Irã suspende programa nuclear

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TOMKAT

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« Responder #15 em: Outubro 31, 2005, 02:03:53 am »
Citação de: "Mar Verde"
Citação de: "TOMKAT"
Citação de: "komet"
EUA acabam por ser um pseudo-Israel, basta ver a quantidade de Judeus que o controlam. Acabam por cometer o mesmo pecado dos Árabes... acharem que são os eleitos de Deus ("God bless America" vs "Allah uh Akbar"). Pessoalmente prefiro manter-me afastado de uns e dos outros.

Incisivo e consizo Komet.
Bush e Ahmadinejad são duas faces da mesma moeda.

Mas não é tolerável que as palavras de um alucinado ponham em causa, da maneira como as pôs, a existência de um Estado soberano que é Israel, apesar de todas as prepotências e de  todos os seus defeitos.

Essas palavras vêm confirmar também os receios mais alarmistas acerca do programa nuclear iraniano.

A falar assim, acho que o programa nuclar iraniano vai ter o mesmo fim que o projecto iraquiano do tempo de Sadam.
Os israelitas vão-se encarregar disso. :wink:

Não que ambos tenham alguma ponta de razão nalguns argumentos.
Iraque, Irão, Coreia do Norte não serão própriamente regimes exemplares.
E Israel também tem os seus telhados de vidro.

Mar Verde era esta a "moeda" que me referia. :wink:
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« Responder #16 em: Janeiro 31, 2006, 06:15:07 pm »
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Irão ameaça limitar colaboração com a Agência de Energia Atómica

31 de Janeiro de 2006 Publico on-line

O Irão ameaça proibir as inspecções internacionais não obrigatórias às suas instalações nucleares e começar a enriquecer urânio se o seu programa nuclear for denunciado ao Conselho de Segurança, tal como ontem foi acordado pelos cinco países com assento permanente no organismo.

Os países europeus, que até agora lideravam os contactos com o Irão, suspenderam as negociações e propuseram, com o apoio dos EUA, o envio deste caso para o Conselho de Segurança da ONU, organismo com capacidade para decretar sanções.

Ontem, e após intensas conversações, Moscovo e Pequim deram o seu aval à iniciativa, que conta agora com o apoio de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China), além da Alemanha e da União Europeia no seu conjunto.

Contudo, a China e a Rússia rejeitam, para já, a aplicação de sanções e anunciaram que vão enviar delegações a Teerão para tentar convencer o regime iraniano a dar resposta às preocupações da AIEA.


http://www.publico.clix.pt/shownews.asp ... idCanal=15

Entretanto... o ministro do petróleo iraniano, Kazem Vaziri-Hamaneh, declarou hoje em Viena que as as exportações de petróleo bruto e as actividades de investigação nuclear iranianas são independentes e não existe "qualquer razão" para interromper as exportações de petróleo. Vaziri-Hamaneh tinha indicado pouco antes não ter proposto qualquer redução da produção à OPEP, "Não fizemos qualquer proposta de redução da produção. As decisões da OPEP são tomadas por consenso", indicou.
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TOMKAT

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« Responder #17 em: Maio 03, 2006, 06:58:17 pm »
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Teerão anuncia descoberta de novas jazidas de urânio

Teerão anunciou que descobriu novas jazidas de urânio no sul do país para utilizar no controverso programa nuclear iraniano, indica hoje a imprensa iraniana.
O vice-presidente e chefe da Organização de Energia Atómica iraniana (OIEA), Gholam Reza Aghazadeh, anunciou a descoberta de uma importante jazida de urânio a céu aberto no sul do Irão perto da cidade de Bandar Abbas, onde a exploração é bastante mais barata do que na mina de Sagand, situada na província de Yazd, sul.

«Segundo as nossas estimativas preliminares, trata-se de uma importante jazida que permitirá produzir 30 toneladas de yellow cake (concentrado de urânio) por ano», declarou Aghazadeh.

O yellow cake é transformado em mineral de urânio e destina-se a produzir gás UF6 que é utilizado depois nas centrifugadoras para enriquecer urânio.

