Eu não quero destoar do ambiente geral...
Embora quem me conheça saiba que não tenho muito problema em estar contra ou fazer criticas ...

Não tenho estado por estas lides nos últimos anos, mas tenho tido algum contato indireto com este tipo de situações e acompanhado alguns desenvolvimentos.
Basicamente ...
Estamos a olhar para estes navios como navios de guerra, e não aquilo que eles realmente são, navios de patrulha.
O tamanho dos NPO e o seu deslocamento que os coloca quase ao nível de corvetas (e deslocam quase tanto quanto as antigas fragatas João Belo) leva-nos a dar aos navios mais caracteristicas militares que aquelas que na realidade eles têm.
Marinhas mais costeiras em mares fechados, normalmente colocam mais armamentos nos navios, tendo em consideração que eles podem ser utilizados tendo em consideração a proximidade de terra.
Numa marinha de alto-mar a questão não se coloca da mesma maneira. Estes navios não podem nem devem poder entrar em combate com outros navios. Não é essa a função...
O que consigo saber e não diretamente (ouvi de quem ouviu) é que como navios no Atlantico, os NPO conseguem por causa do seu tamanho dar à guarnição uma segurança e uma plataforma de trabalho segura, que outros navios mais pequenos não teriam.
Diz isto, quem afirma que só entende estas coisas quem estiver a bordo de uma embarcação que desloca 200t no meio do Atlântico e depois passa para uma que desloca 1800t.
Só para dar uma ideia que pode parecer anedotica mas que talvez diga bastante, há casos em que se um elemento da guarnição estiver sentado na retrete, uma onda pode projeta-lo e bater com a cabeça no teto. Isto pode parecer ridiculo, mas imaginem o que é estar um dia dois dias, três dias no meio do mar nestas condições...
As traineiras são eficientes. São traineiras sim senhor, mas não precisam ser mais que isso. São navios de policiamento e servem apenas para mostrar que nas nossas águas, nós temos a capacidade para ser a policia, mas também a ambulância de serviço.
Dou um exemplo:
As embarcações de recreio que atravessam o Atlantico em viagens de lazer, saem da América, (Florida por exemplo) e a primeira etapa vai até às Bermudas.
Depois seguem para os Açores, para a Horta.
A ideia que as tripulações têm é que o mais perigoso da viagem, é quando abandonam as Bermudas, até ao ponto em que ficam debaixo do raio de ação dos helicopteros e dos navios da marinha portuguesa, em caso de necessidade.
Ou seja, ao longo dos últimos anos, pelo menos para uma parte dos viajantes, os Açores não são apenas umas ilhas remotas com um restaurante famoso na cidade da Horta, mas sim um lugar de onde pode vir auxilio em caso de necessidade.
Portanto, tendo em consideração a função dos navios não vejo grande utilidade em colocar mais armas neles.
Que os navios que têm que possuir armas e radares (as fragatas ) não as tenham, isso sim é trágico, mas que os NPO, que cumprem a missão que lhes está atribuída, muito, muito melhor que as fragatas precisem de mais armas, isso já penso ser discutível.