Guerra contra o terrorismo

  • 843 Respostas
  • 277691 Visualizações
*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 25817
  • Recebeu: 3437 vez(es)
  • Enviou: 269 vez(es)
  • +1771/-1719
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #435 em: Agosto 29, 2015, 12:53:34 pm »
Pentágono confirma morte de pirata informático do grupo Estado Islâmico na Síria


Em conferência de imprensa, o porta-voz do comando militar dos Estados Unidos, Patrick Ryder, confirmou a morte de Junaid Hussain, britânico de 21 anos, num ataque aéreo norte-americano lançado no início da semana em Raqqa (Síria).

O Departamento de Defesa norte-americano confirmou, esta sexta-feira, a morte de um dos principais 'hackers' do autoproclamado grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, no início da semana, uma informação que tinha sido publicada por 'media' dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do comando militar dos Estados Unidos, Patrick Ryder, confirmou a morte de Junaid Hussain, britânico de 21 anos, num ataque aéreo norte-americano lançado no início da semana em Raqqa (Síria).

Junaid Hussain era um especialista em informática e a sua principal missão era recrutar "lobos solitários" através da Internet para que realizassem ataques em nome dos jihadistas do EI contra soldados dos EUA, dos quais lhes facultava dados pessoais.

Lusa
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 25817
  • Recebeu: 3437 vez(es)
  • Enviou: 269 vez(es)
  • +1771/-1719
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #436 em: Setembro 03, 2015, 01:56:22 pm »
O primeiro português a combater o Estado Islâmico "preferia morrer a não fazer nada"


Com 21 anos, Mário Nunes desertou da Força Aérea e embarcou num voo para o Curdistão iraquiano para se juntar às forças rebeldes que combatem o Estado Islâmico na Síria. À Sábado, o militar explicou que partiu motivado por um sentido de dever, que o unia aos restantes combatentes estrangeiros que se juntaram às forças curdas. "Escolhemos combater para ajudar. Eu e eles preferíamos morrer ou ficar feridos a não fazer nada", contou à Sábado.

Na base de Beja da Força Aérea Portuguesa, Mário Nunes era empregado de mesa na messe. Foi em janeiro que decidiu desertar, em parte frustrado porque "a tropa portuguesa está cheia de hipocrisia", e à procura de um sentido de "privilégio e honra de ser militar". Mas, diz, partiu principalmente por um desejo de combater o Estado Islâmico.

"Estou disposto a pegar numa arma para contribuir para um mundo melhor", explicou à Sábado. Foi em fevereiro que chegou ao Curdistão, atravessou a fronteira para a Síria e se juntou às Unidades de Proteção Popular curdas (YPG na sigla em curdo). Dentro de poucas semanas, já estava na frente de combate, e lá ficou durante quatro meses.

Em parte, foi combater o Estado Islâmico por um desejo de fazer história. "Sempre me interessei por história e esta foi uma oportunidade de fazer parte dela em vez de a ler num livro", disse à Sábado. E não ficou chocado com o que encontrou em combate na Síria, afirmando antes que aquilo que viu ajudou a construir o seu carácter.

Mário Nunes passou quatro meses a combater o grupo terrorista auto-intitulado Estado Islâmico, sempre na frente de batalha, onde trocava tiros à distância com membros do grupo. Nunca ficou ferido, e não sabe se chegou a matar alguém. "De noite víamos os clarões e disparávamos. De dia atirávamos para onde ouvíamos barulho", explicou.

Vir embora não foi problemático. Mário saiu em junho do YPG, e só encontrou problemas a sair do Iraque, porque o seu visto de duas semanas já tinha expirado. Mas não foi parado em nenhum aeroporto europeu, nem encontrou problemas junto dos combatentes do YPG. "Os estrangeiros podem sair quando quiserem", explica. Partiu, confessa, em parte por causa da namorada, que deixara para trás.

A tatuagem no seu braço diz "um mundo, um povo", em árabe, ao contrário das notícias da altura da sua deserção que traduziam "morte aos americanos". Sobre essas notícias, Mário disse apenas: "é completamente idiota".

