Por acaso nos últimos dias tenho ouvido muito boa gente dentro da Marinha, e não só, a indagar-se sobre se o próximo CEMA seguirá as pisadas do Capitão Iglo nos programas ainda por definir, ou se será apologista de outra visão e partirá para um rumo completamente diferente (por exemplo, Bimby armada vs. fragatas clássicas, Crossovers vs. LPD clássico, unmanned vs. manned, necessidade ou não de mais submarinos, etc).
Mal ou bem, concorde-se ou não com ele, o G&M sairá após ter lançado as bases para um novo rumo na Armada, e se voltarmos a uma espécie de baralha e volta a dar com um novo CEMA, o tempo perdido poderá desta feita ser fatal. Isto no que concerne aos programas ainda por definir/em estudo, ressalvo.
Entre essas duas opções, eu preferia uma terceira, em que um futuro CEMA tivesse juízo e noção, e fosse capaz de juntar as melhores partes de ambas as correntes de pensamento, e deixasse as ideias absurdas de lado...
Que:
-pretendesse adquirir fragatas, ao invés de "bimbys" ou de modernizar as VdG;
-pretendesse uma alternativa ao LPD que fizesse mais sentido para a Marinha (que podiam ser 3 Crossover, substituindo as VdG em simultâneo, ou outro tipo de meio);
-pretendesse LFCs "convencionais" ao invés de uma coisa estranha, e mais cara, com convés de voo corrido;
-não precisasse de 4 anos para adquirir 2 Marlin para o 2º par de NPOs (que não há meio de virem);
-desse importância tanto a sistemas tripulados e não tripulados, e que não achasse que os drones vão resolver tudo;
-pretendesse mais 2 submarinos convencionais, e não 2 submarinos "costeiros".
Obviamente que isto é difícil. Só conseguimos CEMAs mono-missão, ou mono-visão, e que só lhes interessa a sua visão e não aceitam mais nenhuma ideia.
Concordo a 100%. E se ele foi esperto (e de burro, tem muito pouco, acho eu), já garantiu que os possíveis sucessores partilham da sua visão estratégica… construam os 6 NPO3S, as 8 LFC, os dois reabastecedores, o D João II e dois submarinos novos até 2030 e a marinha fica modernizada, com exceção das fragatas. Já é um legado de assinalar… gostem ou não…
Mas qual legado? Ele só assinou os contratos que já eram expectáveis assinar - NPO3S e PNM - este último à pala de grande financiamento da UE em quase 70% + verba suplementar retirada da LPM (e que à pala das invenções dele, teve perto de ser cancelado, não se chegasse o governo à frente com dinheiro extra, possivelmente retirado de outros programas da LPM).
Fora isso, o resto continua tudo igual, mas vamos bater palmas à mediocridade, por ele ter conseguido assinar contratos para OPVs e um navio científico? Naquela que é a era, a nível global, da maior corrida ao armamento desde a II Guerra Mundial?
O melhor que podemos associar a ele, é o REPMUS e a ideia das "6 bases". Tudo o resto é muito fraquinho.