«Os nossos peritos estão a explorar o território para encontrar outras jazidas», precisou Aghazadeh, adiantando que outras jazidas existem provavelmente noutras zonas do Irão.

O anúncio destas novas descobertas surge numa altura em que o Irão está a ser submetido a pressões internacionais, cada vez mais fortes, para suspender as actividades de enriquecimento de urânio.

Teerão afirma que o programa de enriquecimento de urânio se destina exclusivamente a fabricar combustível para as suas futuras centrais nucleares.

No entanto, os Estados Unidos e os países europeus suspeitam que o Irão também utilizar este programa para fabricar a bomba atómica.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se hoje à tarde para estudar a questão do programa nuclear iraniano, começando por analisar o relatório sobre a questão, que pediu a 29 de Março à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

A reunião de representantes dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha, terça-feira em Paris, terminou sem um acordo quanto a uma resolução vinculativa sobre o Irão.

A reunião de Paris foi a primeira realizada desde que a Agência Internacional de Energia atómica (AIEA) concluiu, sexta-feira, que o Irão não cooperou nem suspendeu o seu programa nuclear.


FonteDiário Digital / Lusa
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Re: Irã suspende programa nuclear
« Responder #18 em: Maio 22, 2010, 02:54:08 pm »
Pepe Escobar: Irã, Sun Tzu e a Dominatrix

Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... atrix.html

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Irã, Sun Tzu e a Dominatrix

22/5/2010, Pepe Escobar, Blog The Roving Eye [Olhar Distraído], Asia Times Online

http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/LE22Ak01.html


Vamos combinar: Hillary Clinton é Dominatrix, dessas que já não se fazem como antigamente.

Primeiro, a secretária de Estado dos EUA disse que a mediação de Brasil e Turquia para conseguir que o Irã aceitasse combustível nuclear em troca de seu urânio estaria condenada ao fracasso. Depois, o Departamento de Estado dos EUA disse que seria “a última chance” de algum acordo sem sanções. E finalmente, menos de 24 horas depois do sucesso das negociações em Teerã, Hillary, chicote em punho, põe de joelhos todo o Conselho de Segurança da ONU e proclama ao mundo, em triunfo, que tinha em mãos um rascunho de resolução preventivamente aprovado, para uma quarta rodada de sanções contra o Irã. Definiu o movimento a favor de sanções como “resposta aos esforços empreendidos em Teerã nos últimos dias”. Mas… Calma lá!

Imediatamente depois do trabalho genuíno e bem-sucedido de mediação em discussão tão sensível, levado a cabo por duas potências emergentes – e mediadores sérios, que contam com a confiança universal – nesse nosso mundo multipolar, Brasil e Turquia… Washington e seus dois aliados da União Europeia no Conselho de Segurança, França e Grã-Bretanha, só pensam em torpedear o acordo? É o que os EUA chamam de “diplomacia” global?

Não surpreende que Brasil e Turquia, aliados chave dos EUA, ambos membros não-permanentes do Conselho de Segurança e ambos poderes regionais emergentes, tenham respondido com fogo pelas ventas, indignados com a reprimenda absolutamente descabida. O Brasil, primeiro, disse que sequer discutiria sanções contra o Irã, na ONU. Depois, Brasil e Turquia enviaram carta à ONU, requerendo formalmente que sejam incluídos nas negociações do grupo “Irã 6” sobre as sanções, “para evitar que se adotem medidas que dificultem qualquer solução pacífica”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil – que dissera pessoalmente à Clinton, no início do ano, que “não é prudente empurrar o Irã contra a parede” – também criticou o Conselho de Segurança, que lhe parece decidido a impedir qualquer tipo de negociação.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia Ahmet Davutoglu alertou que novo pacote de sanções só faria “estragar a atmosfera”.

E o primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan disse que o movimento comprometia seriamente a credibilidade do Conselho de Segurança – e não deixou de lembrar, em tom ácido, o absurdo de haver cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, todos sentados sobre suas bombas atômicas, empenhados em desmantelar o programa nuclear legal e orientado para finalidades médicas e civis de um país em desenvolvimento.

