Sector Ferroviário

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Lightning

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Re: Sector Ferroviário
« Responder #315 em: Novembro 27, 2025, 01:12:45 pm »
Comboio Português: O Primeiro 100% Made in Portugal! 🚄


Eu não posso ver agora o vídeo, mas desde os anos 50 que se fabricam comboios em Portugal.

Mas isto é um bocado como os carros, uma coisa é montar o comboio, o assembly, mas parece-me que aqui também se fala em construir os componentes e não vir tudo de fora, por isso é que devem ter tantas empresas associadas, devem construir muitos dos componentes que se vão montar no comboio, se calhar antes construia-se o comboio com muita coisa vinda de fora.

Ao falarem em comboio 100% português, penso que estão a dizer isso, que os componentes são o também eles construídos em Portugal, se fosse referente só a linha de montagem os carros construídos na Autoeuropa também eram 100% portugueses...?

Ou então pode ser o exagero natural 😂 que por vezes temos cá.

PS: Até porque eu vi o vídeo e o "comboio" que eles referem são 3 modelos de carruagem tipo Inter-cidades, não falam em locomotiva...
« Última modificação: Novembro 27, 2025, 01:32:00 pm por Lightning »
 

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Lusitano89

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Re: Sector Ferroviário
« Responder #316 em: Dezembro 06, 2025, 04:19:46 pm »
Consórcio da linha de alta velocidade confirma demolição de casas e empresas


 

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HSMW

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Re: Sector Ferroviário
« Responder #317 em: Dezembro 07, 2025, 07:05:21 pm »
Comboio Português: O Primeiro 100% Made in Portugal! 🚄


Eu não posso ver agora o vídeo, mas desde os anos 50 que se fabricam comboios em Portugal.
Deixaram-se de fabricar em 2005 quando a Soreframe na Amadora fechou.



Dentro da Sorefame em 1956: Fabrico Completo de Carruagem Metálica

Por falar em Sorefame.

https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
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Lightning

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Re: Sector Ferroviário
« Responder #319 em: Hoje às 09:43:57 am »
https://www.publico.pt/2025/12/08/economia/noticia/comboio-portugues-estara-pronto-2026-2157326

https://www.plataformamedia.com/2025/12/09/primeiro-comboio-portugues-ganha-forma-e-prototipo-devera-estar-pronto-em-2026/

Primeiro comboio português ganha forma e protótipo deverá estar pronto em 2026

O desenvolvimento do primeiro comboio totalmente produzido em Portugal está a avançar e o protótipo deverá ficar concluído em 2026. O projeto reúne empresas nacionais do setor metalomecânico e ferroviário, com o objetivo de relançar a capacidade industrial do país e reforçar a autonomia tecnológica num segmento dominado por fabricantes internacionais.

Este avanço resulta de anos de investimento e planeamento estratégico. Depois de décadas em que Portugal deixou de produzir comboios, o setor ferroviário nacional ganhou novo fôlego com programas de financiamento europeu e com a necessidade de renovar a frota da CP. O objetivo passa não apenas por modernizar infraestruturas, mas também por recuperar capacidade produtiva interna, reduzindo dependências externas num mercado global altamente competitivo.

O protótipo, que está a ser desenvolvido numa lógica modular, incluirá carruagens de primeira e segunda classe e uma carruagem-bar vocacionada para viagens de média distância. A composição utilizará tecnologia “push-pull”, que permite operar a marcha em ambos os sentidos sem necessidade de manobrar a locomotiva. Esta característica, comum nos sistemas ferroviários mais modernos, melhora a eficiência e reduz tempos operacionais nas estações terminal.

A construção do comboio nacional tem impacto muito além do setor ferroviário. O projeto está a gerar emprego altamente especializado, envolvendo engenheiros mecânicos, eletrónicos e de materiais, bem como técnicos de soldadura, montagem e testes. Pequenas e médias empresas portuguesas também participam na cadeia de fornecimento, produzindo componentes estruturais, interiores e sistemas de segurança. Este efeito multiplicador é visto como essencial para revitalizar o tecido industrial tradicional e estimular inovação tecnológica.

Do ponto de vista estratégico, a iniciativa pode posicionar Portugal como um produtor relevante no mercado europeu de material circulante. Com a crescente procura por soluções ferroviárias sustentáveis e a aposta internacional na redução de emissões, abre-se a possibilidade de exportação futura, caso o protótipo seja homologado com sucesso e cumpra os rigorosos padrões da União Europeia.

O calendário aponta para que, após a conclusão do protótipo, se iniciem testes dinâmicos em linha, seguidos de processos de certificação. Se todas as etapas forem cumpridas dentro dos prazos, o comboio poderá circular em território nacional ainda nesta década.

