Notícias da Marinha

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3210 em: Julho 11, 2025, 11:06:00 am »
Convinha era passar das palavras aos atos

Conversa têm eles muita
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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dc

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3211 em: Julho 11, 2025, 03:18:06 pm »
Existem no discurso, outras questões bastante interessantes além das mencionadas.

A começar desde logo pela identificação das 3 "frentes" (Europa/ameaça russa, Atlântico/nossa área de responsabilidade e África). Algo vai contra as prioridades apontadas pelo PS há coisa de poucos anos.

Passando pela "concorrência desleal" que é feita por parte da GNR, com o constante ganho de competências, muitas vezes duplicadas das FA, e em que atraem pessoal dos ramos militares (exemplo dado das operações especiais/unidades de intervenção, que procuram especificamente militares das operações especiais, DAE ou PelBoard).

Também é importante a menção aos vários factores relativos à falta/perda de pessoal. Dos quais destaco a distância.
Já se sabia que, a não ser que a Marinha pagasse 2000 euros mensais a cada praça, dificilmente haveria incentivo para um cidadão do Porto ou de Faro se deslocar para o Alfeite para a Marinha (sendo muito mais fácil ir trabalhar num supermercado ou ingressar nas FS).

E neste contexto, não se compreende como não se tentou aumentar a atractividade regional, ao ter navios (patrulhas) permanentemente sediados (num ponto de apoio naval ou futura base naval) na sua área de operação, com guarnição inteiramente local.

Mencionar também a admissão do estado das reservas de guerra. E a forma como sente urgência por parte dos aliados face a potenciais conflitos em contraste com a falta de urgência sentida em Portugal.

E o tema do duplo-uso, é algo que há muito tempo precisava de ser falado e debatido.
Finalmente temos alguém que coloca a questão a nu. Já basta de adquirir meios dando prioridade à utilidade civil.
 

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yuwanko

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3212 em: Julho 11, 2025, 04:22:39 pm »
Existem no discurso, outras questões bastante interessantes além das mencionadas.

A começar desde logo pela identificação das 3 "frentes" (Europa/ameaça russa, Atlântico/nossa área de responsabilidade e África). Algo vai contra as prioridades apontadas pelo PS há coisa de poucos anos.

Passando pela "concorrência desleal" que é feita por parte da GNR, com o constante ganho de competências, muitas vezes duplicadas das FA, e em que atraem pessoal dos ramos militares (exemplo dado das operações especiais/unidades de intervenção, que procuram especificamente militares das operações especiais, DAE ou PelBoard).

Também é importante a menção aos vários factores relativos à falta/perda de pessoal. Dos quais destaco a distância.
Já se sabia que, a não ser que a Marinha pagasse 2000 euros mensais a cada praça, dificilmente haveria incentivo para um cidadão do Porto ou de Faro se deslocar para o Alfeite para a Marinha (sendo muito mais fácil ir trabalhar num supermercado ou ingressar nas FS).

E neste contexto, não se compreende como não se tentou aumentar a atractividade regional, ao ter navios (patrulhas) permanentemente sediados (num ponto de apoio naval ou futura base naval) na sua área de operação, com guarnição inteiramente local.

Mencionar também a admissão do estado das reservas de guerra. E a forma como sente urgência por parte dos aliados face a potenciais conflitos em contraste com a falta de urgência sentida em Portugal.

E o tema do duplo-uso, é algo que há muito tempo precisava de ser falado e debatido.
Finalmente temos alguém que coloca a questão a nu. Já basta de adquirir meios dando prioridade à utilidade civil.

Não sei se é a GNR que faz concorrência desleal à Armada ou se a Armada faz concorrência desleal à GNR, visto serem essencialmente funções de polícia e não de marinha de guerra.

Portugal é dos pouquíssimos países da NATO com costa e sem uma Guarda Costeira, sendo que quem faz duplicação é a polícia Marítima, que é a forma mais directa da Armada se apoderar de funções de polícia, mesmo em cursos fluviais e em terra.
« Última modificação: Julho 11, 2025, 05:20:32 pm por yuwanko »
 
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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3213 em: Julho 11, 2025, 05:21:07 pm »
Plano estratégico para Arsenal do Alfeite prevê investimento de 88 ME até 2029

https://greensavers.sapo.pt/plano-estrategico-para-arsenal-do-alfeite-preve-investimento-de-88-me-ate-2029/
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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dc

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3214 em: Julho 11, 2025, 06:42:54 pm »
Não sei se é a GNR que faz concorrência desleal à Armada ou se a Armada faz concorrência desleal à GNR, visto serem essencialmente funções de polícia e não de marinha de guerra.

Portugal é dos pouquíssimos países da NATO com costa e sem uma Guarda Costeira, sendo que quem faz duplicação é a polícia Marítima, que é a forma mais directa da Armada se apoderar de funções de polícia, mesmo em cursos fluviais e em terra.

Pode ser visto para ambos os lados.

O facto é que a GNR tem ganho cada vez mais valências.

