No entanto segundo li no link que deixei anteriormente, o equipamento de radar deveria ter detetado a ameaça, se não detetasse, a defesa por camadas da NATO deveria ter sido tida em conta para permitir uma resposta mais rápida. Quanto à capacidade de abater o míssil, não parece ter sido um problema logo que detetada a ameaça e que felizmente aconteceu a tempo de evitar o impacto.
Pode ler a informação no link e ver o que acha, parece informação relevante.
Vamos ver umas coisas:
-estamos a falar de duas ameaças aqui,
drones e o míssil balístico (aparentemente) que explodiu a 150m do navio;
-o analista pode não ter informação confidencial acerca dos sistemas a bordo e das suas capacidades/limitações;
-ele menciona que os radares do navio
deviam ser capazes de detectar a ameaça de drones. Ora eu tenho algumas dúvidas que seja assim tão simples, sabendo que o mesmo radar dos anos 80, terá que ser capaz de distinguir entre gaivotas e drones com o mesmo tamanho, RCS e velocidade, e tentar discernir o que é ameaça ou não;
-ele fala na questão de terem confundido estrelas com drones: e tal como ele disse, não podiam ser os radares, apenas os sistemas EO/IR ou o pessoal com "olhómetro mk.1". A fragata grega parece-me ter apenas 2 FLIR, nos STIR, ou foram estes dois a ter problemas, ou foi erro humano;
-e no meio daquilo tudo, o navio não possui armamento anti-drone;
Para o caso do míssil balístico mencionado, a cena complica-se.
-A capacidade de detecção do navio para aquele tipo de ameaça será limitada, sendo que se o míssil já estava em fase terminal do voo (quase a pique), é inteiramente possível que esteja na zona cega do radar.
A radar is not designed to detect aircraft directly above the radar antenna. This gap is known as the cone of silence.
-Mesmo que o navio conseguisse detectar a ameaça, e detectá-la a tempo, a Hydra não teria capacidade de o abater. Com o míssil na fase terminal, e no cone de silêncio do radar, o navio não teria tempo nenhum para o abater. Restando-lhe a opção de se esquivar.
-Não sei que míssil balístico foi usado, se tinha guiamento na fase terminal ou não. Mas ao que parece, explodiu a 150m de distância,
porque falhou o alvo, e não por ter sido abatido. Os gregos podem ter tido sorte, ou podem ter conseguido desviar-se a tempo.
-Fala-se naquele atraso de 1 minuto do alerta, mas eu levava essa informação com uma pitada de sal, podendo ser embelezamento jornalístico. A não ser que as comunicações tenham falhado de alguma forma, é praticamente impossível que o alerta fosse dado 1 minuto depois do míssil cair.
Entretanto, qual defesa por camadas da NATO? Para haver camadas de defesa, é preciso existirem essas camadas. Se o navio estava sozinho, e se o próprio não possui uma única camada para se defender daquela ameaça, como é que é suposto haverem camadas? No máximo, o navio é avisado e foge da área de impacto do míssil, assumindo então que não havia mais nenhum navio de guerra nas proximidades, com capacidade BMD, para interceptar o míssil.
As coisas resumem-se em grande parte às limitações tecnológicas do navio, e à forma como um navio daqueles, sozinho, está sempre exposto.