Também não devemos entrar em pânico, porque estas coisas fazem-se por fases.
Numa primeira faze, a TVI não vai começar com nenhuma deriva espanhola, provavelmente o que ocorrerá será o contrário. Ou seja, como na Capital, os jornalistas transformaram-se naqueles que mais temas mais ou menos "anti-espanhóis" publicavam.
Para dar um exemplo, o tema de Olivença, apareceu algumas vezes nas páginas do jornal, enquanto que pura e simplesmente não aparecia nos outros.
Temos também que entender a lei portuguesa, que é idêntica à lei de outros países desenvolvidos da Europa, é diferente da lei espanhola, o que poderá travar de alguma maneira os intentos dos espanhóis.
Em Espanha, segundo me informaram, o conselho de redação não é eleito (como em Portugal) pelos próprios jornalistas.
Portanto, tudo se decide na eleição do conselho de redação do orgão de comunicação social. Em Espanha, por informações obtidas de jornalistas espanhóis, o conselho de redação por exemplo é eleito na maioria dos casos pelos donos da empresa de comunicação social.
Os jornalistas espanhóis, lutam hà muito tempo, por direitos que os portugueses há muito tempo têm. Essa falta de direitos é uma forma que se encontrou em Espanha de manietar completamente a informação emitida pelos jornais pelas rádios e pelas televisões.
Ao mesmo tempo, há em Espanha quem queira neste momento fazer depender do poder político a emissão de "carteira profissional" de jornalista. Ou seja, dependerá do partido no governo a atribuiçãode licença para ser jornalista.
Comentário de um jornalista espanhol sobre o assunto:
El mayor error del proyecto es someter la regulación del periodismo al poder político, cuando es uno de los objetos principales de la vigilancia democrática que los periodistas deben ejercer.
(...). En la mayoría de las legislaciones europeas los consejos son elegidos directamente por los periodistas, sin intervención del poder político, como en Portugal, el último ejemplo de legislación basada en la tradición de Francia e Italia.
Lo recoge la Federación Internacional de Periodistas (IFJ) en el punto 9 de su Declaración de Principios. "Dentro de la ley general de cada país, el periodista debe reconocer en materias profesionales la única jurisdicción de los colegas y la exclusión de cualquier clase de interferencia del gobierno de otros".
¿Vamos a dejarnos de tonterías y hablar en serio o seguimos manipulando?
En mi opinión los periodistas estamos dando una imagen lamentable cuando hay problemas muy serios que abordar. Es discutible que los solucione un estatuto, muchos prefieren la autorregulación. Es inútil imitar las regulaciones más reaccionarias de Europa cuando ya se conocen sus problemas. No entiendo porque después de casi cuarenta años de modelo profesional basado en la licenciatura no se tiene en cuenta en el estatuto, que vuelve a dejar la profesionalidad al albur de un contrato laboral o de prestación de servicios.
Nada tienen que hacer los políticos en la regulación de la profesión, seamos más comprensivos y abiertos con los ciudadanos y sus derechos, y reclamemos a las empresas y editores fórmulas de coparticipación redaccional, pero estas cosas o se hacen por convencimiento o consenso o no sirven para nada.
É a movimentações relativas à lei e ao respeito da lei que se deve estar atento. Em países da América Latina, o grupo PRISA, perante governos de pequenos países, não teve problema em "resolver" o assunto.
Além de tudo isto, vi um comentário noutro tópico a dizer que a compra da TVI, era uma gota no oceano do grupo PRISA.
Estive a investigar, e esta compra, se chegar ao controle acionário, implicará o maior investimento da PRISA em comunicação social fora de Espanha.
Na compra da Media-Capital, a PRISA investe quase tanto dinheiro como em todos os seus investimentos na América Latina.
Outra realidade: A PRISA não foi autorizada na maioria dos mercados a ser dona de uma estação de televisão.
Tem Rádios (no Mexico tem mesmo uma rede de rádios), mas os seus contactos com a TV são muito menores.
A Média-Capital, foi uma presa fácil, não pela sua dimensão, que não é assim tão pequena, mas, eventualmente por outras razões.
Cabe a cada um, ententer quais os interesses, que levaram a que o mais importante meio de comunicação de massas português, tenha caído com tanta facilidade nas mãos dos espanhóis.
Perguntem ao anterior director da TVI (que se demitiu perante o escândalo) mas perguntem também às vossas consciências.
Cumprimentos