A razão segundo li, é essencialmente que cada voo com os mísseis (reais) reduz a sua validade. Isto será particularmente grave, se um país só tiver 2 dezenas de mísseis disponíveis, ou seja, usarias os mesmos mísseis com muito mais frequência, ao contrário do que acontece para quem possui 200 mísseis.
Provavelmente se o QRA tiver que responder a uma ameaça que justifique mísseis BVR, provavelmente serão instalados antes de saírem.
Eu diria acima de tudo munição mais especializada, e por conseguinte mais cara. Normalmente é essa que o nosso país costuma comprar em quantidades irrisórias, como é o caso dos 18 AIM-9X Block II por 21 milhões de euros ou dos 16 ESSM Block 2 por 19,5 milhões de euros.
Porque munição mais barata até temos em quantidades consideráveis, por exemplo bombas Mk.82 de 500lbs e JDAM de 2000lbs, ao ponto de até termos cedido algumas dezenas destas últimas aos nossos aliados nos anos mais recentes.
Certas munição mais especializadas, nem precisariam de ser adquiridas em quantidades astronómicas. Por exemplo mísseis de cruzeiro, se tivéssemos 30-40 já era um luxo. Por outro lado, o mínimo de AIM-9X deveria rondar as 100 unidades, tal como dos AMRAAM.
Corrijam-me se estiver enganado, mas diria que o mínimo olímpico de BVR loadout para missão de supremacia aérea (a principal responsabilidade da FAP) serão 2 AIM-120. Já vi loadouts de 4 e até 6 AMRAAM montados em triple pylons.
Há ainda a questão de stock adicional como reserva.
A configuração com 2 AMRAAM, é a básica para todas as missões em cenários de conflito, juntamente com 2 mísseis WVR. A excepção à regra é se a missão não incluir qualquer tipo de ameaça aérea, nomeadamente contra-terrorismo, onde os aviões podem ir sem mísseis BVR.
Missão ar-superficie: 2 AIM-120, 2 AIM-9X + 2/4* munições especializadas para a missão (bombas guiadas, mísseis anti-navio, mísseis de cruzeiro, etc).
*2/4 consoante o número de depósitos necessários e consoante o tipo de munição. Por exemplo um F-16 pode receber calhas para 4 SDB/StormBreaker num único pylon.
Missão ar-ar: 2 AIM-9X e 4 AIM-120, podendo em alguns casos andar com 5 AIM-120 e apenas 1 AIM-9X, ou até mesmo com 6 AMRAAM. A versão V pode em princípio ter a calhar tripla, o que permite números entre 8-10 AIM-120.
Hoje em dia tens a missão C-UAS. Que pode incluir algo como 4 AIM-9L ou outro míssil equivalente, e 2-4 pods de APKWS-II (em missões de defesa do território nacional onde não haja ameaça de outras aeronaves), ou pode incluir a configuração genérica de 2 AIM-120, 2 AIM-9X e os mesmos pods de APKWS-II.
Para chegar aos números de munições necessárias, vai depender muito da ambição e que outros meios existirão para desempenhar a mesma função.