Efeito Borboleta

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zawevo

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Efeito Borboleta
« em: Fevereiro 03, 2011, 10:55:27 am »
Andam por aí uns idiotas úteis a dizer que não há necessidade de se investir na Defesa porque não existem ameaças. Dão como exemplo a paz que reina na Europa há mais de 50 anos e que relativamente ao nosso vizinho espanhol está tudo bem. Assim é. Mas os senhores que assim falam, não só demonstram ter fracos conhecimento de história, como também têm dificuldade em perceber o modo como o mundo funciona ao pensarem que as sociedades são estáticas. Igualmente ignoram que em geopolitica e relações internacionais há uma dinâmica que, não raras vezes tomam rumos imprevistos.

Reparem no que está a acontecer agora no Médio Oriente aqui tão perto. Para quem se interessa por estes assuntos nunca o Efeito Borboleta teve uma manifestação tão cabal como nos acontecimentos que estão a ocorrer na Tunisia, Egipto e Iémen, e, no passado muito recente (e ainda longe de uma estabilidade consolidada), na Argélia.

O referido Efeito Borboleta é um termo aplicado às condições iniciais da teoria do caos. Foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz, e, segundo a cultura popular, o bater de asas de uma simples borboleta na China poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, por hipótese, provocar um tufão nas Caraíbas. O Efeito Borboleta encontra aplicações em qualquer área das ciências (in wikipedia).

Fazendo fé no que tem sido publicado na comunicação social, a revolta que destronou o sistema vigente na Tunisia começou quando uma mulher polícia esbofeteou e confiscou a mercadoria de um vendedor ambulante por, este não ter a licença (o bater de asas de uma simples borboleta na China...). Numa sociedade estratificada em que há uma clara predominancia do homem sobre a mulher tal gesto foi considerado insuportável pelo vendedor que para limpar a sua honra imolou-se.

Tenha sido esta a razão para tão desesperado acto, ou, tenha sido, segundo outros, o facto de, depois de agredido e humilhado pela polícia, ter visto novamente recusada a licença de venda ambulante por não ter dinheiro suficiente para corromper os funcionários, o certo é que a este facto (e a alguns outros suicídios de jovens revoltados com a corrupção vigente), seguiram-se os acontecimentos em cascata que todos assistimos na televisão. Tais acontecimentos foram por sua vez o catalisador para que no Egipto eclodisse uma revolta contra o poder (...poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão nas Caraíbas).

O que é que isto tem a haver com a nossa defesa e segurança?

Nesses países há partidos islamitas, que representando o fundamentalismo islâmico, supostamente puro, rigoroso e livre de corrupção, porque assente exclusivamente na fé e na tradição, e não na política, vulgo, na conquista do poder, que com alguma facilidade assente no descontentamento popular, poderão "democraticamente" subir ao poder.

Como aprendemos com a história recente, quando o Irão se tornou uma república islâmica fundamentalista, no final dos anos 70, com a chegada ao poder de um líder religioso carismático Ayatollah Khomeini, e até ao presente, tais movimentos têm tentado contagiar os vizinhos, passando da tentativa de domínio através das armas até formas mais subtis e bem mais eficientes, no que se refere ao Iraque, e com manifestações actuais evidentes na Argélia e Marrocos, ainda que violentamente reprimidas em várias ocasiões.

Mas a repressão pela força de massas revoltosas normalmente e quando intensivamente cobertas pelos media, tem um preço político (e humano) insustentável (curiosamente com excepções bastante mediáticas da China e Irão) , alem de criarem mártires tão necessários à multiplicação e fortalecimento dos movimentos opositores ao regime.

A tradição fundamentalista islâmica, assente na fé, na história, na tradição e no direito consuetudinário (o costume), não esqueceu a veleidade da reconstrução da Grande Andaluzia islamica.

Não esquecer que a taxa de natalidade dos islamitas é o dobro da dos europeus (até porque é mantida a tradição dos filhos numerosos como garante do sustento futuro da familia), isto a par de níveis de desemprego igualmente elevados.

É de toda a prudencia nós estarmos preparados para esta evolução. Há que manter um nível mínimo de vigilancia e de dissuação a fim de não sermos apanhados desprevenidos e aí sim, com custos muito elevados. Daí que seja sensato continuar a haver um investimento nas Forças Armadas e de Segurança, procurando organizar programas de reequimento que vizem colmatar as falhas já conhecidas e, se possível, chamando a industria nacional a colaborar.

Cumprimentos,

z
 

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linergy

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Re: Efeito Borboleta
« Responder #1 em: Fevereiro 03, 2011, 01:08:03 pm »
Investir ou não na defesa pouco tem a ver com o que referes. Como investir, em quê e com quem, aí é que se devem debruçar.
Primeiro, não existe nenhum efeito borboleta, a 10 cm já não sentes o bater das asas.
O clima do nosso planeta é regido pelo Sol. É com a energia do Sol que tudo acontece. O pensamento começa e acaba no Sol. Por isso és oferecido ao sol, dado ao sol, ou soldado.
Segundo, somos controlados por símbolos, todos os messes recebemos um símbolo no final, os números são símbolos.
Obviamente os Egípcios chagaram a uma situação para eles inaceitável, e nós também para lá caminhamos.
É muito fácil dizer às pessoas que têm um aumento de 4% no salário e que a inflação foi de 3,2%, mas é falso, e a falsidade é a característica principal das pessoas que se apoderaram do poder das ilusões antigas.
A repetição da falsidade só cria a realidade dos estúpidos.  Embora pouco ganhamos em dar atenção à pobreza mental instalada, que só pensa em extraviar a riqueza e fazer com que tudo fique esquecido, fazer com que o Português seja um mero espectador do Mundo.
Devemos é pensar em evoluir num Mundo sem fronteiras e ser dignos de nos chamar-mos Portugueses como os nossos Pais e Avós.