Defesa
Força Aérea terá nove dos 12 novos 'helis' prontos em 2010por MANUEL CARLOS FREIRE Hoje
Presidente da República visitou base aérea do Montijo, onde elogiou o profissionalismo do destacamento que regressou há dias do Afeganistão
O Presidente da República disse ontem que a resolução gradual dos problemas de manutenção dos helicópteros EH101 permitirá ter "nove [aparelhos] completamente operacionais" em 2010.
Cavaco Silva falava aos jornalistas durante a sua visita à base aérea do Montijo (BA6), onde se escusou a fazer comentários sobre o programa do Governo e, muito menos, reagir à comparação feita por Marcelo Rebelo de Sousa - Cavaco também apresentou um programa do Governo igual ao programa do PSD quando era primeiro-ministro. "Seria a última pessoa a fazer comentários sobre analistas políticos", enfatizou.
Na visita à BA6, Cavaco Silva ficou a conhecer os novos aviões C295 e os helicópteros Merlin (recebidos em 2006), cujas dificuldades de manutenção - e problemas de fabrico - chegaram a colocar os 12 aparelhos no chão. Actualmente há três - dois na Madeira e um no continente - a seis EH101 em prontidão operacional. Ultrapassados os problemas crónicos, disse Cavaco, a taxa de prontidão dos helis passará a ser de três quartos da frota em 2010.
Cavaco Silva foi acompanhado pela primeira vez pelo novo ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, a dois dias de o Governo poder iniciar (segundo a lei) o processo de escolha do novo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA).
Cabe ao Presidente - sob proposta do Governo - nomear o CEMGFA, havendo duas soluções se se mantiver a tradição: ou é reconduzido o titular, general Valença Pinto (Exército), ou é promovido o chefe da Força Aérea (CEMFA), general Luís Araújo.
Recorde-se que Valença Pinto, se for reconduzido, só poderá cumprir 14 dos 24 meses do novo mandato por atingir o limite de idade (65 anos) que o obriga a passar à reforma. Em aberto está o saber-se qual a disponibilidade do general Valença Pinto para continuar, pois opôs-se recentemente à nomeação de um oficial para o estrangeiro por não poder cumprir o mandato até ao fim no activo.
Quanto a Luís Araújo, que ouviu ontem Cavaco deixar palavras de grande apreço pela forma como os militares do ramo cumprem a sua missão, acaba o mandato duas semanas após a cerimónia de posse do CEMGFA. A sua recondução como CEMFA será pacífica, caso Valença Pinto continue. Mas isso depende da disponibilidade de Luís Araújo, pois este general é favorável ao cumprimento de um só mandato - só que mais longo. Garantida, segundo fontes ouvidas pelo DN, é a sua oposição a reconduções parciais das chefias.
Cavaco Silva aproveitou a estada na BA6 para transmitir o seu "profundo apreço pela competência e profissionalismo" demonstrados pelos militares da Força Aérea que concluíram, há dias, a missão de apoio ao processo eleitoral no Afeganistão.
"Foram missões cumpridas de uma forma que prestigia o nosso País e, por isso, uma palavra especial de agradecimento vos é devida. A todos vós, muito obrigado", enfatizou o Comandante Supremo das Forças Armadas.
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