Do meu ponto de vista, aqui o problema é que na área dos equipamentos militares, o que realmente implica alta tecnologia não é a construção dos cascos dos navios da superestrutura ou do cavername.
Para isso, investir no Alfeite, onde uma parte dos trabalhadores se aproxima da reforma, seria apenas criar condições para que fosse necessária mão de obra barata, para pessoas com qualificações médias no máximo.
Depois, soluções com intervenção do estado, acabam por resultar sempre em sorvedouros de dinheiro. A má administração por parte do Estado, não é infelizmente a excepção (e existem excepções) mas sim a regra.
As tentativas de dar saltos tecnológicos no tecido empresarial não parecem funcionar sem grandes investimentos do Estado.
Já o Marquês de Pombal, teve que colocar o Estado a desenvolver a economia, com investimentos nos texteis (alta tecnologia para a altura, quando a riqueza da inglaterra advinha em grande medida da sua capacidade para produzir grandes quantidades de tecidos) ou por exemplo da industria vidreira, para referir as mais conhecidas.
Num país em que se dá uma importância desmesurada ao turismo, o que temos é um lobby por parte da industria de turismo, para que se importem trabalhadores suficientemente baratos, para que os restaurantes possam continuar a apresentar preços finais ao consumidor estrangeiro que são muito atrativos.
E mesmo o turismo de luxo, acaba sempre por ceder à tentação. Isto é o que se vê em hoteis, mesmo de cinco estrelas, em que desde o porteiro às senhoras que mudam a roupa das camas, é tudo gente ou da Ásia (Indonésia e Filipinas são os mais comuns neste setor) ou então da América Latina (mais nos Estados Unidos mas também se vê na Europa).
Portanto, é inutil pensar em cortar a importação de mão de obra barata, enquano esta aliança entre os grandes investidores no turismo e a esquerda radical tiver a importância que tem.
Depois temos a necessidade de fazer casas, que em alguns países europsue já voltou a ser uma preocupação direta do Estado.
E chamem-me de Salazarista, mas isso foi o que fizeram em Portugal o Salazar e mesmo o Marcelo Caetano imediatamente antes do 25 de Abril.
Mesmo para iniciar um programa macisso de construção de habitação média, sem Lobby em mármore e casa de banho com torneiras douradas [1] vai continuar a ser precisa mão de obra barata.
Tudo isto no entanto, não explica porque razão existem em Portugal, tantos milhares de pessoas vindas do Bangladesh, India, Nepal e Paquistão ...
Que eu saiba não são países da União Europeia.
Continua a perguntar-me porque é que as redes que os transportam e os fazem chegar aqui, não são impedidas de o fazer.
[1] - Jã aqui referi há uns tempos atrás que um conhecimento meu ligado à área da construção, me disse em privado há alguns anos, que as casas que fazia erem praticamente iguais, a diferença é que algumas tinham mármore em vez de outras pedras mais baratas e que o mármore, vidros duplos na janela e louças de casa de banho caras, nem representavam 5% do investimento, mas permitiam duplicar o preço da casa a vender, que era vendida como habitação de luxo.