Rússia

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Cabeça de Martelo

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Re: Rússia
« Responder #1080 em: Dezembro 12, 2025, 05:54:30 pm »
They Droned Back
Young journalists expose Russian-linked vessels circling off the Dutch and German coast

Seven German journalism students tracked Russian-crewed freighters lurking off the Dutch and German coast—and connected them to drone swarms over military bases.

Let me walk you through what Michèle Borcherding, Clara Veihelmann, Luca-Marie Hoffmann, Julius Nieweler, Tobias Wellnitz, Sergen Kaya, and Clemens Justus pulled off.

Just so you know, I’m familiar with them. I did a long OSINT training with them in Berlin. I can tell you: they went far beyond anything I taught them. The physical verification alone—chasing a ship across France, the Netherlands, and Belgium—that’s not something you learn in a classroom.



...

https://www.digitaldigging.org/p/they-droned-back
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 
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Duarte

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Re: Rússia
« Responder #1081 em: Dezembro 25, 2025, 05:25:06 pm »
Two police officers killed in explosion in Moscow

https://www.bbc.com/news/articles/cz68z3wn1e3o
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower".
"Every country has its own Mafia. In Russia the Mafia has its own country."
"L'union fait la force."
https://www.paypal.com/donate?campaign_id=STAHVCFBSB66L
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Rússia
« Responder #1082 em: Hoje às 12:16:44 pm »
A vassalagem estratégica de Moscovo
A tese é desconfortável para o Kremlin, mas os indicadores são implacáveis: Moscovo está a abdicar da sua autonomia estratégica, ao converter-se, na prática, num estado-cliente de Pequim, como consequência direta de vetores de dependência tecnológica e económica sem precedentes.

Jorge Silva Carvalho, Consultor em Estratégia e Segurança


Após mais de três anos de um conflito que redefiniu o equilíbrio de forças na Eurásia, a geografia estratégica da guerra na Ucrânia alterou-se de forma irreversível; não apenas nas frentes de combate, mas sobretudo nos centros de decisão de Pequim. Em 2025, com a administração Trump a consolidar um desinvestimento operacional na Europa para priorizar o isolacionismo transacional, a Ucrânia transitou para a esfera de responsabilidade existencial quase exclusiva dos parceiros europeus.

No reverso desta dinâmica, a Rússia sobrevive hoje num estado de suporte vital logístico e financeiro providenciado pela China. A tese é desconfortável para o Kremlin, mas os indicadores são implacáveis: Moscovo está a abdicar da sua autonomia estratégica (ao converter-se, na prática, num estado-cliente de Pequim) como consequência direta de vetores de dependência tecnológica e económica sem precedentes.

Existe uma ironia histórica nesta fase do conflito. Se a propaganda russa descreve a Ucrânia como um ativo sem soberania própria, em 2025 a situação da Rússia não é substancialmente distinta, embora a natureza do seu “patrono” seja marcadamente predatória.

Se Kiev depende da determinação política de Bruxelas para a sua defesa, Moscovo depende da China para evitar o colapso da sua base industrial de defesa. Cerca de 90% da microeletrónica importada pela Rússia têm hoje origem chinesa (incluindo Hong Kong), de acordo com estudos preparados para o American Enterprise Institute, que confirmam que 88% dos semicondutores adquiridos por Moscovo no primeiro semestre de 2023 foram fornecidos pela China. No início da invasão, esta quota situava‑se em torno de 75%. Sem a liquidez em yuan, que já assegura cerca de um terço do comércio externo russo, e sem o escoamento de hidrocarbonetos para o mercado chinês com descontos forçados, o Estado russo perderia a sua principal âncora de viabilidade.

Esta subordinação é asfixiante no teatro de operações. Desde 2022, o fornecimento chinês de bens de dupla utilização registou aumentos críticos em componentes óticos para sistemas de armas e materiais balísticos. Mais do que um apoio logístico, Pequim exerce agora um poder de mercado monopolista sobre o esforço de guerra do Kremlin.

Estudos baseados no fluxo comercial sino-russo indicam que, entre 2021 e 2024, os preços médios de bens controlados exportados da China para a Rússia aumentaram 87%, enquanto para outros mercados a variação foi residual. Como nota o Carnegie Russia Eurasia Center, esta vassalagem estratégica impõe um prémio de risco que Moscovo é obrigado a liquidar para manter a sua operacionalidade.

A Rússia não está apenas a lutar com o suporte chinês, mas a fazê-lo sob condições de exploração impostas pelo seu principal fornecedor tecnológico de última instância.

Contudo, é na natureza desta dependência que reside a divergência fundamental entre as duas nações em conflito. A dependência ucraniana em relação à Europa é estruturada para uma futura integração plena, onde o objetivo final é a participação num mercado normativo e de segurança coletiva. Pelo contrário, a relação entre Pequim e Moscovo é puramente extrativa e assimétrica.

A China não encara a Rússia como um aliado paritário para o futuro, mas como um ativo estratégico subordinado que continuará a garantir energia barata, um laboratório militar para testar tecnologia contra sistemas ocidentais e um escudo geopolítico que drena os recursos da NATO.

No entanto, este cenário de absorção russa por Pequim encerra uma provocação final. A agressividade das sanções unilaterais impostas pela administração Trump poderá não ser apenas um castigo, mas uma tentativa de encurralar Moscovo para, ironicamente, lhe oferecer uma saída.

Ao tornar a vassalagem chinesa insustentável através do garrote financeiro, Washington poderá estar a sinalizar ao Kremlin que o regresso a uma soberania mínima só será possível através de uma transação direta com os EUA. Resta saber se Putin ainda detém as chaves para mudar de rumo, ou se a guerra, que começou como uma mistura de delírio imperial russo, excesso de confiança militar e má ‘intelligence’, ameaça terminar como a capitulação definitiva da soberania eurasiática perante a hegemonia chinesa.

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/a-vassalagem-estrategica-de-moscovo/
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 
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