Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo

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Jorge Pereira

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Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« em: Novembro 18, 2010, 10:13:40 pm »
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Os cortes orçamentais nos serviços de informação externos levaram ao cancelamento de quase todas as operações este ano.

A demissão, anunciada ontem em primeira mão pelo DN, do director dos Serviços de Informação Estratégicos de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, surpreendeu círculos políticos e da segurança. O primeiro-ministro José Sócrates, que tem a tutela directa das "secretas", respondeu com o silêncio. "Não comentamos", disse ao DN o gabinete do chefe do Governo, remetendo para o secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, uma declaração (ver em baixo).

O pedido de exoneração já tinha sido feito há cerca de uma semana, em cartas enviadas ao primeiro-ministro e ao secretário-geral do SIRP, Júlio Pereira. Mas só ontem, ao início da tarde, o chefe dos espiões destacados no estrangeiro convocou para uma reunião de emergência todos os directores e funcionários do serviço que dirige desde 2008.

Segundo soube o DN junto de fontes que estiveram presentes, Jorge Silva Carvalho explicou as razões de fundo da sua decisão, a maior parte já conhecida, aliás, pelas suas equipas. Os severos cortes orçamentais a que o SIED vai ser sujeito em 2011 são fatais, no seu entender, para garantir operações estratégicas para o serviço. "Desde o ano passado que o SIED tem sobrevivido e garantido algumas das principais operações à custa de transferências/empréstimos do orçamento do secretário-geral do SIRP. Este ano já temos uma dívida de cerca de 900 mil euros", explicou uma fonte.

Na prática, as consequências para a actividade do serviço fizeram-se sentir duramente já durante este ano. Enquanto a média de deslocações ao estrangeiro para operações ou acções de formação em 2009 se situou nas 300, este ano foram feitas apenas 10. "O serviço está parado, não há operações desde meados do ano, cancelámos todas as operações conjuntas e acções de formação para que tínhamos sido convidados no exterior", revela uma outra fonte.

Com o corte de mais de um milhão de euros previsto para 2011, o cenário agravou-se. Sete das 11 estações do SIED no estrangeiro vão ser encerradas: Madrid, Rabat, Timor, Maputo, Cairo, Bruxelas e Bissau, embora esta última ainda tenha a sua manutenção a ser ponderada. Mantêm-se Moscovo, Pequim, Nova Deli e Brasília.

Os serviços de informação perdem "antenas"estratégicas, designadamente nos países islâmicos, onde ficam sem qualquer "fonte" e nos países africanos de língua oficial portuguesa, opções estas que também mereceram o desacordo veemente de Silva Carvalho. O director do SIED pretendia, aliás, abrir novos postos em dois países com grandes comunidades portuguesas, que foram indeferidos.

Grande parte destas estações, onde está a 'elite' dos serviços, foram criadas por Silva Carvalho e contribuíram nos últimos anos para um aumento grande da credibilidade de Portugal no contexto internacional da intelligence. "Perdê-las terá consequências muito graves, pois têm todo um capital de fontes, informação e de confiança que demora anos a conquistar e que é irrecuperável", salienta João Rebelo, da Comissão Parlamentar de Defesa.

Jorge Silva Carvalho entendeu que, de acordo com o que terá transmitido aos funcionários ontem à tarde, "por uma questão de consciência" não podia aceitar a situação. "Faço-o pelo serviço, não por mim. Faço-o para chamar a atenção para o erro que se está a cometer", terá justificado.

Fonte


Inacreditável. Irresponsabilidade elevada ao seu máximo expoente. Fechar as estações do Cairo e de Rabat :shock:

Brinca-se alegremente com a Segurança e Defesa deste país. Somos governados por autênticos analfabetos irresponsáveis.

Parabéns ao Jorge Silva Carvalho. Se todos tivessem a dignidade de tomar este tipo de atitudes, em vez de assobiarem para o lado para manterem o lugarzinho, muita coisa mudaria!
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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FoxTroop

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #1 em: Novembro 18, 2010, 10:28:14 pm »
Vinha colocar aqui essa noticia....   :shock:   :shock:
 

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sergio21699

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #2 em: Novembro 18, 2010, 10:55:00 pm »
E tudo por 1 milhao de euros!! vão me dizer que não tinham outro sitio pra cortar?? :N-icon-Axe:
-Meu General, estamos cercados...
-Óptimo! Isso quer dizer que podemos atacar em qualquer direcção!
 

