A Brigada Mecanizada (-) (-) .

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #405 em: Fevereiro 25, 2025, 07:39:14 pm »
Bonito bonito é algumas das "forças" dessa contribuição portuguesa terem nascido como escalão companhia, descido para escalão pelotão e atualmente nem chegarem ao escalão secção...

O problema não deixa de ser o mesmo de sempre: se as ordens de batalha estivessem todas sequer a 50%, nem material havia para as equipar. Portanto o que ainda vai safando a coisa, é a falta de pessoal.
Isso e canibalizar recursos de uns lados para os outros, para fingir que temos a tal brigada.
 
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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #406 em: Fevereiro 25, 2025, 10:37:38 pm »
Bonito bonito é algumas das "forças" dessa contribuição portuguesa terem nascido como escalão companhia, descido para escalão pelotão e atualmente nem chegarem ao escalão secção...

O problema não deixa de ser o mesmo de sempre: se as ordens de batalha estivessem todas sequer a 50%, nem material havia para as equipar. Portanto o que ainda vai safando a coisa, é a falta de pessoal.
Isso e canibalizar recursos de uns lados para os outros, para fingir que temos a tal brigada.

Pois....

Cmd do 2BIMecRodas:

" Sobre o MATERIAL, elencam-se dificuldades em  três grandes áreas, designadamente, na disponibilidade de Viaturas Pesadas e atrelados; meios de comunicações para todas as subunidades, quer de rádios veiculares Rádio Tático PRC 525, quer rádios portáteis tipo “Marconi”; meios informáticos
portáteis, nomeadamente computadores e, ainda o estado de conservação das VBR PANDUR e o empenhamento em simultâneo nas missões no
estrangeiro."

"Atualmente existem dificuldades ao nível da disponibilidade de tendas, situação que poderá ter impacto na projeção da força."

" Quanto à INTEROPERABILIDADE, destacam-se os desafios para estabelecer comunicação com as viaturas da família M113, nomeadamente com o PelACar e o PelMortPes, em virtude de estas não terem instalado o Rádio Tático PRC 525. De igual forma, a capacidade de comunicar com as subunidades internacionais, representa um dos maiores desafios, contudo, normais em organizações e operações internacionais. E, por fim, abarreira
linguística existente torna fundamental a existência de formação na língua inglesa"
 

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dc

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #407 em: Fevereiro 26, 2025, 12:39:48 am »
Já digo há bastante tempo que, enquanto mantiverem a mania das grandezas com 3 brigadas, vai ser difícil o país ser capaz de aprontar o que quer que seja para a NATO, e vai ser difícil vermos uma brigada genuinamente bem equipada. Existe uma enorme resistência a esta ideia, apesar de ser de longo a solução mais prática para o EP.

No contexto actual, seriam precisos cerca de 220-280 veículos blindados:
-a BrigMec precisa de um reforço do nº de CCs para pelo menos 45, adquirir as versões de engenharia/lança-pontos/recuperação (outras 10-15 unidades), de substituir os M-109 (uns 18 veículos), e de substituir todas as variantes do M-113 (incluindo um modelo VSHORAD e um IFV) (>150 viaturas). E isto sem contar com viaturas de apoio (camiões), sem ter em consideração a falta de pessoal, nem os custos de operação desta brigada.
-a BrigInt precisa de 18-24 Caesar e de reforçar o número de blindados (30-40?), para conseguir as versões em falta do programa original Pandur, e ainda versão VSHORAD/C-UAS. Novamente, nem sequer conto com viaturas logísticas, nem com a questão do pessoal.

A solução, quanto a mim, passa por unir as duas, e formar uma brigada como deve ser, ao invés de manter duas mal equipadas. Esta brigada teria:
45 Leopard 2 (A7+ ou A8?)
15 das versões de apoio - lança-pontes + engenharia + recuperação
45 IFVs - Bradley em segunda-mão/ou um IFV europeu mais recente
24 Caesar
8-12 EuroPULS
188 Pandur II
80 a 100 viaturas blindadas de rodas 6x6 ou 8x8 adicionais

Para estas viaturas de rodas adicionais, teríamos opções como:
-mais ~80 Pandur II 8x8 nas versões que faltam, deixando de haver necessidade de converter os APC;
-~100 Pandur EVO 6x6 nas variantes APC, VSHORAD (Skyranger 30), IFV (30mm + míssil AT) - parte dos Pandur II APC seriam convertidos em porta-morteiro;
-80-100 Boxer 8x8 nas variantes VSHORAD (Skyranger 30), IFV (Samson Mk-II?), PM (NEMO?), lança-pontes e recuperação - esta opção permite manter todos os Pandur APC;
-40-60 VBMR Griffon (APC) + 15-20 EBRC Jaguar - uma boa parte da frota Pandur II APC seria convertida nas variantes IFV, VSHORAD e PM.

