Umas Forças Armadas com um determinado número de militares, conseguem ter muito mais capacidade de combate se lhes for dado o equipamento adequado. Ter 11 militares a operar um M114, é, como se pode ver, um desperdício de "mão-de-obra", quando 9 militares davam para operar 2 HIMARS + 1 veículo municiador. A isto acresce que:
-os militares do M114 têm muito menos chances de sobrevivência que os militares dum sistema moderno com maior alcance;
-por estarem mais próximos da linha da frente, a sustentação logística deste pessoal torna-se muito mais complicada;
-e que o número de militares que o M114 necessita para operar, obriga a um maior esforço logístico, por serem mais "bocas" para alimentar, colocando ainda mais pressão nas unidades logísticas.
A questão central, e que acho que há poucas pessoas dispostas a enfrentar é que a culpa não é só dos políticos, mas das próprias chefias. Toda a gente mente a toda a gente sobre as capacidades reais (e que disso não restem dúvidas), mas suas Altezas Excelsas Senhores Generais de pelotão e meio têm não só 0 interesse em melhorar capacidades, como são eles mesmos uns incapazes - basta ver o caso do Comandante de Brigada que tem problemas mentais.
Aquando da apresentação da SCAR, a grande preocupação do Sr. General Cmdt da EA, onde se realizou a apresentação, era que era uma arma curtita, não ia dar para fazer ordem unida bonita. Quando se demonstrou as AimPoint, dizia o Sr. General que aquelas tretas não serviam para nada, agora iam ter que se andar sempre a comprar pilhas, e homem a sério usa é a mira da arma, se precisar de outra coisa, nem é militar digno do nome.
E deste exemplo, arranjo os necessários. Fale-se de adequar Secções, Pelotões, Companhias ou, Deus nos livre de tal infâmia, Batalhões ou Regimentos às reais necessidades operacionais, cai o Carmo, a Trindade e mais um bocado. Se uma secção de M114 tem 11 militares, uma secção de M777, Himars, Astros II, ou seja só um trabuco, tem que ter 11 militares! Menos que isso é um desprestigio, uma desonra e uma afronta.
E porque esses ramos não estavam dispostos a perder tempo e dinheiro com pessoal que ia lá ficar poucos meses e que nunca iam exercer as especialidades para que eram treinados.
E explicar isso? Há quem ache que um soldado precisa de uma farda, umas botas, uma espingarda e um capacete (e o capacete já é um luxo). Depois é apontar na direção geral do inimigo, e está ganha a guerra. Não é por acaso em que nenhum exercício português as NT ganham sempre. Com supremacia aérea garantida, cadeia logística sem qualquer constrangimento, apoio de artilharia em todos os cm2 sem limite, etc etc.
Por outro lado, há Orions em que nem o reabastecimento de Classe IW foi garantido. Mas também agora a tropa vai à guerra para beber água ou quê? No tempo dos Srs. Generais, era meia tampa de água a dar para 3 dias e 2 duches!
O 12o ano não dá acesso direto ao CFS, hoje em dia o CFS já vai pessoal com frequência universitária. A minha filha já teve vários colegas a chumbar e ainda está no 7o ano.
Antes de acabar o SEN já o CFS e o CFO era só para pessoal voluntário/contratado.
O CFS é com o 12º ano, curso universitário é para o CFO.
Realmente andamos a treinar a nivel companhia, Batalhão, Brigada (?), mas depois na realidade mandamos companhias independentes, e os franceses não, eles treinam já como GTIA/SGTIA, e as suas forças de apoio estão habituadas a apoiar qualquer unidade de combate (infantaria/cavalaria), por isso na operação Serval muita gente ficou surpreendida como é que 3 ou 4 companhias (SGTIAs) vindo cada uma de um canto diferente onde faziam parte de comtingentes maiores (Paras da Costa do Marfim, Legião do Chad, infantaria Mecanizada da França, etc), e originais de Regimentos e Brigadas diferentes, chegam ao Mali e começam imediatamente a operar como se fossem um Batalhão (GTIA) coeso, como se naturalmente fossem o mesmo Batalhão. É uma flexibilidade que não temos, para enviar alguma força para uma FND com pessoal de diferentes Regimentos temos de andar a treinar 6 meses antes para se tornarem uma força coesa.
Esse tempo não é só para a coesão, é para os militares aprenderem a ser tropa

Desde saber mexer em rádios, até dar tiro, ou estágios NBQR.