É lá... Pensava que o objectivo era a invasão e anexação de territórios fronteiriços..
Nunca foi intenção anexar territórios do leste da Ucrânia, tanto que nos roteiro de paz de Minsk, um dos pontos defendidos por todas as partes, incluindo russos, é a normalização da situação lá, com os respeito pela língua russa, etc, etc, etc.
Isso que está aí vale o que vale mas não tenho duvidas nenhumas que é o que acontecerá se os ucranianos derem uma de Geórgia 2008. Ao contrário de 2008, desta vez os russos só vão parar nas fronteiras oeste da Ucrânia.
A malta parece esquecer que isto começou com a concentração de forças ucranianas na linha de contacto e na mudança de discurso de Kiev sobre abandonar o acordo de Minsk e restaurar as fronteiras através da força, incluindo nisso a recuperação da Crimeia. Também o avanço dos trabalhos para o término da fase final do Nordstream 2, que basicamente vai secar a Ucrânia da sua ultima fonte de rendimento que mama com as tarifas de transito do gás russo para a Europa , está a fazer os proto-nazis em Kiev tomar medidas radicais.
Com os americanos a alimentar a fogueira pois o maior pesadelo americano é uma Europa energicamente independente do estrangulamento americano (coisa engraçada que o filho do Biden é mesmo o quê), é ver a Alemanha e a França a alinhar pelo discurso de Putin e mesmo a própria NATO e declarar que a única forma de resolução do conflito é através do roteiro traçado nos acordos de Mink.
O desespero os americanos é tal que ameaçam a Alemanha com sanções caso se termine o Nordstream 2 e também caso se compre a vacina Sputnik.
Estes 3 meses vão ser decisivos para a Europa se afirmar com bloco, infelizmente e ao mesmo tempo, felizmente, não vai ser liderada por os cromos em Bruxelas, mas por Merkel e Macron que têm estado em contacto directo com Putin e sabem que é a Europa que mais tem a perder se os americanos levarem a deles avante.
Se quiserem saber um pouco mais, talvez queiram ler o resumo que a imprensa finlandesa fez da conversa do 1º da Finlândia com Putin, após a conversa de Biden com Putin. Tirem a vossas conclusões ou então, acreditem no Nuno Rogeiro, famosamente conhecido por não acertar uma única previsão geopolítica.
O que afirmas é mentira. As famosas chamadas do Glaziev são prova disso. A Rússia, em 2014 tinha planos para tomar grande parte da Ucrânia. Desde Kharkiv até Odessa. Nas chamadas apanhadas o Glaziev pede a espiões em Zaporizhzhia e Kharkiv para fazerem "levantamentos populares" para que os russos possam enviar as suas forças "para proteger a população russa".
Os roteiros de Minsk nunca foram implementados pelo lado russo. Não faz sentido a Ucrânia dar "autonomia" a uma região que está de facto sob ocupação russa.
E é estranho que falem no respeito pela língua russa, quando em Kyiv a língua franca é o russo. Se calhar também têm de proteger Kyiv?
O que também é estranho é que mencionem a movimentação de forças ucranianas, mas não consigam apresentar ao fim deste mêses todos fotos dessa concentração de forças, quando relativamente às forças russas bastou poucos dias para mostrar fotos de satélites de novas bases a ser erigidas.
Mais... o pessoal pró-russo fala muito na mudança da Estratégia de Segurança Nacional da Ucrânia, mas nem sequer sabem do que se trata, muito menos leram o documento. Mas mesmo que soubessem, a mudança dum documento não é um casus belli. Se assim fosse a China já teria declarado guerra aos EUA porque os documentos de estratégia americana falam na China como um rival e uma ameaça.
Depois, mais uma vez, chamas à Ucrânia um estado proto-nazi. Quando nas eleições da Ucrânia os partidos de extrema-direita não chegaram a 3%. Nesse sentido as actuais sondagens em Portugal apontam para a extrema-direita poder chegar aos 10%. Isso faz de nós o quê? Estado nazi?
Mais estúpido nessa argumentação é que a Ucrânia tem um presidente judeu e a população judaica na Ucrânia vive em segurança, tendo inclusive um local de peregrinação em Uman.
Relativamente ao NordStream, não é só a Ucrânia que é contra este projecto. Quase toda a Europa de Leste é contra. A Alemanha prossegue os seus próprios objectivos, mas desrespeita os interesses de parceiros NATO e UE, como a Polónia por exemplo. Querem uma UE estrategicamente independente? Parem de seguir os interesses económicos da Alemanha e passem a pensar na UE como um todo. É como querer Portugal pujante, mas colocar os interesses económicos de Lisboa acima das questões de segurança da Madeira.