Não é de todo uma barbaridade, pois já se equacionou vender todos os F-16 enquanto ainda possuem valor militar e seguir para a frente com o F-35A.
Cps,
Só isso ter sido eventualmente equacionado já é também em si uma autêntica barbaridade. Os F-16 MLU, juntamente com os 2 submarinos, são os únicos meios credíveis ofensivos e defensivos que possuímos actualmente; não são nem a BD, nem os Stinger e muito menos a dúzia de Leo 2A6NL que se encontram operacionais. Essa alarvidade deve ter sido proferida pelo mesmo oficial de alta patente que um dia afirmou ser um enorme risco possuir helicópteros pesados de transporte.

Torno a afirmar: Portugal explora sensivelmente apenas metade da capacidade operacional do sistema de armas polivalente que é o F-16M; em dúvida, basta ir consultar as capacidades instaladas em cada OFP do programa MLU, e comparar com aquelas existentes na nossa frota de caças. É um exercício penoso. Daí que esta plataforma, devidamente actualizada e modernizada, deva continuar ao serviço do país, mesmo operando lado a lado daqui a uma década com o seu sucessor, porque possui ainda muita vida para dar, e isto tanto nos aparelhos adquiridos novos (Peace Atlantis I), como nos que vieram em segunda-mão (Peace Atlantis II).
Além disso, ficar sem caças abriria um precedente extremamente perigoso, numa altura em que apesar de podermos estar perante o arranque do possível terceiro conflito à escala mundial, os nossos governantes acham que afinal não se passa nada demais, que isso é lá longe, que a NATO toda chega e sobra para dar conta do assunto (sem nós, obviamente), e que a verdadeira emergência é a subida da inflação e o controlo do défice e da dívida pública do Estado. A revisão da LPM, que terá lugar entre o final deste ano e o princípio do próximo (palavras do PM), deverá ser algo fantástica pois o Governo não está minimamente disposto a entrar em loucuras, continuando a empurrar os dossiers mais importantes para o fim desta ou próxima década, numa altura em que provavelmente já lá não estarão.
Se ficássemos sem os F-16, alguém teria de assegurar a defesa do nosso espaço aéreo, continental e insular; provavelmente Espanha, ou os Estados Unidos, ou quem sabe até mesmo o Reino Unido; não é líquido que os EUA nos viessem imediatamente fornecer F-35 se abdicarmos dos MLU, não estamos na fronteira Leste, não somos prioritários. E mesmo a hipotética vinda futura do F-35A para a FAP reveste-se ainda de muitas incógnitas, nomeadamente se terão de ser financiados na íntegra pelo Estado Português, ou parcialmente pelos norte-americanos como contrapartida do uso das Lajes. Perder a nossa única capacidade aérea defensiva e ofensiva deverá estar sempre fora de questão, a não ser, lá está, se nos quisermos tornar noutra Albânia ou Macedónia do Norte no seio da NATO. Até mesmo o termo "irlandização das Forças Armadas" poderá estar prestes a perder todo o sentido, visto as movimentações naquele país com o objectivo de aumentar as capacidades defensivas autónomas do mesmo.
A FA da UKR, irá receber F-15C/D ex-LN (USAFE) e F-16C/D Block 30 da ANG e USAF.
Cps,
Onde é que isso está escrito? Tinha lido, não há muitos dias, que embora o Congresso norte-americano tivesse dado autorização a pilotos ucranianos para iniciarem o treino nos F-15 e F-16, a transferência destes sistemas de armas estaria ainda vedada.
Aliás, pessoalmente não sou muito a favor desta opção, pois por um lado poderá levar a uma escalada algo acentuada e repentina do conflito, bem como à hipótese de fornecer aos russos acesso a mais material ocidental importante em caso de abate. Especialmente falando dos F-15C/D dos "Grim Reapers", que estavam em Lakenheath, e que se encontram equipados com o radar AESA AN/APG-63(V)3. E também é estranho neste último caso porque as aeronaves vindas de Inglaterra foram imediatamente distribuídas por bases da ANG, de Massachussets à Florida, devido à escassez de caças de defesa aérea.
Segundo relatos nas redes sociais, os russos já terão na sua posse e a estudar vários exemplares de NLAW, Javelin, Brimstone e mesmo Harpoon, entre outros, pelo que um F-15C ou F-16C com AIM-9X e AIM-120C seja um troféu e pêras caso o consigam abater, tanto para estes como para os chineses. E se todos nós queremos que a Rússia seja derrotada e pelo menos empurrada de volta para o seu território, penso que ninguém deseja um conflito nuclear, mesmo de pequena escala, que não será benéfico ou vitorioso para nenhum dos lados.