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Actualizaçao do tema.PUBLICO 13/11/2005
Brasil investe 8,55 mil milhões de euros na produção de etanol
Vão ser plantados milhões de hectares de cana de açúcar, construídas novas fábricas e melhoradas infra-estruturas
O Brasil vai investir 8,55 mil milhões de euros nos próximos sete a oito anos para duplicar a sua produção de etanol de modo a satisfazer os elevados níveis de procura que o chamado "petróleo verde" tem vindo a ter no mercado nacional brasileiro e internacional. Com este montante, a União da Indústria Agrícola da Cana de Açúcar (Unica) prevê conseguir "aumentar a produção de álcool e açúcar entre 60 a 70 por cento", disse à AFP o presidente, Eduardo Pereira de Carvalho.
O investimento irá permitir plantar milhões de hectares de cana de açúcar, construir novas fábricas de produção de álcool, mas também melhorar as infra-estruturas necessárias para o transporte e armazenamento do etanol como terminais portuários, oleodutos e depósitos. O objectivo é aumentar a produção de etanol dos actuais 16 mil milhões de litros para os 30 a 32 mil milhões em 2013, adiantou o presidente da Unica. Meia centena de novas fábricas estão já em projecto, que se juntarão às 320 já existentes e que serão alargadas.
Embora a exportação seja hoje quase nula, a intenção é, em 2013, encaminhar um quarto da produção de etanol para os Estados Unidos, Colômbia, Europa, China, Japão, Índia
Com o aumento rápido do preço do crude, a indústria automóvel brasileira acabou por mostrar que o etanol é uma boa alternativa, depois de alguma hesitação inicial. Em Outubro, 70 por cento das viaturas produzidas no país estavam já equipadas com motores bi-fuel (gasolina e álcool). Apenas dois anos e meio depois do lançamento deste bi-fuel, há já um milhão de automóveis nas estradas brasileiras que podem consumir, indiferentemente, etanol ou gasolina. Até ao fim do próximo ano, mais de 90 por cento dos veículos saídos das fábricas brasileiras serão bi-fuel, prevê o presidente da Unica. Mesmo com a duplicação da produção não haverá problemas de escoamento, diz. Hoje, a gasolina brasileira já contém um quarto de álcool puro - a 100 por cento.
Segundo Rogelio Golfarb, presidente da Associação dos Construtores de Automóveis, este é um mercado regido "pela oferta e não pela procura". "O ritmo das matrículas de veículos bi-fuel depende do ritmo de lançamento" de novos modelos, afirmou.
Além disso, o Brasil começou a produzir este ano em série o primeiro avião a álcool do mundo, o Ipanema, usado para fumigação agrícola, e quer equipar os pequenos aviões com motores a etanol.