Quanto à “credibilidade dos EUA”, está na lona. Não só na comparação com a credibilidade do Brasil de Lula e da Turquia de Erdogan, mas em todo o mundo em desenvolvimento – que é a verdadeira, a real, a única “comunidade internacional” de carne e osso e sangue que acompanha, interessada, esse sempre o mesmo golpismo incansável.

Frenesi de chicotadas contra o enriquecimento [do urânio]

Ao longo dos últimos meses, Clinton, a Dominatrix, acusou incansavelmente o Irã de ter rejeitado acordo semelhante, de troca de urânio baixo-enriquecido por combustível, proposto pelos EUA em outubro passado. Mais um movimento do script usual de Washington – um manual da eterna má-fé, insistindo que as sanções “nada têm a ver” com o enriquecimento do urânio, quando o mesmo enriquecimento, há apenas poucas semanas, era apresentado como o xis da questão e razão-chave para mais sanções.

E é ainda pior que isso. Como Gareth Porter revelou (“Washington queima pontes”, 21/5/2010, Asia Times Online e traduzido, em português, no Blog Viomundo, em http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... ontes.html, Washington só propusera alguma troca de urânio por combustível em outubro último, porque, desde o início, planejava forçar o Irã a suspender completamente seu programa de enriquecimento de urânio (programa perfeitamente legal e legítimo, ao qual o Irã tem direito, como signatário do Tratado de Não-proliferação Nuclear, NPT). Mas essa intenção dos EUA jamais fora anunciada publicamente: tudo foi apresentado como se o problema fossem as bombas atômicas que não há e das quais o Irã não cogita.

Seja como for, o Irã continuará a produzir urânio enriquecido a 20% (direito do Irã, nos termos do Acordo de Não-proliferação), e começará a construir uma nova usina de enriquecimento, das dimensões da usina de Natanz. É parte do projeto de construir outras 10 usinas, anunciado ano passado pelo presidente Mahmud Ahmadinejad. Além disso, a usina nuclear construída pelos russos em Bushehr já está em fase final de testes e será inaugurada no próximo verão. São fatos irreversíveis, a “realidade em campo”.

Saeed Jalili, secretário do Conselho Superior de Segurança Nacional do Irã e principal negociador iraniano de facto nas questões nucleares, deve encontrar-se em breve com a chefe da política exterior da União Europeia Catherine Ashton na Turquia. Ashton, negociadora designada pela “comunidade internacional” seria representante da opinião pública global, nos termos de um press release distribuído pela British Petroleum sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México. Isso, porque a União Europeia prepara-se para editar suas próprias sanções contra o Irã. Vale o mesmo para o Congresso dos EUA; como o senador Chris Dodd, Democrata de Connecticut, confirmou essa semana. Portanto, além das sanções do Conselho de Segurança, o Irã também terá de enfrentar sanções extra, declaradas pela coalizão de direita, dos poodles europeus decadentes, liderada pelos EUA.

China e Rússia, vêm de Sun Tzu

Antigo clássico general chinês, mestre estrategista, filósofo e autor de A Arte da Guerra, disse Sun Tzu: “Deixe que o inimigo erre. Não corrija erros do inimigo.” A China e a Rússia, também mestres estrategistas, aplicam aos EUA, em grande estilo, essa lição bem aprendida.

As dez páginas do rascunho de sanções da ONU de que ontem tanto se falou, já foram reduzidos a tirinhas inócuas de papel por China e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança. Qualquer manifestação em linguagem mais belicosa, que ainda se ouça contra aquele rascunho, no Conselho de Segurança, virá dos membros não permanentes Brasil, Turquia e Líbano. (Qualquer sanção terá de ser aprovada por unanimidade; sem isso, as sanções de Clinton nascem mortas.) Não há meio pelo qual Washington consiga forçar todos os membros do Conselho de Segurança a aprovar nova rodada de sanções, sobretudo agora que não há como negar que o Irã está cooperando.