Não existem processos pendentes contra ele na Força Aérea nem junto do Ministério Público. A Sábado regista que isto acontece porque o YPG não é considerado um grupo terrorista em Portugal.

DN
 

*

Alvalade

  • Especialista
  • ****
  • 1074
  • Recebeu: 271 vez(es)
  • Enviou: 79 vez(es)
  • +53/-13
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #437 em: Setembro 03, 2015, 02:23:44 pm »
Citação de: "Lusitano89"
O primeiro português a combater o Estado Islâmico "preferia morrer a não fazer nada"


Com 21 anos, Mário Nunes desertou da Força Aérea e embarcou num voo para o Curdistão iraquiano para se juntar às forças rebeldes que combatem o Estado Islâmico na Síria. À Sábado, o militar explicou que partiu motivado por um sentido de dever, que o unia aos restantes combatentes estrangeiros que se juntaram às forças curdas. "Escolhemos combater para ajudar. Eu e eles preferíamos morrer ou ficar feridos a não fazer nada", contou à Sábado.

Na base de Beja da Força Aérea Portuguesa, Mário Nunes era empregado de mesa na messe. Foi em janeiro que decidiu desertar, em parte frustrado porque "a tropa portuguesa está cheia de hipocrisia", e à procura de um sentido de "privilégio e honra de ser militar". Mas, diz, partiu principalmente por um desejo de combater o Estado Islâmico.

"Estou disposto a pegar numa arma para contribuir para um mundo melhor", explicou à Sábado. Foi em fevereiro que chegou ao Curdistão, atravessou a fronteira para a Síria e se juntou às Unidades de Proteção Popular curdas (YPG na sigla em curdo). Dentro de poucas semanas, já estava na frente de combate, e lá ficou durante quatro meses.

Em parte, foi combater o Estado Islâmico por um desejo de fazer história. "Sempre me interessei por história e esta foi uma oportunidade de fazer parte dela em vez de a ler num livro", disse à Sábado. E não ficou chocado com o que encontrou em combate na Síria, afirmando antes que aquilo que viu ajudou a construir o seu carácter.

Mário Nunes passou quatro meses a combater o grupo terrorista auto-intitulado Estado Islâmico, sempre na frente de batalha, onde trocava tiros à distância com membros do grupo. Nunca ficou ferido, e não sabe se chegou a matar alguém. "De noite víamos os clarões e disparávamos. De dia atirávamos para onde ouvíamos barulho", explicou.

Vir embora não foi problemático. Mário saiu em junho do YPG, e só encontrou problemas a sair do Iraque, porque o seu visto de duas semanas já tinha expirado. Mas não foi parado em nenhum aeroporto europeu, nem encontrou problemas junto dos combatentes do YPG. "Os estrangeiros podem sair quando quiserem", explica. Partiu, confessa, em parte por causa da namorada, que deixara para trás.

A tatuagem no seu braço diz "um mundo, um povo", em árabe, ao contrário das notícias da altura da sua deserção que traduziam "morte aos americanos". Sobre essas notícias, Mário disse apenas: "é completamente idiota".

Não existem processos pendentes contra ele na Força Aérea nem junto do Ministério Público. A Sábado regista que isto acontece porque o YPG não é considerado um grupo terrorista em Portugal.

DN

Não é considerado um grupo terrorista, mas o rapaz desertou  :roll:
 

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12949
  • Recebeu: 3325 vez(es)
  • Enviou: 7946 vez(es)
  • +1202/-1993
    • http://youtube.com/HSMW
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #438 em: Setembro 03, 2015, 02:32:32 pm »
Talvez não tenha desertado. Pode ter rescindido contrato.

Normalmente noticias sobre temas militares tem sempre borrada.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

*

Alvalade

  • Especialista
  • ****
  • 1074
  • Recebeu: 271 vez(es)
  • Enviou: 79 vez(es)
  • +53/-13
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #439 em: Setembro 03, 2015, 02:36:33 pm »
Citação de: "HSMW"
Talvez não tenha desertado. Pode ter rescindido contrato.

Normalmente noticias sobre temas militares tem sempre borrada.

