Por muitas voltas que se possam dar é impossível aceitar NPO sem radar militar e, em ambientes mais complicados (e na nossa ZEE também), apenas ter 2x 12,7mm manuais (mais as armas individuais da tripulação)... há coisas que não vale a pena tentar defender.
Não só é possível como se vai aceitar, porque o NPO é um "patrulha" não é uma "fragata", a questão não está em aceitar o armamento, a questão está em aceitar qual é o "âmbito" das missões que o NPO pode cumprir .... e "em ambientes mais complicados" se as missões/ameaça estiver fora do "âmbito" das missões do NPO então ele não deve ser destacado. É um navio "para public" um navio de "guarda costeira" não para ambientes de conflicto militar, não pode ser utilizado em bloqueios e outras missões miiitares tipo como um cenário do Yemen...
Então em que ficamos, as corvetas que tínhamos podem ser substituídas pelos NPO, nos âmbitos de destacamentos em "ambientes mais complicados / de natureza militar"? Não!
Podem ser substituídas por NPO vitaminados com mais sensores e armamento "ambientes mais complicados / de natureza militar" ?
Não! Não é aconselhável para segurança dos militares.... pode-se transformar uma corveta num patrulha, mas um patrulha numa corveta é mais difícil.... nem que seja pelo simples facto que é mais fácil "desarmar" um navio, do que aumentar a "velocidade máxima" suportada pelo navio.
Podem ser substituídas porque então?
Obviamente por outras corvetas, e se não existirem corvetas então tem de se destacar fragatas.
No entanto um dos foristas questionou (entretanto apagado) se em vez dos 10 NPO planeados (com orçamento de 60 milhões cada) tivessemos 6 NPO + 2 outros com mais capacidade, que seriam um core duma 2º lina a seguir ás fragatas (isto é, mais 2 unidades mas cada uma com orçamento de 120 milhões) o que seriam? Cá vai a minha posta de pescada, converta de USD para Euro e dividam por 6 da os 120 milhões ... e até é "combat tested" no Yemen... parece que grande maioria dos foristas está preocupado com um "cenário" similar ao do Yemen:
Baynunah-class corvette
"Cost, as of February 2009, is US$820 million for the entire 6 ship programme" => os 120 Euros milhões por unidade
https://en.wikipedia.org/wiki/Baynunah-class_corvette
Type: Corvette
Displacement: 915 tons[1]
Length: 71.3 m (234 ft)
Beam: 11 m (36 ft)
Draft: 2.8 m (9 ft 2 in)
Propulsion:
4 × MTU 12V595 TE90 diesel engines
3 × Kamewa Waterjets models 112S11 and 125B11
Speed: 30+ knots
Range: 2,400 nmi (4,400 km; 2,800 mi) at 15 knots (28 km/h; 17 mph)
Endurance: 14 days
Complement: 37 officers and crew
Sensors and
processing systems:
Saab Microwave Systems Sea Giraffe AMB surveillance radar
Terma I-band navigation radar
Selex Orion RTN 25 Fire Control X-band radar
NDS 3070 Vanguard hull-mounted mine and obstacle avoidance sonar
Armament:
1 × OTO Melara 76 mm/62 caliber naval gun
2 × Rheinmetall MLG 27 27 mm guns
4 × mk56 dual-pack VLS with 8 × RIM-162 ESSM
1 × mk49 mod3 21-cell RAM launcher for RAM block 1A missile system
8 × MBDA MM40 block 3 Exocet missiles
Aviation facilities: Aft helicopter deck and hangar
=> Para que fique claro, na minha opinião que é apenas isso:
1) Não subscrevo "Grandes" investimentos em armamento e sensores "militares" em navios "patrulhas", porque depois também sobem os custos de "manutenção" e "operação" destes sistemas e do global da unidade em si... afinal são para missões "para public" ,,, o custo é a chave.
2) Subscrevo por outro lado se é para fazer "Grandes" investimento em em armamento e sensores "militares" em navios, este navios têm de ser "militares", isto excluiu os "patrulhas", donde só os navios "militares" na armada são as "fragatas", "corvetas" e "submarinos".... ai a "capacidade militar" é a chave.
