O facto de eu estar sempre a analisar a Infantaria Mecanizada a combater desmontada, tem uma razão. Os nossos M113 e Pandur são apenas táxis de batalha. Existem actualmente dois tipos de Infantaria Mecanizada no mundo, uma é com táxis de batalha e outra é com viaturas de combate de Infantaria. Não se deixem enganar! qualquer uma delas contra uma unidade de Carros de Combate é tiro aos patos. Nem o melhor VCI resiste a uma unidade com o CC mais ridículo que imaginem. A vantagem dos VCI é o facto de poderem destruir unidades de Infantaria Mecanizada que não disponham de CC, como sejam os Belgas, Holandeses e outros tristes que os seguem. O conceito antigo era de que os VCI com TOW destruíam os CC a longo alcance, antes de estes se aproximarem da Infantaria, com CC modernos como os nossos Leopard 2A6 essa teoria já caiu por terra. Um só Esquadrão de Leopard 2A6 pode destruir um Agrupamento Táctico sem carros a longo alcance, com uma velocidade que desafiará as capacidades de reacção de qualquer comandante que se depare com ele. Só com muito Reconhecimento terrestre e aéreo e Helicópteros de Ataque é que pode haver qualquer tipo de esperança de sobrevivência para este tipo de unidades.
Voltando á Infantaria Mecanizada, a que viaja em táxis de batalha, terá sempre que desmontar dos veículos para poder sobreviver, quer em operações ofensivas quer defensivas. Actualmente a maioria dos combates são por zonas edificadas, uma CAtMec ao aproximar-se de uma povoação, basta receber o impacto de 2 ou três mísseis anti-carro, que rapidamente o Capitão vai mandar desmontar, instalar e de seguida manda recuar os táxis para uma posição com cobertura. Os Apontadores de Browning dos M113 e Pandur são mais fáceis de acertar do que os alvos que temos nas carreiras de tiro. Depois de desmontar em frente á povoação, os Atiradores estão por sua conta, têm que utilizar as velhas tácticas de fogo e movimento, granas de fumos, pedir fogos de morteiros, etc, enfim voltar aos princípios básicos do combate com Infantaria apeada. Num combate destes, rapidamente esgotam as munições e então terão que ser reabastecidos debaixo de fogo, porque as munições estavam na VBTP, tal como os tripés das MetL, que muita falta vão fazer quando cair a noite e tiverem que as montar nos tripés e desenhar uma carta de tiro para poderem bater as zonas que identificaram de dia. Terão que tentar cavar minimamente posições de onde possam bater o IN com fogos de uma maneira mais segura. Então e agora?
É prioritário para o nosso Exército adquirir os restantes Leopard 2A6 e as Pandur 105mm. O falhanço das Pandur com canhão 105mm é um falhanço de toda uma doutrina de emprego de forças do nosso Exército e que levou á aquisição das Pandur. Com apenas 4 viaturas no PlRec e 3 no PlACar, os BI/BrigInt têm que recorrer excessivamente aos Atiradores para Explorarem e combaterem contra CC. Só os magníficos 8 CARDON 120mm vão trazer um apoio de fogo decisivo. Sem as Pandur 105mm, não acredito que consigam desempenhar 50% das missões que lhes seriam confiadas como brigada média.