Das opções acima, a dos Boxer parece-me a mais equilibrada.

Portanto, para ter esta brigada completa, seria necessário adquirir menos veículos, o que causa menos pressão na falta de pessoal, e torna todo o processo de reequipamento mais barato. A poupança que se faz com este formato de brigada mista, permite que haja dinheiro para renovar a frota de viaturas logísticas e ainda para adicionar capacidades completamente novas, como MLRS.
 
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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #408 em: Fevereiro 26, 2025, 10:31:05 am »
Cmd do 2BIMecRodas:

" Sobre o MATERIAL, elencam-se dificuldades em  três grandes áreas, designadamente, na disponibilidade de Viaturas Pesadas e atrelados; meios de comunicações para todas as subunidades, quer de rádios veiculares Rádio Tático PRC 525, quer rádios portáteis tipo “Marconi”; meios informáticos portáteis, nomeadamente computadores e, ainda o estado de conservação das VBR PANDUR e o empenhamento em simultâneo nas missões no estrangeiro."

"Atualmente existem dificuldades ao nível da disponibilidade de tendas, situação que poderá ter impacto na projeção da força."

Se tudo isto não fosse tão sério e inaceitável, seria uma barrigada de riso.
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« Última modificação: Fevereiro 26, 2025, 10:31:40 am por Mentat »
 

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #409 em: Fevereiro 26, 2025, 10:47:38 am »
Bonito bonito é algumas das "forças" dessa contribuição portuguesa terem nascido como escalão companhia, descido para escalão pelotão e atualmente nem chegarem ao escalão secção...

O problema não deixa de ser o mesmo de sempre: se as ordens de batalha estivessem todas sequer a 50%, nem material havia para as equipar. Portanto o que ainda vai safando a coisa, é a falta de pessoal.
Isso e canibalizar recursos de uns lados para os outros, para fingir que temos a tal brigada.

de Fact-Checking

Nuno Melo: “Número de efetivos nas Forças Armadas foi caindo de 30 mil para cerca de 22 mil militares nos últimos oito anos”
Potius mori quam foedari
 

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #410 em: Fevereiro 26, 2025, 10:51:22 am »
Exército inverte ciclo de queda e incorporações sobem 60%
Desde 2011 que o Exército estava a perder efetivos. A tendência começou a inverter-se em outubro do ano passado e é agora confirmada com as mais recentes admissões.
Valentina Marcelino
Publicado a: 25 Fev 2025

 :arrow: https://www.dn.pt/sociedade/ex%C3%A9rcito-inverte-ciclo-de-queda-e-incorpora%C3%A7%C3%B5es-sobem-60
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 
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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #411 em: Fevereiro 26, 2025, 11:57:25 am »
Exército inverte ciclo de queda e incorporações sobem 60%
Desde 2011 que o Exército estava a perder efetivos. A tendência começou a inverter-se em outubro do ano passado e é agora confirmada com as mais recentes admissões.
Valentina Marcelino
Publicado a: 25 Fev 2025

 :arrow: https://www.dn.pt/sociedade/ex%C3%A9rcito-inverte-ciclo-de-queda-e-incorpora%C3%A7%C3%B5es-sobem-60

60% de???? isso em números representa o que? Não esquecer os praças QP.

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Cabeça de Martelo

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #412 em: Fevereiro 26, 2025, 12:32:00 pm »
Não é difícil perceber esse aumento, já que as incorporações são pequenas e os efetivos idem.

Basta ter havido o aumento do salário para atrair mais pessoal e fazer com que não desistem a meio.

Eu posso dizer que no ano da minha incorporação houve mais pessoal a ingressar para a ETAT (actual Regimento de Paraquedistas) do que para todo o Exército Português em 2024.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #413 em: Fevereiro 26, 2025, 12:49:16 pm »
Já digo há bastante tempo que, enquanto mantiverem a mania das grandezas com 3 brigadas, vai ser difícil o país ser capaz de aprontar o que quer que seja para a NATO, e vai ser difícil vermos uma brigada genuinamente bem equipada. Existe uma enorme resistência a esta ideia, apesar de ser de longo a solução mais prática para o EP.

