A rampa permite quase duplicar o tempo de voo dos drones. Por isso é bastante importante. E permite evolução dos drones a usar. Até podem ser Ogassas agora mas poderão ser outros daqui a 10 anos. Eu não tenho nada de megativo a dizer sobre este navio. Parece-me uma boa utilização dos recursos disponíveis.
A rampa pode ajudar, mas não é esse o problema. O navio não vai ser muito grande, logo não vai ter espaço para UAVs com grande envergadura de asas. O San Giorgio é talvez o mais próximo em termos de design/dimensões que podemos encontrar no mundo real, portanto já podemos comparar a partir daí.
Os drones que poderão descolar da rampa, continuarão a ser de dimensões reduzidas, como os Ogassa com os seus 4,2 metros de envergadura e pouco mais. Essencialmente, drones civis, sem qualquer capacidade de serem armados, a não ser que, do que existe actualmente no mercado, se fossem comprar MQ-8B ou Camcopter S-100.
E é aqui que vem o problema: andam com a falar deste navio, como se fosse um navio de guerra, para o futuro da guerra, quando na realidade, nem estará armado para se defender, nem estará equipado com drones armados, nem terá escoltas de jeito que potenciem o seu uso. Resumindo, é um navio civil, hidrográfico, com capacidade para drones de vigilância, mas que infelizmente, já estão a querer dar um passo maior que a perna, ao tentar colocá-lo num patamar acima do que é suposto.
Os Turcos tinham um "porta aviões" pronto para receber os F35 turcos quando os americanos expulsaram a Turquia do clube dos F35.
Vai daí e os turcos apresentaram logo a ideia de encher o porta-aviões com drones BAYRAKTAR:
https://www.navalnews.com/naval-news/2022/02/will-turkey-modify-its-future-lhd-to-carry-more-uavs/
Mantendo a rampa...
Agora... como eles aterram - isso já não sei. É que um navio move-se e não me parece que se consiga agarrar um drone desse tamanho numa rede (solução usada para drones mais pequenos lançados de uma catapulta como uma fisga). Parece-me que vão sempre ter que aterrar na vertical.
Mas lá está, o navio turco, baseado no Juan Carlos I espanhol, tem "apenas" 230 metros de comprimento, 32 de largura e desloca 26000 toneladas. Ou seja, desloca aproximadamente o mesmo que todos os navios da MGP somados. Por isso é que digo, estar a olhar para o nosso navio, que não deve passar dos 110 metros, e que custará uns meros 100 milhões, como se fosse um desses navios com 200 ou mais metros, que custam acima de 600 milhões, não faz grande sentido.
No porta-drones turco, devem usar cabos para "travar" os UAVs. Os turcos até estão a desenvolver um UAV naval a jacto, logo precisarão de algo bem robusto para os "apanhar".
Entretanto ocorreu-me, o Ponto de Apoio de Tróia, da Marinha, tem lá uma pista de aterragem, usada para UAVs. Deve ser lá que vão testar UAVs para o dito navio.