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Jaromil

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #3 em: Novembro 20, 2010, 03:08:50 am »
Nuno Rogeiro in JN

http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx? ... %20Rogeiro


Ex-peões


A seguir a cada guerra - fria, quente, morna - são despedidos milhares de espiões. Dado que, na maior parte dos países, estas mulheres e homens são funcionário públicos, o problema da sua redundância, inutilidade ou preço excessivo, entronca-se na questão maior dos défices e das poupanças. No Reino Unido, por exemplo, há dezenas de ex-funcionários do MI5 (SS) e do MI6 (SIS), que tiveram de passar a ganhar a vida como consultores, assessores, pequenos empresários. Na África do Sul, o fim da guerra em Angola arruinou muitas agências semiprivadas de "intelligence". Em Israel, na Rússia, na China, a "sociedade civil" está cheia de profissionais de segurança do Estado, que recomeçaram a existência no sector privado.

O que se diz para os serviços secretos pode afirmar-se para as forças armadas e para as polícias. O apaziguamento internacional, a resolução pacífica, ou negociada, dos conflitos, a ultrapassagem de tensões e desequilíbrios internos, tornam muitos guardiães profissionais em pesos desproporcionais.

Nas "secretas", que correspondem a uma visão - aliás adequada - da realidade, baseada no antagonismo de interesses de estados e blocos, o drama é maior, depois do fim do monopólio estatal da informação, e da eclosão tecnológica e cibernauta. A sua actividade, fora dos casos extremos de actividades clandestinas, acaba por ter rivais privados, das agências de detectives aos jornalistas, dos gabinetes de análise aos organismos de investigação criminal.

Por outro lado, há a questão da "produtividade". Se os serviços secretos se baseiam, exclusivamente, na análise da informação "aberta", e se mesmo assim confundem interpretação operacional com repetição narrativa, servem de pouco aos governos.

E se compensam esse défice com informações - também abertas - de fora, ou se equilibram a insuficiência analítica com excessos especulativos, tornam-se também inúteis.

É por isso que tais serviços, quando atingem maturidade, identidade e utilidade, precisam de meios humanos - externos e internos - no terreno, e de meios técnicos capazes de ultrapassar os limites humanos.

Quando o dinheiro acaba, e os serviços ficam sem essas delegações, agências ou operacionais, ou economizam noutro pessoal, ou perdem o sentido.

Daí às demissões vai um passo lógico.

Mas convém evitar o histerismo.
 

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Luso-Efe

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #4 em: Dezembro 05, 2010, 01:04:46 am »
Citação de: "Jorge Pereira"

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Com o corte de mais de um milhão de euros previsto para 2011, o cenário agravou-se. Sete das 11 estações do SIED no estrangeiro vão ser encerradas: Madrid, Rabat, Timor, Maputo, Cairo, Bruxelas e Bissau, embora esta última ainda tenha a sua manutenção a ser ponderada. Mantêm-se Moscovo, Pequim, Nova Deli e Brasília.

Os serviços de informação perdem "antenas"estratégicas, designadamente nos países islâmicos, onde ficam sem qualquer "fonte" e nos países africanos de língua oficial portuguesa, opções estas que também mereceram o desacordo veemente de Silva Carvalho. O director do SIED pretendia, aliás, abrir novos postos em dois países com grandes comunidades portuguesas, que foram indeferidos.

Grande parte destas estações, onde está a 'elite' dos serviços, foram criadas por Silva Carvalho e contribuíram nos últimos anos para um aumento grande da credibilidade de Portugal no contexto internacional da intelligence. "Perdê-las terá consequências muito graves, pois têm todo um capital de fontes, informação e de confiança que demora anos a conquistar e que é irrecuperável", salienta João Rebelo, da Comissão Parlamentar de Defesa.

Jorge Silva Carvalho entendeu que, de acordo com o que terá transmitido aos funcionários ontem à tarde, "por uma questão de consciência" não podia aceitar a situação. "Faço-o pelo serviço, não por mim. Faço-o para chamar a atenção para o erro que se está a cometer", terá justificado.

Fonte


Inacreditável. Irresponsabilidade elevada ao seu máximo expoente. Fechar as estações do Cairo e de Rabat :G-beer2:

Bem, o escandalo é total.

Fechar Madrid, que é de onde emana o maior perigo à soberania nacional é uma atentado à soberania nacional, e só mesmo de traidores iberistas.

Não encontro outro nome para lhe chamar.

Parabéns sem dúvida ao Jorge Silva Carvalho por ter batido com a porta.

