dois), basicamente isto é o que acontece na defesa aérea de um grande navio, mas não acontece na defesa aérea de uma cidade...


Essa foi uma liçao duramente aprendida pelos britânicos durante a Guerra das Falklands, e que levou a reintrodução de "pequenas" armas AA a bordo dos navios: quando o HMS Conventry não conseguiu usar mísseis para alvejar dois Skyhawks que atacaram a uma baixa altitude incrivel, provou-se como os velhos sistemas manuais são úteis.

Já agora rockets e foguetes são a mesma coisa, não são?
 

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Marauder

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« Responder #14 em: Julho 29, 2006, 02:06:52 pm »
Citação de: "Yosy"
Essa foi uma liçao duramente aprendida pelos britânicos durante a Guerra das Falklands, e que levou a reintrodução de "pequenas" armas AA a bordo dos navios: quando o HMS Conventry não conseguiu usar mísseis para alvejar dois Skyhawks que atacaram a uma baixa altitude incrivel, provou-se como os velhos sistemas manuais são úteis.


Penso que o facto de uma fragata ter passado à frente da outra quebrando o contacto entre o sistema de defesa aérea desta com o míssil, penso que também contribuíu para o resultado :roll:

A recaptura do alvo era (será que ainda é?) um processo demorado, o operador tinha que carregar em imensos botões, etc...entretanto..um missil..dava-lhes uns segundos apenas..resultado já se sabe.