Citar
Questionada por email pelo JN sobre o desaparecimento do soldado, a Força Aérea, através do seu porta-voz, coronel Rui Roque, confirmou que o militar estava em "situação ilegítima de ausência desde 14 de fevereiro", acrescentando que foi "instaurado" um processo no sentido de "apurar" as circunstâncias da ocorrência. No documento, a FAP acrescentou que, passados 10 dias, cabe "proceder à notificação das autoridades competentes" no caso a Polícia Judiciária Militar, dado que passava a ser considerado desertor.

JN

 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 8072
  • Recebeu: 1383 vez(es)
  • Enviou: 361 vez(es)
  • +5289/-243
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #440 em: Setembro 03, 2015, 02:38:29 pm »
Olha que não...

Citar
Questionada por email pelo JN sobre o desaparecimento do soldado, a Força Aérea, através do seu porta-voz, coronel Rui Roque, confirmou que o militar estava em "situação ilegítima de ausência desde 14 de fevereiro", acrescentando que foi "instaurado" um processo no sentido de "apurar" as circunstâncias da ocorrência. No documento, a FAP acrescentou que, passados 10 dias, cabe "proceder à notificação das autoridades competentes" no caso a Polícia Judiciária Militar, dado que passava a ser considerado desertor.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Justica/ ... 535&page=2
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 8072
  • Recebeu: 1383 vez(es)
  • Enviou: 361 vez(es)
  • +5289/-243
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #441 em: Setembro 03, 2015, 02:39:18 pm »
LOL...batido por dois minutos! A culpa é do HSMW que não sabe o que é o google  :mrgreen: .
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Alvalade

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12949
  • Recebeu: 3325 vez(es)
  • Enviou: 7946 vez(es)
  • +1202/-1993
    • http://youtube.com/HSMW
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #442 em: Setembro 03, 2015, 03:00:16 pm »
Isso do google é uma conspiração para sacar os nossos dados biométricos e vida pessoal para os vender às multinacionais!!
Não uso nada disso!!!

 :mrgreen:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: PereiraMarques

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1530
  • Recebeu: 208 vez(es)
  • Enviou: 90 vez(es)
  • +271/-1427
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #443 em: Setembro 03, 2015, 07:18:24 pm »
Tratam-no como "o militar", isto é com cada um, então combate num grupo terrorista e nem sequer é tratado como tal. Desertou e ninguém quer saber, mas também da parte militar portuguesa tudo que seja oficiais graduados não-operacionais os "responsáveis" não é de esperar muito. Enfim triste país com espírito de cão salsicha.
 

*

NVF

  • Investigador
  • *****
  • 5475
  • Recebeu: 4150 vez(es)
  • Enviou: 11066 vez(es)
  • +8506/-257
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #444 em: Setembro 03, 2015, 08:31:33 pm »
Se os gajos que combatem o Estado Islâmico são terroristas, então o que é EI -- um grupo de mártires? O que está aqui em causa, independentemente das intenções do jovem militar, é que ele cometeu um crime e a lei deve seguir o seu curso.
Talent de ne rien faire
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lusitano89

*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 9960
  • Recebeu: 3938 vez(es)
  • Enviou: 1216 vez(es)
  • +4141/-7025
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #445 em: Setembro 04, 2015, 10:25:49 am »
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-09-02-Portugues-que-lutava-na-Siria-contra-o-Estado-Islamico-regressou-a-Europa
Citar
Seis meses foi o tempo que Mário Nunes, de 21 anos, esteve a combater pelas forças curdas do YPG (Unidades de Proteção popular). O militar desertou em fevereiro da base aérea n.º 11 de Beja, viajando incógnito até ao norte da Síria. Juntou-se então às milícias peshmergas que lutam contra o autodenominado Estado Islâmico (Daesh). Há poucos dias decidiu sair daquele grupo armado. Uma informação confirmada por várias fontes portuguesas da área militar.

As razões da saída do português do YPG devem-se ao facto de estar a passar por algumas dificuldades económicas: “Se decidir regressar ao YPG será bem-vindo. Gostamos muito dele”, garante ao Expresso um responsável próximo desta força curda.

