Obama entrega Medalha de Honra a Navy SEAL que salvou médico no AfeganistãoEdward Byers torna-se hoje o sexto soldado das forças de operações especiais da Marinha norte-americana - os Navy SEALs - a receber a mais alta condecoração militar dos Estados Unidos.
A Medalha de Honra é-lhe entregue pelo presidente Barack Obama, na Casa Branca, pelas sua ações numa operação de resgate no Afeganistão em dezembro de 2012.
As ações do sargento-chefe Edward Byers nessa missão noturna da Equipa Seis - nome que designa as unidades de Navy SEALs, como a que matou o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden - para resgatar o médico norte-americano Dilip Joseph das mãos dos talibãs superaram de tal forma as expectativas que a Marinha dos EUA nem hesitou.
"Não há qualquer margem de dúvida ou hipótese de erro em conceder esta condecoração" a quem revelou tal "bravura e autossacrifício", afirmou fonte do Pentágono, sob anonimato, citada pelo jornal norte-americano
USA Today.
A operação manteve-se secreta até ao início deste mês, quando o cruzamento da informação da Casa Branca (anunciando a cerimónia) com a história contada em livro por Dilip Joseph permitiu conhecer os contornos dessa missão.
"A Medalha de Honra é muito poucas vezes atribuída e apenas por feitos em combate de elevado relevo e demonstrando muita bravura", explicou em declarações ao
DN o tenente-coronel paraquedista Miguel Machado.
Havendo apenas 77 militares vivos com essa condecoração nos Estados Unidos, "um país que anda constantemente em guerra e tem centenas de milhares de militares em operações todos os anos, é fácil ver que é mesmo muito difícil de alcançar. Não basta ter entrado em meia dúzia de operações de combate, é preciso ter uma carreira de combatente e ter levado a cabo atos de muita bravura", enfatizou.
Edward Byers, que está a frequentar o curso de Estudos Estratégicos na Universidade de Norwich, no Vermont, tem diversas condecorações, entre as quais sobressaem cinco Medalhas de Bronze e duas Purple Heart (Coração Púrpura) - que distinguem militares feridos ou mortos em combate.
"O ato individual que teve foi o corolário de muitas outras ações de combate" e a Medalha de Honra também pelo "acumular de atos heroicos, inclusive tendo sido ferido duas vezes", assinalou Miguel Machado, editor do site especializado
www.operacional.pt.
A operação de resgate daquele médico norte-americano ocorreu a 8 e 9 de dezembro de 2012. Após quatro horas de caminhada pelas montanhas afegãs, os SEALs, equipados com óculos de visão noturna, invadiram a habitação. Identificado o refém Dilip Joseph, Byers atirou-se para cima dele para o proteger dos tiros - enquanto mantinha um talibã preso pela garganta contra a parede até ser morto por outros operacionais.
"Unidades destas só atingem este grau de eficiência com muito treino, mas acima de tudo muito combate real e equipamento do mais moderno que existe e, também, toda uma estrutura de informações e de apoio" para conseguir "montar uma operação em quatro dias, saber onde está exatamente o refém num local remoto e lançar uma operação de noite envolvendo, além dos helicópteros e dos operadores que lá foram, uma enorme panóplia de meios aéreos e outros militares de reserva para eventual intervenção/evacuação médica", assinalou ainda Miguel Machado.
DN