Desculpe lá mas isso não faz sentido nenhum, quando havia os Alpha Jets as missões eram as mesmas e não havia esses problemas ou o mesmo era feito sem problema
Há quantos milénios os Alpha Jet não fazem CAS? Não vamos estar aqui a iludir ninguém. Os Alpha Jet nunca foram destacados em lado nenhum. Também não ias destacar M-346 em África, mesmo que houvesse dinheiro para os comprar.
Portanto, aqui temos uma grande diferença entre a 103 com os Alpha Jet, aquilo que seria a 103 com um M-346 ou T-50, e aquilo que querem que seja a 103 com os ST.
Os ST é para criar destacamentos em África, as outras opções não seriam.
Numa FAP que se vê à rasca para manter a frota de F-16 toda operacional, não faz sentido procurar uma aeronave adicional LAA. Sai mais barato colocar a frota F-16 em condições, e com o armamento adequado, a fazer CAS, no caso raro em que pudesse ser necessário cumprir tal missão. Comprar aeronaves de propósito com base numa premissa hipotética, é uma estupidez absoluta.
A isto acresce que, "na altura", a falta de pessoal não era tão crítica, havendo até o sonho de ter 40 F-16 em serviço.
Hoje em dia, e no futuro próximo, a função de um LAA, passará a ser feita por UCAVs. Uma aeronave de treino a jacto oferece a uma Força Aérea um caça de segunda linha (alguns deles até com capacidade BVR). Um aeronave de ataque a hélice fica sem nicho.
provalvelmente será preciso as 12 ou até mais, pois os pilotos para os C130/KC390/C-295 também podem vir a fazer formação nos mesmos meios (Uma vez que a FAP quer acabar com os chipmunk não sei até que ponto parte do treino pode passar para o LAA, pois não sei se os Epsilon partilham algum systema que o LAA pode vir a ter e os Cargueiros tb tenham).
Não. Para treino avançado não são precisos mais que 8 para a quantidade de pilotos que se forma. Para os plurimotores, fazia sim falta uma aeronave de plurimotor mais ligeira (tipo um Cessna 310 ou o tal avião português bimotor desenvolvido pela CEIIA). Não faz sentido formar pilotos de KC-390 num ST.
E não, o Chipmunk é suposto ser encostado, mediante substituição por uma nova aeronave a hélice barata. Se o TB-30 não é capaz de treinar pilotos para os cargueiros, o Chipmunk ainda menos seria.
Em relação ao ST não existe versões de combate e treino existe, o avião pode é levar mais ou menos equipamento, contudo o equipamento necessário para missões de treino de armamento deverá incluir quase todo o material necessário para as missões CAS (se necessário)
Existe versão militar e versão "menos militar". Um ST estritamente dedicado a treino, não precisa de vir com as .50 nas asas, nem com blindagem, nem é preciso comprar sensores EO/IR, nem contramedidas, nem nada dos extras necessários para o usar como aeronave de combate.
outra coisa é o treinar pessoal para destacamentos, o pessoal que vai para os destacamentos é o pessoal que está nas esquadras no dia-a-dia, não sei onde arranja essa ideia de ser preciso mais pessoal para destacamentos, já alguma vez viu um concurso para treinar pessoal os destacamentos dos F-16?
Errado. As esquadras de F-16 são esquadras puramente de combate, logo todo o pessoal é considerado "destacável". Os pilotos são pilotos de combate e pronto, e o pessoal de terra, que é considerado insuficiente, vai ter que estar preparado para a eventualidade de ser destacado.
A Esquadra 103, é uma esquadra de treino. Se a aeronave adquirida, tiver funções estritamente de treino, a quantidade necessária a adquirir é menor, que faz com que a quantidade de pessoal de terra seja menor.
Se a aeronave adquirida for também para CAS em TOs externos, tens que comprar mais aeronaves, e aumentam as necessidades de pessoal para sustentar a frota.
A isto acresce que, uma aeronave que se limite a missões de treino, em pistas bem pavimentadas, por períodos relativamente curtos, tem menos exigência em termos de manutenção e sobretudo a sua frequência.
Por outro lado, a mesma aeronave, em missões de combate num TO externo, a ter que operar em pistas de terra batida, com armas e depósitos de combustível nas asas, mais a blindagem, e que terá que voar por períodos de tempo mais longos, e com maior frequência, terá exigências de manutenção maiores. Isto exige mais pessoal.
Vou explicar com umas contas de merceeiro. Vamos supor que cada ST precisa de um mecânico para estar operacional em condições normais.
8 ST adquiridos estritamente para treino - 8 mecânicos
12 ST adquiridos para treino + CAS em África - 12 mecânicos... com 4 ST destacados, o nº de mecânicos destacados tem que ser reforçado, para fazer face à maior exigência.
Agora, quanto aos outros não sei, mas eu prefiro ter menos STs, em quantidade QB para treino, e utilizar esse pessoal de terra adicional para as esquadras de F-16 por exemplo.
O programa LAA é um programa para subtituir os Alpha Jet e possivelmente reactivar a esquadra 103, não se está a inventar nada de novo nem diferente do que se fazia no passado, a unica questão seria se faz ou não sentido optar uma aeronave a helice ou a jato para treino avançado, e aí dos diversos relatórios indica idealmente o meio a jato seria preferivel mas que o turbopropulsor também serve e os pontos a favor são superior aos contra e é possivel contornar sem grande prejuizo os pontos negativos.
Sim, está-se a fazer "algo de novo". Os destacamentos em África, a principal razão da conversa do LAA, representam algo completamente diferente daquilo que era o leque de missões da 103. Não fosse a fantochada de CAS em África, ter-se-ia optado logo por uma aeronave mais adequada e/ou mais barata para desenrascar.
Relativamente ao trabalho académico apresentado.
1. É de notar o nome do trabalho, que nem se dá ao trabalho de disfarçar. "Light Attack Aircraft". Outros países que queiram substituir aeronaves de treino avançado, não dão aos programas nome de "LAA" ou "CAS". O trabalho visa simplesmente favorecer a aquisição do ST. Podia ser uma brochura da Embraer e não se notava diferença.
2. Com base no trabalho e nas necessidades reais, concluímos que:
-Se a intenção era substituir os Alpha Jet por uma solução a hélice, prática e barata, a opção certa seria o PC-21 (e sim, pode usar NVG no cockpit).
-Se a intenção era ter uma aeronave de treino avançado, com capacidade de combate, e eliminarmos qualquer fantasia de destacamentos em África, o TA-50 é a melhor opção.
-Se a intenção é fazer CAS/ISR/COIN em África, a melhor opção é um UCAV, não pondo pilotos em risco, e optando por uma solução pragmática para a Esquadra 103 - PC-21.
-Se a intenção é adquirir STs à força toda, porque a chantagem da Embraer tem dessas coisas, então que se tenha a decência de largar o critério CAS/COIN em África, e que se comprem, no máximo, 8 aeronaves.
PS: A Polónia pagou 705 milhões de dólares por 12 FA-50 Block 10. A versão TA-50 é mais barata, menos capaz, mas como aeronave de treino avançado e com capacidade de combate chega bem. A aquisição de 8 desta versão, seria mais cara que os 12 ST (aprox. o dobro), mas oferece uma aeronave muito mais capaz, resolvia o problema da esquadra 103 por muitos e bons anos (no máximo ampliava-se a frota um dia mais tarde), e a FAP voltava a ter capacidade de treino dissimilar para os F-16 (algo que o Tucas não consegue, porque treinar pilotos de F-16 contra um turboprop é muito diferente de tentar fazê-lo contra um caça a jacto).