A sua afirmaçao sobre a capacidade de uma munição de AK-47 furar um carril, veio na sequência desta frase:
a munição da G-3 furava os galhos, onde a munição da AK-47 não o conseguia fazer.
Nesta, eu afirmo aquilo que tenho vindo a dizer sobre aquele armamento russo: A potência da munição, inevitavelmente produzirá sempre resultados inferiores quando se faz uma comparação entre os equipamentos AK-47 e G-3.
A «propaganda» sobre a AK-47 é muitas vezes destinada a pessoas relativamente mal informadas, que ficam espantadas quando se lhes explica que a G-3 é uma arma claramente mais potente que a AK-47, evidentemente por causa do tipo de munição utilizado.
Existem, como o Luso referiu atrás, argumentos que explicam a vantagem táctica da AK-47 face à G-3 a pequenas distâncias.
Mas isso não transforma a AK-47 numa arma mais potente, como você pareceu querer dar a entender, ao afirmar que tanto quanto sabia a AK-47 até furava um carril. Aliás, desse ponto de vista, a curtas distâncias, uma força armada com uma pistola-metralhadora, não terá total vantagem sobre outra que utilize espingardas, seja qual for o modelo ?
Isso fará com que uma pistola-metralhadora seja mais poderosa que uma espingarda ?
Quanto às placas de metal elas são utilizadas para medir as capacidades de todas as armas.
Tanto a AK-47 furará metal, como outras armas o farão.
Mas as Leis da Física, afirmam que a munição da G-3, perfurará sempre mais que a munição da AK-47, e eu arrisco que isso acontecerá mesmo se for utilizada munição perfurante, que no caso da AK-47 é, tanto quanto sei uma raridade.
Uma questão interessante, e já clássica, é a da vantagem da substituição do actual calibre standard 5.56, que aparentemente tem sido alvo de queixas.
Mas mesmo as queixas têm que ser vista no seu contexto. O pessoal tem sempre o hábito de se queixar do patrão. Os portugueses queixavam-se da G-3, os alemães queixam-se da G-36, os americanos fazem críticas à M-16 e por aí fora,
O pessoal que utiliza a arma operacionalmente, tem sempre alguma coisa contra, alguma coisa a apontar, porque gostaria de possuir a melhor arma em todas as situações.
O problema é que não podemos fazer isso, a não ser que atribuamos continuamente mais que uma ou duas armas a cada soldado...
A demasiada proximidade dos teatros de operações, que implica sempre falta de objectividade, é uma das razões que explica que a opinião dos militares sobre um equipamento (sendo naturalmente extremamente valiosa), não pode ser considerada como absoluta, e é por isso perigoso dar-lhes o poder de decisão sobre aquisições.
Nunca haverá uma decisão sobre a aquisição de armamentos que seja incontestável. Um militar que tiver estado no Afeganistão, vai pensar uma coisa, quando um que tiver estado numa selva, vai concluir algo oposto.
Cumprimentos