 :snipersmile:
Chamar aos Portugueses ibéricos é 1 insulto enorme, é o mesmo que nos chamar Espanhóis.

A diferença entre as 2 designações, é que a 1ª é a design. Grega, a 2ª é a design. Romana da península.

Mas tanto 1 como outra são sinónimo do domínio da língua, economia e cultura castelhana.

Viva Portugal
 

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LuisC

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #5 em: Dezembro 05, 2010, 01:53:02 am »
Não deixa de ser estranha a revelação da localização das “estações” :? …afinal de contas estamos a admitir que temos espiões a operar nessas cidades e países.
Mesmo a sua localização não deveria ser matéria confidencial?
 

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raphael

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #6 em: Dezembro 05, 2010, 02:34:08 am »
Bom e o director demissionário das secretas bate com a porta, pelos motivos difundidos...e com o acesso à informação que esse senhor teve, as informações previlegiadas e sensíveis que estiveram ao seu alcance...e vai para o sector privado?? enfim poderia ir para uma empresa do Estado ou com capitais públicos...agora para o sector privado! Estamos em Portugal pois claro  :G-beer2:
Um abraço
Raphael
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Get_It

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #7 em: Dezembro 05, 2010, 03:04:47 am »
Citação de: "raphael"
Bom e o director demissionário das secretas bate com a porta, pelos motivos difundidos...e com o acesso à informação que esse senhor teve, as informações previlegiadas e sensíveis que estiveram ao seu alcance...e vai para o sector privado?? enfim poderia ir para uma empresa do Estado ou com capitais públicos...agora para o sector privado! Estamos em Portugal pois claro  :G-beer2:
Não é só em Portugal que pessoas assim passam para o privado sem mais nem menos. Então nos EUA e no Reino Unido é que é.

Eu acho mais engraçado nisto tudo é ler no título do tópico a parte «embaraça Governo», pois pela atitude dos nossos governantes pode-se é dizer que eles se estão, e perdoem a linguagem, é a cagar para o assunto. Agora sim podemos afirmar: Estamos em Portugal pois claro.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Jaromil

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #8 em: Dezembro 05, 2010, 07:32:00 am »
Citação de: "LuisC"
Não deixa de ser estranha a revelação da localização das “estações” :wink:
 

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Jaromil

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #9 em: Dezembro 05, 2010, 07:44:14 am »
Citação de: "raphael"
Bom e o director demissionário das secretas bate com a porta, pelos motivos difundidos...e com o acesso à informação que esse senhor teve, as informações previlegiadas e sensíveis que estiveram ao seu alcance...e vai para o sector privado?? enfim poderia ir para uma empresa do Estado ou com capitais públicos...agora para o sector privado! Estamos em Portugal pois claro  :G-beer2:


Calminha que isto não é só em Portugal!! Não imagina a quantidade de elementos que passam dos serviços de informações de dezenas de países, para empresas privadas. Isto é perfeitamente normal, nada de especial. Agora se a pergunta for: será que ele vai manter somente com ele determinadas informações que podem comprometer o país, ou aliados? Eu penso que sim, eu acredito que o fará, penso que estas pessoas tem uma imagem bem mais clara sobre o que podem fazer certas informações se forem reveladas, além de que, quero acreditar, que o patriotismo, que qualquer pessoa que serve o país desta maneira, penso que tenha, o impedirá de expôr determinadas matérias classificadas.
 

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LuisC

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #10 em: Dezembro 05, 2010, 11:58:21 pm »
Citação de: "Jaromil"
Citação de: "LuisC"
Não deixa de ser estranha a revelação da localização das “estações” :wink:

Caro Jaromil, muito obrigado pelo esclarecimento…tinha uma percepção errada da condição das referidas “estações”. :wink:

Cumps.
 

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Jorge Pereira

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Re: Demissão do director das 'secretas' embaraça Governo
« Responder #11 em: Fevereiro 22, 2011, 02:47:31 pm »
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Com o corte de mais de um milhão de euros previsto para 2011, o cenário agravou-se. Sete das 11 estações do SIED no estrangeiro vão ser encerradas: Madrid, Rabat, Timor, Maputo, Cairo, Bruxelas e Bissau, embora esta última ainda tenha a sua manutenção a ser ponderada. Mantêm-se Moscovo, Pequim, Nova Deli e Brasília.

Vendo os últimos acontecimentos...

Isto é que é Visão!!! Bravo para o governo... :N-icon-Axe:
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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