Mais do que um feito tecnológico, o projeto representa a reafirmação das capacidades industriais do país. Portugal, que outrora construiu material ferroviário de referência, reencontra agora esse caminho, reforçando autonomia e ambição num setor de enorme impacto económico e ambiental. O primeiro comboio português é, por isso, uma peça-chave num futuro que procura ser mais inovador, sustentável e competitivo.

 

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Malagueta

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Re: Sector Ferroviário
« Responder #320 em: Hoje às 11:19:29 am »
Mais sobre o assunto

Discretamente, um consórcio de empresas portuguesas lideradas pela CP-Comboios de Portugal e a SERMEC está a construir aquilo que se poderá chamar como o primeiro comboio português, aproveitando fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Numa fábrica da Maia já está a ser fabricada a caixa da primeira das três carruagens que formarão a composição deste protótipo: uma carruagem de 1ª classe, outra de 2ª classe e uma carruagem-bar.

Mas a principal característica deste conjunto de três unidades é que uma das carruagens incorporará uma cabine de condução, estreando em Portugal o conceito de push-pull (empurra-puxa) no qual a composição tanto é rebocada como empurrada pela locomotiva que está numa das extremidades. Na outra ponta está a carruagem com a cabine de condução permitindo que o comboio circule nos dois sentidos sem necessidade de manobrar a locomotiva para inverter a sua marcha.

Parece simples e comboios push-pull circulam há décadas na maioria dos países europeus, mas é complexa a engenharia necessária para ligar o sistema de condução da cabine instalada na extremidade da carruagem à locomotiva que está na outra ponta da composição. Nada disto pode falhar para que o comboio possa fazer inúmeras viagens em segurança e com fiabilidade.

Paulo Duarte, director-executivo da Plataforma Ferroviária Portuguesa, diz que o mais importante deste projecto é precisamente a certificação e homologação das empresas que nele participam. "A ferrovia é um sector muito exigente em termos de certificação e homologação e este projecto vai permitir a todos os parceiros ganhar competências para poderem participar na indústria ferroviária a nível internacional", diz.

Actualmente, já há empresas portuguesas que fornecem componentes para multinacionais do sector, mas Paulo Duarte explica que "enquanto não forem homologadas, ficam no fim da linha em termos da cadeia de valor", pelo que o projecto do comboio português vai permitir-lhes esse upgrade de ficarem na primeira divisão da indústria ferroviária. Ou seja, mais do que fazer um comboio, o que se pretende é capacitar empresas para produzir material circulante ferroviário em Portugal.

Para este engenheiro, o mais importante até nem é o resultado final - a produção do comboio -, mas sim o caminho que se percorre para lá chegar, pois é durante esse processo que se obtêm as competências para a industrialização da ferrovia nacional.

A parte mais fabril deste projecto está a cargo da SERMEC e das oficinas da CP. Mas as carruagens não são só caixas metálicas assentes em rodados. Há os assentos, as cortinas, as janelas, os WC, o ar condicionado, a informação sonora e digital a bordo, as bagageiras, os equipamentos para fixar bicicletas e a instalação do bar.

A Nomad Tech é a responsável pela parte mais tecnológica, ligada ao comando e controlo do comboio, o que inclui o cockpit do maquinista, os conversores de potência e o sistema de monitorização e frenagem. O INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e a FEUP - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto tiveram um papel decisivo nos cálculos estruturais das carruagens. O interiorismo está a cargo da empresa O2A.

Os assentos e cortinas devem ser feitos com tecidos anti-vandalismo e anti-fogo e que sejam luminescentes (para brilharem no escuro em caso de acidente). Uma área que é liderada pelo Citeve - Centro Tecnológico da Indústria Têxtil.

Já os bogies (rodados) são importados porque não se fabricam em Portugal, mas em tudo o resto predominam as empresas portuguesas.

Paulo Duarte explica que o fabrico da estrutura das carruagens assenta na soldadura de chapas metálicas, cujo processo tem de ser certificado, incluindo o próprio soldador, o equipamento e o software utilizados. Por isso, o responsável da Plataforma Ferroviária Portuguesa insiste que, no limite, mesmo sem comboio no final, só o processo já teria valido a pena.

Mas é claro que vai haver comboio. Sendo português, está - sem surpresa - atrasado. As três carruagens deveriam estar concluídas em Dezembro deste ano, mas Filipa Pereira, responsável pela comunicação do consórcio que envolve 13 entidades, diz que estará fabricado em 2026 e que não estão em risco os 8,6 milhões de euros de verbas do PRR, que são a principal fonte de financiamento deste projecto.
 
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