3) Não subscrevo o envio para "ambientes mais complicados" de navios não militares aka "patrulhas", subscrevo o envio para "ambientes mais complicados" de navios militares aka fragatas, corvetas ...
4) ...são os militares em conjunto com MDN que definem que meios a destacar com base, entre outros critério, no "nível da ameaça" e a "disponibilidade dos meios".
5) relativamente especificamente ao facto de: apenas ter 2x 12,7mm manuais... então passem 4 ou 6 x 12,7mm manuais ... é só mais pedestais e M2 nas FFAA devem haver muitas (é só IR a "Tancos" buscar) ao estilo das Halifax do Canada (6x M2) ... não estou a brincar, deixo para os especialistas investigar por a Fragatas Halifax do Canada têm 6xM2 apesar de terem um Bofors de 57mm.
https://en.wikipedia.org/wiki/Halifax-class_frigate
Cpmts
Ou você não percebe nada disto, ou todos os outros países deste planeta estão errados e o MDN e a MGP é que estão certos.
Praticamente todos (senão mesmo todos) os OPVs usados para combate à pirataria neste planeta, estão melhor equipados que os nossos NPO, em especial o que foi enviado para o Golfo da Guiné. Mas nós é que estamos bem e os outros mal, porque enviam navios melhor armados, equipados e com heli orgânico.
A partir do momento em que uma das missões do NPO é combate à pirataria, há sim que aceitar que estes navios estão mal equipados para esta função. Infelizmente parte do princípio que a situação de combate à pirataria é sempre linear, portanto um NPO "civil" chega perfeitamente, sem sequer pensar numa potencial escalada de violência. Fala em proteger os militares a bordo, mas ignora que ter os navios preparados para "algo mais" que patrulha, é extremamente importante.
Mas lá está, essa lógica de que nunca acontece nada de imprevisto, é o que leva a péssimas decisões como não equipar os Lynx com sistemas defensivos. Deve ser preferível poupar uns cobres tendo navios incapazes de se defender (ou sequer detectar possíveis ameaças), do que estarem minimamente precavidos.
As nossas corvetas, no seu estado após lhes serem retirados inúmeros equipamentos militares, incluindo o radar de busca aérea, não tem capacidade de operar em ambiente remotamente hostil. Só ganham aos NPO em armamento principal e talvez em alguma maior resiliência a danos. O resto, não têm hangar/heli orgânico, sensores civis...
Para transformar um NPO numa Corveta não era preciso aumentar a velocidade. As próprias EPC serão apenas marginalmente mais rápidas que os NPO, e são praticamente fragatas ligeiras. Mas ninguém quer transformar o NPO em Corveta, mas sim ter um navio que coincida com o que os aliados fazem, e bem, de ter OPVs minimamente bem equipados. Temos os únicos OPVs da Europa sem armamento principal e com radar civil, estamos nós certos e eles é que são burros?
Quanto ao melhoramento de 2 NPOs, com o orçamento do 9° e 10° navio, eu até ia mais longe, com 120 milhões, para aquilo que se pede, ainda conseguiam fazer melhorias aos últimos 4, em vez de 2 apenas. Dado que os melhoramentos seriam relativamente simples, esse orçamento deve chegar, se não houvesse grandes invenções.
E você veio postar as Baynunah, navios com um terço do deslocamento de uma VdG, pouco mais de metade do comprimento, 1/5 da guarnição, e sensores e armamento superior às nossas fragatas... Mas o tuga é que é esperto.
Os custos de um novo radar, duas RWS e eventualmente um Simbad, não é de todo astronómico. Você faz parecer que os custos de operação dos NPOs com este equipamento extra, equivalem ao de uma fragata.
Mas no fim, não percebo a lógica de defender os iates classe Viana do Castelo, que por serem patrulhas, basta duas .50 e um radar civil é está bom. Cenários de baixa intensidade que não justifiquem uma fragata e cujos actuais NPO não se encontram devidamente equipados (como o combate à pirataria), envia-se o quê? Nada, um navio incapaz de cumprir em segurança a missão, ou um navio desnecessariamente caro para a função a exercer? Pois... Não há nada a meio termo.