No contexto actual, seriam precisos cerca de 220-280 veículos blindados:
-a BrigMec precisa de um reforço do nº de CCs para pelo menos 45, adquirir as versões de engenharia/lança-pontos/recuperação (outras 10-15 unidades), de substituir os M-109 (uns 18 veículos), e de substituir todas as variantes do M-113 (incluindo um modelo VSHORAD e um IFV) (>150 viaturas). E isto sem contar com viaturas de apoio (camiões), sem ter em consideração a falta de pessoal, nem os custos de operação desta brigada.
-a BrigInt precisa de 18-24 Caesar e de reforçar o número de blindados (30-40?), para conseguir as versões em falta do programa original Pandur, e ainda versão VSHORAD/C-UAS. Novamente, nem sequer conto com viaturas logísticas, nem com a questão do pessoal.

A solução, quanto a mim, passa por unir as duas, e formar uma brigada como deve ser, ao invés de manter duas mal equipadas. Esta brigada teria:
45 Leopard 2 (A7+ ou A8?)
15 das versões de apoio - lança-pontes + engenharia + recuperação
45 IFVs - Bradley em segunda-mão/ou um IFV europeu mais recente
24 Caesar
8-12 EuroPULS
188 Pandur II
80 a 100 viaturas blindadas de rodas 6x6 ou 8x8 adicionais

Para estas viaturas de rodas adicionais, teríamos opções como:
-mais ~80 Pandur II 8x8 nas versões que faltam, deixando de haver necessidade de converter os APC;
-~100 Pandur EVO 6x6 nas variantes APC, VSHORAD (Skyranger 30), IFV (30mm + míssil AT) - parte dos Pandur II APC seriam convertidos em porta-morteiro;
-80-100 Boxer 8x8 nas variantes VSHORAD (Skyranger 30), IFV (Samson Mk-II?), PM (NEMO?), lança-pontes e recuperação - esta opção permite manter todos os Pandur APC;
-40-60 VBMR Griffon (APC) + 15-20 EBRC Jaguar - uma boa parte da frota Pandur II APC seria convertida nas variantes IFV, VSHORAD e PM.

Das opções acima, a dos Boxer parece-me a mais equilibrada.

Portanto, para ter esta brigada completa, seria necessário adquirir menos veículos, o que causa menos pressão na falta de pessoal, e torna todo o processo de reequipamento mais barato. A poupança que se faz com este formato de brigada mista, permite que haja dinheiro para renovar a frota de viaturas logísticas e ainda para adicionar capacidades completamente novas, como MLRS.

Não esquecer a cada vez mais importante componente EW/ECM. O controlo do espectro eletromagnético é fundamental e será cada vez mais relevante no futuro.
Mesmo sendo um sistema amaricano, o Madis e/ou outros sistemas equivalentes em meios mais pesados são fundamentais.
Se houver alternativa europeia de valências equiparadas, tanto melhor.
 

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LM

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #414 em: Fevereiro 26, 2025, 12:59:01 pm »
Já digo há bastante tempo que, enquanto mantiverem a mania das grandezas com 3 brigadas, vai ser difícil o país ser capaz de aprontar o que quer que seja para a NATO, e vai ser difícil vermos uma brigada genuinamente bem equipada. Existe uma enorme resistência a esta ideia, apesar de ser de longo a solução mais prática para o EP.


Eu continuo a perceber a existência de 3x "Grandes Unidades" escalão Brigada... somos 10 milhões de habitantes, conseguimos "no papel" qb (mas com estrutura já existente) ter essas unidades - e em caso de mobilização já existem (haja material).

O problema é outro... é não ter em cada Brigada 1 batalhão totalmente equipado e a 100% (ou próximo disso) de pessoal; a Brigada é "administrativa" - mesmo uma 1 apenas dificilmente estaria 100% operacional e estavam a ver ser totalmente projectada? E quem ficava para rendições, reserva, etc?

Outra vez, o problema é outro; tenham 3 Brigadas e consigam projectar unidades escalão batalhão / companhia de cada uma, permitindo forças escalão batalhão reforçado (ou, loucura, Brigada "menos"). Vejam o exemplo dos franceses - Regimentos "no papel" e depois GTIAs e/ou SGTIAs... e funciona.

Para além de um par de batalhões Pandur (e esquadrão Rec, etc), de um par de Batalhões Paraquedistas (e unidades de apoio), de 3x Companhias Comando... parece-me perfeitamente possível ter 1x batalhão (equipamento devia ser mais) com IFV "lagartas" e 1 Grupo ("menos" que seja) de carros de combate; e estarem "no papel" em uma Brigada Mecanizada.

