Muito bem. Reposta a discussão onde ela, em minha opinião deve ficar, aqui neste "forum", onde de facto se devem discutem opiniões e ideias, sobre os temas a que nos propomos, acho que só faltou referir pelo "papatango" quando analisou a opção aviocar tomada no início da década de 70, que ela mesmo só foi opção, porque outros mercados de vendas de armas, nomeadamente o americano, se encontrava fechado à venda a Portugal em virtude da política africana seguida pelo governo de então. Por isso a opção Aviocar para substituição progressiva dos "dakota" e Noratlas e não os C-130, que se pretenderam na altura adquirir aos Estados Unidos.
A frota dos Aviocar, que não chegou a ir para a Africa, pagou também ela os custos da sua juventude, tendo sido perdidas duas unidades e respectivas tripulações, uma no continente outra nos Açores.
Quando introduzi o tema, foi no estrito sentido de analisar o facto de dos doze aviões previstos, existir uma opção de 5 para missões de vigilância maritima, isto é, com funções que pela sua natureza e pela dispersão geográfica de Portugal, significará destacamentos nas Regiões Autónomas e no Continente. Esta opção desviará certamente estes aviões de outras missões, como aquelas que apresenta, as quais ficarão a cargo da restante (7) frota, número que aliás me parece correcto para as reais necessidades do País.
Ora é em torno dos 5 previstos para missões no mar, que importa discutir, tendo como alternativa a já "rumorada" aquisição de meios anfíbios para a "Protecção Civil". Se a opção desta, for os Canadair, em número de 6, estamos a adquirir meios aéreos, que entre outras missões estritamente ligadas à Protecção Civil, estão aptos a fazer vigilância maritima. Por isso a minha questão inicial. Não será de equacionar estas propaladas aquisições de forma a melhor rentabilizar os meios aéreos ao nosso dispor.
É que, igualmente deve saber, que não basta ter dezenas de aviões, como ainda sucede no caso da frota dos Aviocar.
Sabe por acaso quantas tripulações se encontram aptas, neste momento, para voar os 22 212-100 mais os 2 212-300. E quantos destes se encontram neste momento verdadeiramente operacionais.
Já agora uma referência ao papel da NATO. Estranho que os Países ainda não tenham percebido o que v. já percebeu. Isto é, de nada serve a NATO, porque já não há nem os russsos (penso que queria referir soviéticos e o comunismo). Não tem sido esse o entendimento, nem o deverá ser nos próximos anos, enquanto não existir uma Europa Militar, a par da Europa Política e Económica.
Os tempos mudaram meu caro, é que se a NATO, teve entre outras vantagens o facto de ter evitado até agora um conflito entre dois vizinhos desavindos (Grécia e Turquia), muito mais ficará estabilizada a situação, se esta última vier a entrar, como pretende, para o espaço único europeu.
O que é facto, é que para além da natureza inicial da NATO, muitas alterações vieram a ser introduzidas ao longo dos anos nas suas regras de funcionamento e até na sua zona geográfica de actuação. Por isso não vale a apena ficar agarrado ao motivo e momento da sua criação.
Quanto ao tema EUROPA, não comungo da sua visão catastrofista. Claro que existe muito trabalho a fazer e muitos aspectos a melhorar, nomeadamente no que se articula com o papel dos cidadãos nesta mesma Europa, mas v. interrogue-se, situando-se há quinze anos a trás, sobre a viabilidade de uma união política e económica de 25 Países e olhe para o que se passa hoje. A resposta irá certamente ajudar a entender que a catástrofe não está no nosso horizonte.
Cmpts e Bom Natal a todos