Não esquecer a cada vez mais importante componente EW/ECM. O controlo do espectro eletromagnético é fundamental e será cada vez mais relevante no futuro.
Mesmo sendo um sistema amaricano, o Madis e/ou outros sistemas equivalentes em meios mais pesados são fundamentais.
Se houver alternativa europeia de valências equiparadas, tanto melhor.
Sem dúvida. Só que é sempre mais difícil definir quais os sistemas a adquirir para essas funções, e em que veículos podem ou não ser implementados. Na pior das hipóteses, pode-se procurar uma solução simples e pragmática, que é adquirir viaturas logísticas modificadas para EW/ECM.
Também não incluí a tão necessária componente de pequenos UAVs, mas que devem fazer parte tanto das unidades de reconhecimento, como de artilharia.
Falei bastante por alto.
Eu continuo a perceber a existência de 3x "Grandes Unidades" escalão Brigada... somos 10 milhões de habitantes, conseguimos "no papel" qb (mas com estrutura já existente) ter essas unidades - e em caso de mobilização já existem (haja material).
A questão é que, manter o sistema de 3 brigadas a pensar apenas numa mobilização, é um desperdício de recursos, e apenas torna mais difícil a tão necessária modernização do EP.
A estrutura que "existe", é apenas no papel, e tem tantas lacunas, que existir ou não existir vai dar praticamente ao mesmo.
Resumindo, num país que tenha reservas de material, neste caso veículos, pode fazer sentido manter um sistema de 3 brigadas, pois as forças mobilizadas terão acesso a material num espaço de tempo relativamente curto.
No caso português, não há viaturas na reserva seja para a BrigMec, seja para a BrigInt, logo a mobilização de pessoal estará sempre dependente da compra do material necessário. Sem o material, a estrutura vale zero, pois este pessoal mobilizado não terá meios para treinar. Logo, manter as 3 brigadas, não adiantou de nada.
Ao ter 2 brigadas - BRR + Brigada Mista - não existe qualquer desvantagem, pois consegues expandir ambas, reforçando-as com pessoal e meios, seguindo a mesma estrutura, e até implementando melhorias fruto das lições aprendidas num conflito da altura.
A estrutura já existiria, e seria algo com pés e cabeça e com doutrinas criadas. A actual BrigMec tem tanta falta de equipamento e valências essenciais, que por mais que quisessem não conseguiam criar uma doutrina para um conflito moderno.
O problema é outro... é não ter em cada Brigada 1 batalhão totalmente equipado e a 100% (ou próximo disso) de pessoal; a Brigada é "administrativa" - mesmo uma 1 apenas dificilmente estaria 100% operacional e estavam a ver ser totalmente projectada? E quem ficava para rendições, reserva, etc?
É mais fácil ter 1 Brigada Mista, capaz de destacar 1 batalhão e aprontar o 2º, do que ter 2 Brigadas separadas, em que cada uma é capaz de destacar 1 batalhão (com sorte), mas depois não consegue fazer a sua rendição por falta de pessoal e/ou meios.
Até neste aspecto a Mista é superior. É também superior na medida em que os batalhões são padronizados (iguais entre si), portanto o que estiver destacado será rendido por um batalhão igual. A ideia por trás dos Agrupamentos Mecanizados já é esta, conseguir formar uma força mista, mais ou menos credível, só lhe falta equipamento, e este formato passar a ser o padrão de uma grande Brigada.
Eu olho para a Mista, com uma ideia de 3 batalhões. Esta brigada deveria ser capaz de edificar, depois de todos os problemas resolvidos em termos de equipamento e pessoal, 3 batalhões idênticos. Isto permite ter permanentemente 1 batalhão destacado/em prontidão, 1 batalhão em aprontamento/standby, e 1 batalhão por aprontar (pessoal novo ainda em fase de formação, veículos parados para manutenção, etc).
Será sem dúvida um desafio encher 3 batalhões desta brigada, mas é bem mais fácil do que encher 2 batalhões para a BrigInt e outros 2 para a BrigMec.
O meu objectivo, era que o Exército, com as suas mais variadas vertentes, fosse capaz de destacar uma força da dimensão de uma brigada. Começando por 1 batalhão completo desta Brigada Mista (com todo o material necessário), passando por 1 batalhão/companhias da BRR (se necessário reforçadas/rendidas por uma FFZ), uma bateria AA (médio alcance), uma unidade de engenharia, transportes, etc, passando por um destacamento do futuro UALE (3/4 helicópteros). Este deveria ser o objectivo base, e que depois houvesse capacidade de render esta força, por outra exactamente igual.
Na
minha opinião, o formato actual traz mais entraves e desafios que outra coisa. É demasiado ambicioso e irrealista para a nossa realidade, e para um país cujas prioridades em defesa são as componentes aérea e naval.
Também na minha opinião, não faz sentido ter os objectivos tão baixos no que respeita à nossa capacidade de aprontar e destacar unidades. Soa muito a dois pesos e duas medidas, ora de um lado ambiciona-se ter 3 brigadas, ora do outro quer-se apenas ser capaz de formar um batalhão reforçado para a NATO.
É parecido ao que se vê na Marinha, ora querem um grandioso LPD para fazer poderosos desembarques anfíbios, ora contentam-se com 2 fragatas praticamente obsoletas para contribuir para a NATO. Mínimos de um lado, megalomanias do outro.