Também não concordo, o estado tem sempre de ter reservas para quando a situação sai do normal, senão nos incêndios também não metiam as FA.
O INEM é do Estado. A proteção civil também. Que sejam estes a ter os meios alternativos. Não a FAP.
Ou então, só a FAP. Que lhe seja atribuída diretamente a missão.
Por essa lógica o Exército também deveria ter uma frota de ambulâncias preparada para avançar a qualquer momento. E também de camiões de bombeiros...
O que isto origina é que a FAP não consegue ter meios específicos para quase nada.
Quanto aos incêndios, e outras situações de crise, as FA's apoiam com pessoal e equipamentos, como os de engenharia, que não necessitam ser modificados e vão desempenhar precisamente as mesmas tarefas.
Um UH60, para estar disponível para o INEM, deixa de poder estar com as configurações normais da FAP.
No meu entender, é um presente "envenenado" para a FAP e limita as suas naturais missões.
Basta ver os EH. Fazem evacuações e SAR, de resto...
As pessoas têm alguma dificuldade em perceber que uma coisa por "ser" do Estado não tem mais capacidade ou menos risco do que uma coisa que está "ao serviço" do Estado.
Os equipamentos tanto podem avariar numa situação ou noutra, os indivíduos que os operam são privados numa situação ou noutra e podem bater com a porta sempre que lhes apetecer, sendo que o Estado pode sempre fazer uma requisição civil aos meios alheios, em caso de necessidade.
A única coisa que o Estado tem que garantir é o que não faz atualmente. São contratos de longo prazo, negociados com antecedência e cláusulas que defendam o serviço. O Estado, como detentor do monopólio da violência, pode sempre fazer valer os seus interesses, nem que seja à força.
Por todo o mundo se recorre a empresas privadas para prestar o serviço de ambulância aérea, combate a incêndios e SAR, e se quer ter meios próprios, pode comprar e atribuir à agência civil encarregue da função.
Em situação de catástrofe os meios aéreos dos forças armadas podem sempre ajudar, sem necessidade de preparação prévia.
Mas pronto, nós não queremos ter forças armadas, somos obrigados a fingir que investimos uns trocos, então vamos fazer de tudo para que o investimento não seja em armamento.
E depois, como diz o ditado popular, quem muitos burros toca, algum deixa para trás. E já sabemos qual fica.