noticia do c.m. de 6/06/06 (ano,mês e dia das bestas)
O Ministério da Defesa Nacional identificou, num relatório ultimado antes da aprovação da Lei da Progamação Militar (LPM), várias “insuficiências” no ‘stock’ de armamento da Força Aérea.
Intitulado ‘Sistema de Forças Nacional – componente operacional’, o documento, a que o CM teve acesso, revela, entre uma lista apreciável de “vulnerabilidades”, que insuficiências de material bélico a vários níveis, em especial de mísseis, desde os guiados por vídeo (AMG) aos ar-ar, eleitos por excelência no combate aéreo, bem como os ar-ar-BVR, utilizados em missões de longo de alcance.
A “inexistência de mísseis antinavio para o F-16”, a “insuficiência de armamento para o P-3P”, uma aeronave de operações de patrulhamento marítima para detecção de submarinos e “a desactualização crescente do armamento terrestre” são também apontados como factores críticos. Em relação ao armamento destinado a busca e salvamento (SAR) e busca e salvamento em combate (CSAR) também surgem referências a limitações, assim como acontece com as “operações de salvamento limitadas a 200 milhas naúticas” e a desactualização progressiva das aeronaves P-3P Orion. A capacidade de vigilância e fiscalização da Zona Económica Exclusica (ZEE) é ainda apresentada como “limitada” até à entrada ao serviço dos helicópteros EH101.
A LPM, que irá vigorar entre 2006 e 2023, atribui à Força Aérea 1012 milhões de euros, menos 1105 milhões face à actual LPM.
FALTA DE PILOTOS-AVIADORES
A falta de pilotos na Força Aérea tem sido apontada como uma das fragilidades deste ramo militar. E este poderá ser um motivo para que na nova Lei da Programação Militar haja um aumento no investimento em formação avançada de pilotos.
Subiu para dois milhões de euros, face aos 670 contemplados no anterior quadro financeiro. Este ano, o chefe de Estado-Maior da Força Aérea, general Taveira Martins, defendeu o prolongamento dos contratos dos pilotos-aviadores militares de oito para 12 anos. A medida seria uma forma de evitar saídas de pilotos para a aviação comercial. Uma situação que já criou um défice de 100 militares com esta qualificação.
LISTA DAS PRINCIPAIS VULNERABILIDADES
‘Stocks’ de armamento
Insuficiência de mísseis ar/ar e de mísseis ar/ar BVR
Insuficiência de armamento guiado de precisão (AGM – mísseis de longo alcance – e PGM – pequenas bombas guiadas)
Inexistência de POD Targeting (invólucros externos no avião para transportar diversas coisas, como equipamento)
Inexistência de mísseis antinavio para o F-16
Insuficiência de armamento para o P-3P (avião de patrulhamento marítimo)
Insuficiência de engodos (espécie de alvos enganadores lançados pelos pilotos para enganar mísseis inimigos)
Desactualização crescente do armamento terrestre
Defesa aérea e policiamento
Capacidade limitada de executar missões em todo o tipo de condições meteorológicas e de luz até completar o MLU (modernização) do F-16
Capacidade limitada de abater alvos aéreos a distâncias fora do alcance visual (BVR) até completar o MLU do F-16
Vigilância do espaço aéreo
Cobertura radar deficiente a baixa altitude no território continental e inexistente nos Açores e Madeira
Limitações na capacidade de vigilância do espaço aéreo a baixa altitude sobre o território nacional
Comando e sistemas de comunicações e de informações
Interligação deficiente com os arquipélagos da Madeira e Açores
Transporte aéreo incluindo evacuação sanitária
Capacidade muito reduzida de transporte aéreo estratégico
P.S - Afinal que raio de modernização está a ser feita na fap a nivel de armamentos?