Até então, as funções de Guarda Costeira eram feitas pela Marinha. Até à compra dos patrulhas financiados pela UE, não havia concorrência, porque a GNR não tinha meios para esse fim. Quem começou a fazer concorrência à Marinha foi a GNR.

É claro que no meio da luta de galos, a solução era a criação em definitivo de uma Guarda Costeira e pronto. Evitar a duplicação, e de forma a que os meios a adquirir sejam os estritamente necessários para aquelas funções. Esta GC depois devia ter ligações tanto à GNR como à Marinha, no fim de contas, é tudo suposto ser amigo.
 

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yuwanko

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3215 em: Julho 11, 2025, 07:42:15 pm »
Não sei se é a GNR que faz concorrência desleal à Armada ou se a Armada faz concorrência desleal à GNR, visto serem essencialmente funções de polícia e não de marinha de guerra.

Portugal é dos pouquíssimos países da NATO com costa e sem uma Guarda Costeira, sendo que quem faz duplicação é a polícia Marítima, que é a forma mais directa da Armada se apoderar de funções de polícia, mesmo em cursos fluviais e em terra.

Pode ser visto para ambos os lados.

O facto é que a GNR tem ganho cada vez mais valências.

Até então, as funções de Guarda Costeira eram feitas pela Marinha. Até à compra dos patrulhas financiados pela UE, não havia concorrência, porque a GNR não tinha meios para esse fim. Quem começou a fazer concorrência à Marinha foi a GNR.

É claro que no meio da luta de galos, a solução era a criação em definitivo de uma Guarda Costeira e pronto. Evitar a duplicação, e de forma a que os meios a adquirir sejam os estritamente necessários para aquelas funções. Esta GC depois devia ter ligações tanto à GNR como à Marinha, no fim de contas, é tudo suposto ser amigo.

Não era preciso Guarda Costeira nenhuma, bastava que a GNR assumisse as funções e fosse dotada de meios, como acontece mais ou menos aqui ao lado com a Guardia Civil.

Não é preciso inventar muito e criar novas estruturas e novos tachos.
 
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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3216 em: Julho 11, 2025, 07:48:17 pm »
Nenhum sistema / organização - está no ADN - quer perder funções; a Marinha prefere ter menos fragatas e ter praias para vigiar, Policia Marítima, lanchas costeiras, Autoridade Marítima Nacional...

A  GNR - força militarizada - que assuma cada vez mais o litoral... só vejo vantagens; e que haja oficiais de ligação em estruturas conjuntas, treinos, etc.
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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yuwanko

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3217 em: Julho 11, 2025, 11:12:16 pm »
Nenhum sistema / organização - está no ADN - quer perder funções; a Marinha prefere ter menos fragatas e ter praias para vigiar, Policia Marítima, lanchas costeiras, Autoridade Marítima Nacional...

A  GNR - força militarizada - que assuma cada vez mais o litoral... só vejo vantagens; e que haja oficiais de ligação em estruturas conjuntas, treinos, etc.

Nós elegemos representantes para tomarem decisões racionais mesmo que seja contra o desejo das organizações.

Ter uma marinha de guerra a vigiar praias, a salvar banhistas em albufeiras e a guardar rios é absolutamente ridículo e ineficiente.
 
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Re: Notícias da Marinha
« Responder #3218 em: Julho 11, 2025, 11:32:47 pm »
Não era preciso Guarda Costeira nenhuma, bastava que a GNR assumisse as funções e fosse dotada de meios, como acontece mais ou menos aqui ao lado com a Guardia Civil.

Não é preciso inventar muito e criar novas estruturas e novos tachos.

Se com uma Guarda Costeira for mais fácil a Marinha aceitar abdicar das responsabilidades costeiras/civis, porque não?

Qualquer que fosse a solução, teria era que garantir forte cooperação com a Marinha, não só nas questões de patrulha e fiscalização, mas também na Busca e Salvamento costeiro.

Nenhum sistema / organização - está no ADN - quer perder funções; a Marinha prefere ter menos fragatas e ter praias para vigiar, Policia Marítima, lanchas costeiras, Autoridade Marítima Nacional...

A  GNR - força militarizada - que assuma cada vez mais o litoral... só vejo vantagens; e que haja oficiais de ligação em estruturas conjuntas, treinos, etc.

Atenção que a Marinha abdicar das funções costeiras, não é garantia nenhuma de que houvessem mais fragatas.

Se quisermos passar as responsabilidades para a GNR, convinha então que a Marinha tivesse um orçamento condizente com as funções militares e oceânicas.

Se a Marinha perder a vertente costeira, perder os meios associados, possivelmente perder algum Ponto de Apoio Naval, ganhar com a GNR/GC um concorrente para o recrutamento de guarnições, e ainda perder orçamento (a fatia que hoje está associada às vertentes costeiras, PM, etc), e, a sumar a isto tudo, a despesa continuar a sair do Orçamento de Defesa... não só é caso para dizer "vira o disco e toca o mesmo", como é perfeitamente compreensível a resistência da Marinha.

Depois também é preciso garantir que esta GNR com competências de GC, mantém uma dimensão adequada às necessidades do país, e que não se começa a investir a torto, e a ter mais olhos que barriga.