A chatice, é que dependendo do ponto de vista, todos os países têm a sua historia tragico-cómica.
Um país pode criar um heroi onde na realidade existiu apenas um homem ou uma mulher.
A economia da Prussia por exemplo, ficou num estado lastimável após o longo reinado de Frederico o Grande. O sistema de impostos levou a Prussia a um estado de recessão de que o país levou tempo a sair.
Nós temos em Portugal vários exemplos de grandes homens, que na realidade também têm o armário cheio de esqueletos.
O Marquês de Pombal por exemplo, para muita gente foi um grande homem, mas esquecemo-nos de que só teve direito a estátua quando a república maçónica foi implantada.
D. João II é chamado de «Principe Perfeito», mas durante o seu reinado, matou. roubou, assassinou como poucos.
Vivemos num mundo cheio de gente muito imperfeita e mesmo os grandes herois de uma forma ou de outra têm telhados de vidro.
Podemos falar da disciplina prussiana, mas o que é a disciplina prussiana que não um desenvolvimento das regras e leis da disciplina das legiões romanas ?
E o que é o sistema de disciplina das legiões romanas senão uma tentativa de aplicar de uma forma mais lata o regime de treino da cidade-estado de Esparta ?
No entanto, o que é feito de Esparta ?
Esparta ganhou a guerra contra Atenas, mas Atenas ainda lá está. Os espartanos, para além de alguns códigos de conduta militar, praticamente não deixaram nada para que alguém se pudesse lembrar deles.
Antes da ascenção de Roma, os macedónios controlaram grande parte do mundo antigo e venceram os Persas em Gaugamela com a mesma disciplina ferrea, mas o que aconteceu às conquistas de Alexandre o Grande ?
O que aconteceu a todos os estados que desenvolveram regimes militares baseados na disciplina férrea ?
Mesmo Roma, cujo império durou séculos e não corresponde exactamente a um estado militar, teve sucesso porque manteve as suas legiões sempre nas fronteiras do império, longe da capital imperial.