Basicamente o problema é pouca quantidade de meios, inexistência de certos sistemas, pouco pessoal, poucos recursos para treino... existem, claro, "gorduras" e má organização, certas mordomias difíceis de terminar, etc.
« Última modificação: Fevereiro 26, 2025, 01:11:39 pm por LM »
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 
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dc

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #415 em: Fevereiro 27, 2025, 12:35:56 am »
Não esquecer a cada vez mais importante componente EW/ECM. O controlo do espectro eletromagnético é fundamental e será cada vez mais relevante no futuro.
Mesmo sendo um sistema amaricano, o Madis e/ou outros sistemas equivalentes em meios mais pesados são fundamentais.
Se houver alternativa europeia de valências equiparadas, tanto melhor.

Sem dúvida. Só que é sempre mais difícil definir quais os sistemas a adquirir para essas funções, e em que veículos podem ou não ser implementados. Na pior das hipóteses, pode-se procurar uma solução simples e pragmática, que é adquirir viaturas logísticas modificadas para EW/ECM.
Também não incluí a tão necessária componente de pequenos UAVs, mas que devem fazer parte tanto das unidades de reconhecimento, como de artilharia.

Falei bastante por alto.

Eu continuo a perceber a existência de 3x "Grandes Unidades" escalão Brigada... somos 10 milhões de habitantes, conseguimos "no papel" qb (mas com estrutura já existente) ter essas unidades - e em caso de mobilização já existem (haja material).

A questão é que, manter o sistema de 3 brigadas a pensar apenas numa mobilização, é um desperdício de recursos, e apenas torna mais difícil a tão necessária modernização do EP.
A estrutura que "existe", é apenas no papel, e tem tantas lacunas, que existir ou não existir vai dar praticamente ao mesmo.

Resumindo, num país que tenha reservas de material, neste caso veículos, pode fazer sentido manter um sistema de 3 brigadas, pois as forças mobilizadas terão acesso a material num espaço de tempo relativamente curto.
No caso português, não há viaturas na reserva seja para a BrigMec, seja para a BrigInt, logo a mobilização de pessoal estará sempre dependente da compra do material necessário. Sem o material, a estrutura vale zero, pois este pessoal mobilizado não terá meios para treinar. Logo, manter as 3 brigadas, não adiantou de nada.

Ao ter 2 brigadas - BRR + Brigada Mista - não existe qualquer desvantagem, pois consegues expandir ambas, reforçando-as com pessoal e meios, seguindo a mesma estrutura, e até implementando melhorias fruto das lições aprendidas num conflito da altura.

A estrutura já existiria, e seria algo com pés e cabeça e com doutrinas criadas. A actual BrigMec tem tanta falta de equipamento e valências essenciais, que por mais que quisessem não conseguiam criar uma doutrina para um conflito moderno.

Citar
O problema é outro... é não ter em cada Brigada 1 batalhão totalmente equipado e a 100% (ou próximo disso) de pessoal; a Brigada é "administrativa" - mesmo uma 1 apenas dificilmente estaria 100% operacional e estavam a ver ser totalmente projectada? E quem ficava para rendições, reserva, etc?

É mais fácil ter 1 Brigada Mista, capaz de destacar 1 batalhão e aprontar o 2º, do que ter 2 Brigadas separadas, em que cada uma é capaz de destacar 1 batalhão (com sorte), mas depois não consegue fazer a sua rendição por falta de pessoal e/ou meios.

Até neste aspecto a Mista é superior. É também superior na medida em que os batalhões são padronizados (iguais entre si), portanto o que estiver destacado será rendido por um batalhão igual. A ideia por trás dos Agrupamentos Mecanizados já é esta, conseguir formar uma força mista, mais ou menos credível, só lhe falta equipamento, e este formato passar a ser o padrão de uma grande Brigada.

Eu olho para a Mista, com uma ideia de 3 batalhões. Esta brigada deveria ser capaz de edificar, depois de todos os problemas resolvidos em termos de equipamento e pessoal, 3 batalhões idênticos. Isto permite ter permanentemente 1 batalhão destacado/em prontidão, 1 batalhão em aprontamento/standby, e 1 batalhão por aprontar (pessoal novo ainda em fase de formação, veículos parados para manutenção, etc).

Será sem dúvida um desafio encher 3 batalhões desta brigada, mas é bem mais fácil do que encher 2 batalhões para a BrigInt e outros 2 para a BrigMec.