Mário Nunes estará neste momento algures na Europa “junto de pessoas amigas” e “em breve” poderá regressar a Portugal. Tem familiares no Alentejo e no Algarve, que ficaram em choque quando descobriram que o rapaz se tinha alistado no YPG. Nenhum deles quis prestar declarações.

Na Síria é visto como um herói que apenas se foi embora da guerra com o objetivo “de voltar a juntar alguns dólares para uma nova missão naquele país”. Em Portugal é considerado um desertor. Durante os meses em que combatia pelo YPG, a Força Aérea Portuguesa rescindiu o contrato que o unia àquela instituição, despedindo-o com justa causa. “Tentámos notificá-lo do processo disciplinar mas foi impossível pois está em parte incerta”, revela o major Paulo Mineiro, porta voz da FAP. Neste momento, a Polícia Judiciária Militar investiga o seu caso.

O Expresso contactou Mário Nunes através da sua página no Facebook mas o jovem soldado optou por não fazer muitos comentários.

Uma equipa do canal britânico Channel 4 que se encontra há várias semanas no Curdistão sírio decidiu entrevistar o português, filmando-o em treinos militares com uma AK-47 nas mãos. As suas declarações serão incluídas num documentário sobre voluntários britânicos que lutam no YPG, intitulada ‘Fighting ISIS’ (‘Combatendo o Estado Islâmico’), e que deverá ser exibido no Reino Unido no próximo dia 14. Esta grande reportagem foi realizada por ex-soldados britânicos que acompanharam algumas operações do YPG nas montanhas do norte da Síria.

O militar alentejano foi o primeiro voluntário português a juntar-se ao exército peshmerga, que combate o exército do Daesh no terreno. O segundo partiu há poucas semanas para o Curdistão iraquiano: chama-se Miguel e até há poucos dias tinha uma vida considerada normal em Portugal, no norte do país.

A 19 de agosto alistou-se nos Liberty Lions, um outro grupo armado curdo que se opõe ao exército terrorista liderado por Abu Bakr Al-Baghdadi. Tem feito sobretudo treino militar diário com tiro mas já fez parte de uma missão no norte do Iraque, na última quarta-feira, que capturou e aniquilou cerca de uma dezena de jiadistas e “libertou” algumas aldeias do domínio dos fundamentalistas islâmicos.

Miguel revelou, na última edição de sábado do jornal Expresso, as razões que o levaram ao norte do Iraque para lutar contra o Daesh: “Aquilo não são pessoas mas demónios, que decapitam mulheres e crianças. Tinha de fazer qualquer coisa.”

Se regressarem a Portugal, tanto Miguel como Mário Nunes serão investigados pelas autoridades. Ao que o Expresso apurou, não serão no entanto considerados terroristas, ao contrário do que acontecerá com um dos quinze jiadistas portugueses do EI que decida voltar para casa. “Não há comparação possível entre o tipo de crimes bárbaros praticados pelo Estado Islâmico com os excessos cometidos nesta guerra pelas forças curdas”, relativiza uma fonte ligada à Segurança Interna.

Os serviços de informações ocidentais suspeitam que o YPG tenha ligações ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, que faz parte da lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia. Mas o Departamento de Estado dos EUA têm colaborado com as forças curdas no terreno. Já o Liberty Lions não tem qualquer tipo de cadastro internacional.

Além dos voluntários portugueses que se aliaram aos grupos peshmerga, existem cerca de vinte mercenários, ou 'contractors', a operar na região entre Síria, Iraque, Turquia e Iémen. Na base “Gran Capitan”, em Besmayah, localidade a 60 quilómetros de Bagdade, no Iraque, há ainda trinta militares do exército português inseridos num contingente espanhol. A sua missão é a de reerguer o Iraque das cinzas e a de dar formação a soldados iraquianos.
Aparentemente acabou a comissão e está de volta... :mrgreen:

Citar
Mário Nunes, de 19 anos, saiu do YPG, onde lutava desde fevereiro

Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1530
  • Recebeu: 208 vez(es)
  • Enviou: 90 vez(es)
  • +271/-1427
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #446 em: Setembro 04, 2015, 09:09:48 pm »
Na prática cometeu 2 crimes:

Crime de deserção
Crime de associação a grupo terrorista

Onde está o processo a decorrer?
 

