« Responder #16 em: Novembro 06, 2007, 08:50:34 pm »
Alentejo não será novo Algarve devido à "grande qualidade" dos projectos
O empresário Jaime Antunes, responsável por um investimento turístico, com golfe, em Évora, afastou hoje a possibilidade do Alentejo tornar-se num novo Algarve, considerando que, para vingarem, os empreendimentos turísticos na região têm que ter "grande qualidade".
"Não vai acontecer o que aconteceu no Algarve. Esse risco não existe, porque no Alentejo interior não há mar e o mar vende esse tipo de produtos [de má qualidade]. Ninguém faria aqui um projecto de muito má qualidade porque, depois, não tem clientes", sustentou.
Jaime Antunes, presidente da Frontino, falava aos jornalistas à margem de uma sessão realizada hoje, em Évora, para divulgação dos principais projectos de investimento em curso ou em vias de concretização no Alentejo.
No encontro, promovido pela Associação Industrial Portuguesa - Confederação Empresarial (AIP-CE), em parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), esteve em destaque, entre outros projectos, a criação de um destino de golfe em Évora.
Um grupo de seis promotores já apresentou, em Julho, intenções de investimento turístico neste concelho alentejano, com um valor global aproximado dos 800 milhões de euros, tendo cinco deles o golfe como "âncora".
A Frontino é uma dessas empresas e pretende criar o Évora Resort na Herdade Sousa da Sé, num investimento de 250 milhões de euros, com dois hotéis, residências turísticas e um complexo de desporto ao ar livre, com campo de golfe, centro de estágio e centro hípico, entre outras valências.
O projecto, a concretizar durante dez anos, prevê 500 postos de trabalho, aguardando Jaime Antunes a aprovação do novo Plano Director Municipal (PDM) de Évora para arrancar com as obras no "próximo ano", estimando que o empreendimento comece a funcionar em 2010.
Para que este destino golfe em Évora seja uma realidade, afirmou hoje o presidente da Frontino, os projectos têm que ter "grande qualidade", como condição para conseguirem atrair clientes.
"Há projectos de grande qualidade para o Alentejo e estamos a falar de turismo de cinco estrelas. Só assim é que se atraem pessoas para um destino que é novo, que não tem massa crítica de visitantes e de turistas, nomeadamente do mercado internacional", afiançou.
Os investidores neste sector na região, disse, devem também promover o que a região tem para oferecer a um público estrangeiro, que se pretende que seja oriundo "da Europa mais rica", ou seja, de países como o Reino Unido, Dinamarca ou Holanda.
Por isso, sublinhou também Jaime Antunes, o turismo residencial e o golfe são dois produtos que devem "andar de mãos dadas" no Alentejo interior, visto captarem o tipo de turista pretendido, sem que seja concorrente a existência de vários empreendimentos com esses dois pilares.
"Só se cria um destino de golfe com, pelo menos, cinco campos de golfe nas proximidades", explicou, referindo que os golfistas gostam de experimentar campos diferentes e, se não gostarem de um, devem ter outros como alternativa.
O empresário desvalorizou ainda a alegada falta de pessoal qualificado na região para dar resposta a este tipo de projectos, contrapondo que essa mesma qualificação "vem com os investimentos".
"Não se podem é fazer aqui estruturas de formação de pessoal de forma mais ou menos fechada, dentro de gabinetes, sem estarem ligadas a projectos de investimento concretos. No quadro do investimento da iniciativa privada é que a formação profissional dessas pessoas vai acontecer", afirmou.