Ou seja, nada de novo.
São os 5.5 de que temos andado aqui a falar desde Abril.
E que estão longe de serem confirmados ou incluídos numa LPM.
Quando forem incluidos os 5.5 (20 anos) numa nova LPM (a 12 anos), vamos passar da LPM actual (supostamente de 5 Mil Milhões) para qualquer coisa como 9 Mil Milhões, só com o projecto do F-35 e sem, claro, o das Fragatas e o do P-8.
Sempre com a conversa dos 5500 milhões do CEMFA. O CEMFA fez uma estimativa, estimativa essa que foi dada por alto, com base em alguns programas de F-35 de outros países. Na compra de F-35 por outros países, o valor tem variado tanto, consoante o que vem incluído no pacote, que o CEMFA pode estar a falhar o valor por uns 1000 milhões de euros.
Já foi dito que o nosso programa de F-35, pode ficar mais barato se:
-houver algum tipo de desconto devido às Lajes (algo que o CEMFA não contabilizou)
-o armamento for comprado à parte, idealmente bem antes da compra dos F-35, optando por armamento que possa ser integrado tanto no F-35 como F-16
Também existem mais moldes em que se podem comprar F-35. Não existe qualquer obrigação de adquirir uma frota completa de 24+ aeronaves de uma só vez, sendo perfeitamente plausível adquirir em 2 batches, para diluir os custos durante mais tempo. Esta opção dependeria de um upgrade aos 19 F-16 PA I num curto prazo.
Quando forem incluidos os 5.5 (20 anos) numa nova LPM (a 12 anos), vamos passar da LPM actual (supostamente de 5 Mil Milhões) para qualquer coisa como 9 Mil Milhões, só com o projecto do F-35 e sem, claro, o das Fragatas e o do P-8.
Isso é culpa do formato das LPMs, e de anos e anos em que praticamente não se investiu nada em Defesa.
Num país normal, a despesa em 12 anos de LPM seria sempre superior aos actuais 5000 e tal milhões (que noutros anos era ainda menos), o que permitia diluir as despesas ao longo de mais tempo/mais LPMs, ao invés de termos 3/4 LPMs seguidas a gastar muito pouco, e de repente uma LPM em que tem que se gastar o dobro ou triplo devido ao mau planeamento.
De qualquer das formas, se os F-35 fossem pagos a 20 anos, então esta verba não caía toda numa LPM de 12 anos, seria sim dividida em 2 LPMs.
Se Portugal realmente gastasse 2% do PIB na Defesa por ano, estamos a falar de ~5600M/ano. Num cenário catastrófico em que 50% deste valor fosse gasto com pessoal, ainda sobravam 2800M/ano para compra de equipamento, manutenção, reservas e infraestruturas. Uma LPM + LIM a cada 10 anos contaria com uma verba de 28000 milhões!
Tendo em conta estes valores extremamente elevados, mesmo que nós gastássemos
apenas 1.5% do PIB na Defesa por ano,
seriam 4200M/ano. Mesmo que se gastassem 3000M/ano com pessoal (exagerado), sobravam 1200M. Destes 1200M, podias aplicar 200M para a LIM (valor bastante elevado), e ainda sobravam 1000M para a LPM.
Uma LPM com 1000M/ano, é mais do dobro do que se gasta hoje, e com este valor, dava perfeitamente para ter umas FA minimamente capazes, com o devido planeamento (dividir os grandes programas em décadas distintas).
Portanto, se cagarem na LPM actual, e realmente gastarem 1.5% do PIB em Defesa, bem gastos e sem trafulhice (rendas dos quartéis, salários das FS), dava perfeitamente para ter F-35 e tantos outros equipamentos que se ambiciona ter.
Podíamos ter uns 2 ou 3 anos a gastar 2% do PIB para tentar recuperar terreno do desinvestimento que houve, e nos anos seguintes manter 1.5% constantes. Podíamos ter 5 anos com 2% do PIB em Defesa, com parte deste investimento (0.2/0.3% por exemplo) alocado à indústria de Defesa (modernização do Alfeite, fábrica/s de munições, de UAVs/loitering munitions, etc, nada de idiotices de Super Tucanos à dúzia), pois só com uma indústria de Defesa a gerar riqueza e empregos, é que a população vai apoiar tal investimento.
Assim, haveria dinheiro para F-35 e muito mais.