*

Alvalade

  • Especialista
  • ****
  • 1074
  • Recebeu: 271 vez(es)
  • Enviou: 79 vez(es)
  • +53/-13
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #447 em: Setembro 04, 2015, 09:29:59 pm »
YPG não é um grupo terrorista, logo só cometeu a deserção.
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 25817
  • Recebeu: 3437 vez(es)
  • Enviou: 269 vez(es)
  • +1771/-1719
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #448 em: Setembro 21, 2015, 04:00:20 pm »
Estudo: Desertores de grupo Estado Islâmico desiludidos com assassínio de muçulmanos


Desde janeiro de 2014, pelo menos 58 pessoas deixaram o grupo e falaram publicamente da sua deserção, de acordo com o relatório do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização e Violência Política (ISCR), no King's College, em Londres.

O estudo indica que há registos de 17 combatentes terem desertado só nos meses de junho, julho e agosto, acrescentando que eles representam apenas "uma pequena fração" de ex-combatentes, muitos dos quais têm medo de dar a cara.

O ISCR instou os governos a tornarem mais fácil aos desertores dizerem o que sabem, sem ameaças de perseguição na justiça, como um elemento dissuasor para outros.

Aqueles que contaram as suas histórias de forma avassaladora disseram que se dececionaram com o assassínio de muçulmanos sunitas como eles, incluindo civis inocentes, e com o fracasso do grupo em confrontar o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

"As vozes dos desertores são fortes e claras: 'O EI não está a proteger os muçulmanos. Está a matá-los", indicou o relatório.

Um desertor identificado como Ebrahim B., da Alemanha, afirmou falar por duas dúzias de camaradas que viajaram para a Síria para combater Assad e que acabaram desapontados com a realidade no terreno.

"Muçulmanos estão a lutar contra muçulmanos. Esqueceram-se do Assad. Toda a 'jihad' foi virada do avesso", declarou Ebrahim B, citado no relatório.

Os líderes do EI consideram inimigos o Exército Sírio Livre, Ahrar al-Sham, e a afiliada da Al-Qaeda Jabhat al-Nusra e envolveram-se em "batalhas ferozes" com todos eles, segundo o relatório.

Mas muitos desertores argumentaram que combater outros grupos sunitas é "errado, contraproducente e religiosamente ilegítimo", refere o documento, acrescentando que este "não foi o tipo de 'jihad' que vieram para a Síria e o Iraque combater".

Os desertores mencionados no relatório eram residentes permanentes de 17 países, incluindo nove da Europa Ocidental e a Austrália.

Dezenas de desertores fugiram para a Turquia, enquanto outros foram alegadamente executados como "espiões" ou "traidores" pelo EI, que considera a deserção uma renegação da religião.

Abandonar o grupo 'jihadista' é "complicado e perigoso", indica o relatório, havendo muitos elementos que se veem obrigados a esconder-se, com medo de serem perseguidos judicialmente.

"Muitos estão ainda retidos dentro da Síria e do Iraque - sem conseguirem escapar a uma organização em relação à qual já não sentem qualquer lealdade", acrescenta o relatório.

O ISCR está a apelar aos governos para "reconhecerem o valor e a credibilidade dos relatos de desertores" e para garantir a segurança daqueles que falam, bem como para retirar os "desincentivos legais".

Embora admitindo que alguns desertores terão "provavelmente cometido crimes", o estudo defende que os seus testemunhos poderão dissuadir outros de se juntarem ao EI.

O relatório também faz alguma luz sobre as razões pelas quais as pessoas aderem ao grupo, sendo a mais comum as atrocidades cometidas pelo Governo de Assad na Síria, logo seguida do facto de muitos também acreditarem que o EI representa "um Estado Islâmico perfeito".

Outros foram atraídos por promessas de comida, bens de luxo, carros e pagamento das suas dívidas - promessas que raramente se cumpriram.

Lusa
 

*

olisipo

  • Investigador
  • *****
  • 4966
  • Recebeu: 111 vez(es)
  • Enviou: 45 vez(es)
  • +28/-33
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #449 em: Novembro 04, 2015, 09:33:06 am »