Kaúlza de Arriaga
Descendente de família açoriana, tendo completado o curso superior de Matemática e Engenharia. Formar-se-ia com distinção, mais tarde, nos cursos de Estado-Maior de Altos Comandos, no Instituto de Altos Estudos Militares.
Depois de concluir os seus estudos em Matemática e Engenharia, foi para o Exército Português, como voluntário a 1 de Novembro de 1935, tendo acabado o curso de Engenharia Militar e Civil da Academia Militar, em 1939. Em 1949, terminou o curso do Estado-Maior e dos Altos Comandos do Instituto de Estudos Militares.
Sob ordens de Salazar e Marcello Caetano, foi comandante das Forças Terrestres em Moçambique (1969-1970) e foi Comandante em Chefe das Forças Armadas em Moçambique (1970/1973) durante a Guerra do Ultramar. Foi membro do Conselho da Ordem Militar de Cristo (1966/1974).
Como militar, esforçou-se na reforma dos sistemas de recrutamento e de treino, preocupou-se com a modernização dos transportes aéreos militares e incentivou o Corpo de forças Pára-quedistas e a sua integração na Força Aérea. Ficou conhecido principalmente pelas campanhas militares que comandou em Moçambique, durante a Guerra do Ultramar, sobretudo na grandiosa Operação Nó Górdio (1970), que resultou num enorme sucesso militar que chegou a ser publicamente admitido pela FRELIMO que como consequência dessa operação moveu o seu esforço de guerra para a zona de Tete.
Colaborador fiel de Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano, chegando a ser decisivo no fracasso do golpe de Estado de 1961, Kaúlza teve várias funções de carácter civil e militar, como a de Chefe de Gabinete do Ministério da Defesa, Subsecretário de Estado da Aeronáutica, professor do Instituto de Altos Estudos Militares, presidente da Junta de Energia Nuclear, presidente executivo da empresa de petróleos Angol SA, de comandante das forças terrestres em Moçambique e de Comandante em Chefe em Moçambique.
Depois do 25 de Abril de 1974 foi passado compulsivamente à situação de reserva sendo depois preso no dia 28 Setembro. Sem culpa formada, após 16 meses de detenção foi libertado em Janeiro de 1976. Em 1977 criou o Movimento para a Independência e Reconstrução Nacional (MIRN), um partido de direita, do qual foi presidente até à sua extinção a seguir às eleições legislativas de 1980.
A partir de 10 de Junho de 1994, o general Kaúlza de Arriaga integra a Comissão de Honra dos Encontros Nacionais de Combatentes, junto ao Monumento Nacional alusivo frente ao Forte do Bom Sucesso. Em 21 de Janeiro de 2004, desde há alguns anos afectado pela doença de Alzheimer, dá entrada nos Cuidados Intensivos do HMP-Estrela, onde passaria os seus últimos dias até falecer, às 19h30m de 2 de Fevereiro de 2004; às 13:00 de 4 de Fevereiro foi sepultado no cemitério dos Prazeres em Lisboa.
CondecoraçõesOficial da Ordem Militar de Avis de Portugal (10 de Novembro de 1950)
Espanha Cruz de 2.ª Classe com Distintivo Branco da Ordem do Mérito Militar de Espanha (20 de Junho de 1953)
Brasil Grande-Oficial da Ordem do Mérito Militar do Brasil (21 de Janeiro de 1956)
Estados Unidos Comendador da Legião do Mérito dos Estados Unidos da América (17 de Novembro de 1958), atribuída pelo Presidente Dwight D. Eisenhower
Portugal Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo de Portugal (5 de Março de 1959)
França Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (3 de Novembro de 1960)
Portugal Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (3 de Janeiro de 1961)
Portugal Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal (19 de Dezembro de 1962)
Livros publicadosEnergia Atómica - 1949
Portugal Novo, Grande e Rico - 1962.
Portuguese National Defence During the Last 40 Years and in the Future - 1966
A Defesa Nacional Portuguesa nos Últimos 40 anos e no Futuro (duas edições) - 1966
O Problema Ultramarino Português - 1967
Algumas Questões Nucleares em Portugal - 1969
Message on Taking Over Ccommand of Ground Forces in Mozambique on 15 July 1969 - 1969
Guerras Coloniais e Descolonização : Entrevista - 1970
A Solução Portuguesa - 1971
A Luta em Moçambique : 1970-1973 (duas edições) - 1973.
The Portuguese Answer - 1973
Coragem, Tenacidade e Fé (duas edições) - 1972
A Conjuntura Nacional e a Minha Posição perante o Momento Político Português (duas edições) - 1976
Pontos Programáticos de um Novo Presidente da República - 1976
No caminho das Soluções do Futuro (três edições) - 1977
A Proposta-MIRN : Comunicação ao País em 28 de Junho de 1977 - 1977
África - A Vitória Traída (co-autor) - 1977
Guerra e Política : Em Nome da Verdade, os Anos Decisivos (duas edições) - 1987
Estratégia Global - 1988
As Tropas Pára-Quedistas Portuguesas 1956-1993 (pref. Kaúlza de Arriaga) - 1992.
Sínteses (duas edições) - 1992
Maastricht : Pior ainda que o "25 de Abril"!? - 1992
Wikipédia