« Responder #58 em: Novembro 20, 2007, 12:54:36 pm »
Rússia: Putin não permitirá à NATO «aumentar os músculos» nas fronteiras com o país
Moscovo, 20 Nov (Lusa) - A Rússia irá aumentar a capacidade de defesa das forças nucleares estratégicas para desferir um golpe rápido e adequado a qualquer agressor, declarou hoje o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Numa reunião com o comando do Ministério da Defesa russo, Putin sublinhou que "a Rússia não pode ficar indiferente ao aumento evidente de músculos da NATO nas fronteiras com a Federação".
Para Putin, o cumprimento da moratória do Tratado sobre Tropas Convencionais na Europa, a que a Rússia dará início a 13 de Dezembro, será uma das "medidas adequadas para responder ao aumento de músculos por alguns países da NATO".
"Sublinho que se trata de uma medida forçada e necessária. Os nossos parceiros não só não ratificaram o tratado, como também não aderiram a ele. Logo que os nossos parceiros adiram na prática ao Tratado adaptado e, o que é principal, o comecem a cumprir, a Rússia analisará a possibilidade de voltar a cumprir os seus compromissos", frisou Putin.
"Violando os acordos conseguidos, alguns Estados e países da NATO aumentam os recursos militares junto das nossas fronteiras", acrescentou o dirigente russo, sublinhando também que "as propostas russas sobre, por exemplo, a criação de um sistema único de defesa anti-míssil acessível igualmente a todos os participantes, continuam, infelizmente, sem resposta".
"Será que vamos ficar a esperar anos?", perguntou Putin e respondeu: "É impossível continuar eternamente nesta situação".
O Tratado sobre Tropas Convencionais na Europa foi assinado pela União Soviética e NATO em Paris, em 1990.
Depois da desintegração da antiga União Soviética foi elaborado um Tratado adaptado, mas este só foi ratificado pela Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Cazaquistão.
A 13 de Julho passado, Vladimir Putin anunciou a moratória ao Tratado, decisão que recebeu o apoio unânime das duas câmaras do parlamento russo - Duma Estatal e Conselho da Federação - e entrará em vigor a 13 de Dezembro.
O Presidente da Rússia defendeu também a necessidade de aumentar a luta contra o terrorismo e o extremismo, o que justificou com a existência da "ameaça séria de grupo terroristas e extremistas, bem como pontos quentes perto das fronteiras russas".
Antes da reunião com Putin, o general Iúri Baluevski, chefe do Estado Maior General das Forças Armadas russas, declarou que a Rússia não deve ter pressa em abandonar o Tratado sobre os Mísseis de Curto e Médio Alcance.
"A Rússia não deve ter pressa em abandonar o Tratado sobre os Mísseis de Curto e Médio Alcance porque é preciso tentar incluir nele outros países", declarou o general russo.
Esse Tratado foi assinado entre os Estados Unidos e a União Soviética. A Rússia, herdeira dos compromissos da URSS, ameaça abandonar se outros países que possuem armamentos dessas categorias não aderirem ao Tratado.
"Temos bons sistemas de mísseis de médio alcance como o 'Izkander', cujo raio de acção atinge 500 quilómetros", sublinhou Baluevski.
O complexo de mísseis táctico-operativos "Izkander" pode lançar mísseis capazes de atingir alvos com pequenas áreas e dimensões, é eficaz a atingir sistemas de defesa anti-aérea e anti-míssil, aviões em aeródromos e infra-estruturas.
Na semana passada, Moscovo ameaçou instalar complexos de mísseis deste tipo na Bielorrússia se os Estados Unidos avançarem com a ideia de instalação de elementos de um sistema de um escudo anti-míssil na Polónia e República Checa.