Em termos teóricos, para já, é superior. O Teseo é mais destrutivo, tem mais capacidade contra navios maiores, tem maior alcance que permite salvaguardar o navio...
A sua capacidade contra alvos em terra também é muito superior, podendo ser considerada estratégica, outro ponto a favor da FREMM EVO.
Se bem que tudo isto só é válido se aquirirem os mísseis e em número adequado...
Voltando ao modo defensivo do nosso território, de onde poderiam vir as ameaças aéreas? Porta aviões é muito improvável.
Bases no norte de África, estou a imaginar a Argélia. Como chegariam cá passando por Espanha e Marrocos?
A maior ameaça que poderemos sofrer vem dos submarinos e dos mísseis que podem lançar, vindos sobretudo de sul, porque o norte estará muito vigiado e a ocidente supostamente temos um aliado.
Num conflito generalizado essa teria de ser a nossa principal missão. Interditar as nossas águas a navios e submarinos inimigos.
E para isso a FREMM EVO parece melhor.
Sim, o Teseo é superior ao NSM no poder destrutivo. O alcance é muito superior, ou relativamente pouco superior, dependendo da versão que se considera do NSM, este pode ter 300+ km.
Isto não muda a ideia de que as FREMM EVO poderão não ter espaço para mais 8 Teseo, enquanto as alternativas podem ter 16.
Ainda assim, não muda o facto de que o Mk-41 permite o emprego de Tomahawk e LRASM, e que não és obrigado a escolher o NSM nas F110.
Land-attack idem. A F110 com apenas 16 VLS e a FREMM EVO com 16 VLS (portanto ambas as versões base), a F110 ganha por ter os Strike Length, enquanto as FREMM não têm na versão base o Sylver A70.
Claro que podes adicionar mais 16 VLS às FREMM, mas o mesmo se aplica às F110.
Relativamente às ameaças e missões:
Ameaças aéreas ao país podem vir do mar (submarinos, combatentes de superfície, navios "civis" com sistemas contentorizados com mísseis e drones), do ar (aeronaves estacionadas no Norte de África/África Subsariana com munições stand-off) e sistemas de lançamento terrestres no continente africano.
Acho que muita gente está com o conceito de emprego de submarinos desactualizado. Submarinos que possuam mísseis com alcances de 500, 1000, 1500 e até 2000+km, não têm razão de operar na nossa ZEE para realizarem um ataque.
Por outras palavras, os russos não vão arriscar os seus submarinos a entrar na nossa ZEE, para atacar alvos que podem atacar a uma distância muito mais segura. Nem nós temos um meio naval assim tão valioso que justifique um submarino russo correr esse risco para o afundar.
As vantagens ASW das FREMM apenas se sentiriam numa força tarefa, onde os submarinos adversários já têm incentivo a correr o risco pela chance de afundar um PA.
Mas mesmo numa força tarefa NATO, em que ou vais ter T26, ou ASWF, ou FREMM, ou F110, as vantagens das FREMM EVO pouco relevantes serão.
Pior, é que se o plano for incorporar navios portugueses numa força tarefa espanhola ou americana para o Atlântico Sul, enviamos um navio com sistemas e mísseis completamente diferentes, com claras desvantagens logísticas.
Voltando às ameaças:
-estamos a edificar uma capacidade defensiva muito focada em ASW;
-ao fazer isto, obrigamos o adversário a procurar alternativas, como munições aéreas de longo alcance;
-então precisamos de ter meios preparados para responder a esta mudança de estratégia do adversário, entre eles, fragatas com mais capacidade AAW do que a típica fragata ASW.
Neste contexto, a missão ASW passaria a ser feita primariamente com aeronaves. Com UAVs, C-295 VIMAR e P-3 a detectar o local de onde o submarino lançou os mísseis, e usar os meios aéreos ASW para procurar o submarino nas imediações. Enquanto as fragatas ficam mais resguardadas na ZEE.
Para isto, além dos P-3, era preciso ter mais drones de vigilância, ter UCAVs com capadidade ASW e modernizar os VIMAR para ganharem capacidade ASW.