O meu objectivo, era que o Exército, com as suas mais variadas vertentes, fosse capaz de destacar uma força da dimensão de uma brigada. Começando por 1 batalhão completo desta Brigada Mista (com todo o material necessário), passando por 1 batalhão/companhias da BRR (se necessário reforçadas/rendidas por uma FFZ), uma bateria AA (médio alcance), uma unidade de engenharia, transportes, etc, passando por um destacamento do futuro UALE (3/4 helicópteros). Este deveria ser o objectivo base, e que depois houvesse capacidade de render esta força, por outra exactamente igual.

Na minha opinião, o formato actual traz mais entraves e desafios que outra coisa. É demasiado ambicioso e irrealista para a nossa realidade, e para um país cujas prioridades em defesa são as componentes aérea e naval.

Também na minha opinião, não faz sentido ter os objectivos tão baixos no que respeita à nossa capacidade de aprontar e destacar unidades. Soa muito a dois pesos e duas medidas, ora de um lado ambiciona-se ter 3 brigadas, ora do outro quer-se apenas ser capaz de formar um batalhão reforçado para a NATO.
É parecido ao que se vê na Marinha, ora querem um grandioso LPD para fazer poderosos desembarques anfíbios, ora contentam-se com 2 fragatas praticamente obsoletas para contribuir para a NATO. Mínimos de um lado, megalomanias do outro.
 

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Mentat

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #416 em: Fevereiro 27, 2025, 11:57:38 am »
Pergunta para queijinho.

MLRS na BrigMec é "mandatório" possuir lagartas (M270) ou não é fator particularmente relevante (Himars, EuroPULS, K239 Chunmoo)?
 

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os_pero

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #417 em: Fevereiro 27, 2025, 04:18:19 pm »
E muito modesto foi o CEME, pois não se quis referir à engenharia de combate, à capacidade logística, aos meios de recuperação de combate, dos meios AC, aos helicópteros de transporte e de escolta, etc, etc....

Certíssimo, mas a contenção e o decoro verbal nas opiniões proferidas em público também faz parte do cargo.
Creio que o CEME sabe que falta basicamente tudo no Exército. Mas não lhe ficava bem ficar 3 minutos a elencar as nossas carências com alguma minúcia.  ;D


Disse o que tinha a dizer na proporção certa (Já disse mais que outros antes dele), até porque o local/meio não era o indicado para descrever todos os problemas, apesar de neste momento acho que o governo apoia este tipo de discurso (informar de forma sumária as necessidades das Forças Armadas) pois torna depois mais fácil explicar a população (e esta aceitar) o porque de no próximo orçamento se ir gastar dinheiro em defesa em vez de noutras rubricas (Cultura, Infraestruturas, Justiça, Ação Social, Educação, Saúde,...).
 

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dc

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #418 em: Fevereiro 28, 2025, 03:01:35 pm »
Pergunta para queijinho.

MLRS na BrigMec é "mandatório" possuir lagartas (M270) ou não é fator particularmente relevante (Himars, EuroPULS, K239 Chunmoo)?

Não. Tendo em conta o alcance acrescido deste tipo de sistemas, estes não terão forçosamente que operar no mesmo tipo de terrenos que os meios de lagartas terão que operar na linha da frente. A excepção seria se a intenção fosse operar estes MLRS numa área extremamente ampla, com terreno difícil e sem estradas, tipo um deserto.

Os problemas que qualquer MLRS teria dentro da BrigMec são outros, nomeadamente a incapacidade desta brigada em se defender de qualquer forma de ataque aéreo.
 

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sivispacem

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Re: A Brigada Mecanizada (-) (-) .
« Responder #419 em: Fevereiro 28, 2025, 03:21:17 pm »
Pergunta para queijinho.

MLRS na BrigMec é "mandatório" possuir lagartas (M270) ou não é fator particularmente relevante (Himars, EuroPULS, K239 Chunmoo)?

Não. Tendo em conta o alcance acrescido deste tipo de sistemas, estes não terão forçosamente que operar no mesmo tipo de terrenos que os meios de lagartas terão que operar na linha da frente. A excepção seria se a intenção fosse operar estes MLRS numa área extremamente ampla, com terreno difícil e sem estradas, tipo um deserto.

Os problemas que qualquer MLRS teria dentro da BrigMec são outros, nomeadamente a incapacidade desta brigada em se defender de qualquer forma de ataque aéreo.

Coisa que por maioria de razão também o mesmo se poderá dizer em relação aos CAESER, no actual contexto de drones e loitering munitions omnipresentes no campo de batalha.
« Última modificação: Março 01, 2025, 09:55:38 am por sivispacem »
Cumprimentos,
 
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