No pé em que estão as coisas, as sanções hoje rascunhadas impedem as importações de armas convencionais pelo Irã; cortam todas as importações relacionadas a mísseis balísticos; congelam bens e valores de membros-chave do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos; e autorizam inspeção em portos e em águas internacionais. A maioria dessas sanções implicam adesão voluntária – i.e., os países não são obrigados a implementar o que determinem as sanções do Conselho de Segurança – e terão efeito zero no comércio global do Irã, de petróleo e gás.

Pequim e Moscou de modo algum lambem o chicote de Clinton. Imediatamente depois do bombástico anúncio em que ela falou do ‘rascunho’ de documento de sanções, o embaixador chinês na ONU, Li Badong, disse que o rascunho de Resolução “não fechava as portas à diplomacia” e, mais uma vez, reforçou a importância “do diálogo, da diplomacia e das negociações.”

E o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov telefonou imediatamente a Clinton, insistindo na necessidade de melhor análise para o acordo de troca de urânio baixo-enriquecido por combustível, mediado por Brasil e Turquia. Lavrov repetiu que a Rússia absolutamente não considera oportunas quaisquer novas sanções unilaterais de EUA e União Europeia contra o Irã. O Chanceler russo disse que sanções unilaterais incluem medidas “de alcance extraterritorial, além do que permitem os acordos vigentes na comunidade internacional e contrariando princípios da lei internacional consubstanciada na Carta da ONU”.

E assim chegamos a uma situação em que um acordo real e válido, aprovado pelo Irã, sobre troca de seu urânio por combustível para seu reator está em estudos na Agência Internacional de Energia Atômica… ao mesmo tempo em que já está em curso um ataque contra o Irã, mediante sanções, na ONU. Em quem, afinal, a verdadeira “comunidade internacional” acreditará? Erdogan não poderia ter dito com mais clareza: “É tempo de decidir se acreditamos na supremacia da lei ou na lei dos fortes e supremos…”

De fato, o que todo o mundo em desenvolvimento está vendo é o passado – EUA, França, Grã-Bretanha, Alemanha – combatendo contra o avanço do futuro – China, Índia, Brasil, Turquia, Indonésia. A arquitetura da segurança global – policiada por uma camarilha de guardiões autonomeados e assustados – entrou em coma. O ocidente ‘atlanticista’ está naufragando feito Titanic.

Queremos guerra, e é pra já!

Só o poderoso lobby pró-guerra infinita nos EUA continua a considerar “um fiasco” o primeiro passo em direção a um acordo nuclear com o Irã. Inclui-se aí os cada dia mais desacreditados e pró-guerra-do-Iraque New York Times (a mediação Brasil-Turquia estaria “complicando a discussão das sanções”) e Washington Post (o Irã estaria “criando ilusões de avanço nas negociações nucleares”).

Para esse lobby pró-guerra, o acordo mediado por Brasil e Turquia seria “uma ameaça”, porque se opõe diretamente à decisão de atacar imediatamente o Irã (ataque a ser iniciado por Israel, e que os EUA seguiriam) e a promover lá uma “troca de regime” – sonho-desejo sempre acalentado por Washington.

Em recente discurso no Conselho de Relações Estrangeiras o luminar Dr. Zbigniew [Brzezinski] “vamos conquistar a Eurásia” alertou contra “gravíssimo perigo” de “um despertar político global” e de as elites globais se desentenderem”. Para o ex-conselheiro presidencial para assuntos de segurança nacional dos EUA, “pela primeira vez na história humana, toda a humanidade está politicamente desperta. É realidade totalmente nova, praticamente jamais aconteceu, em toda a história humana.” E quem, diabos, essas estrelas novas recém acordadas, como Brasil e Turquia, pensam que são, para atrever-se a perturbar ‘nosso’ governo do mundo?

Enquanto isso, norte-americanos sempre subinformados continuam a perguntar-se “Por que nos odeiam tanto?” Porque, dentre outras razões, visceralmente unilateral sempre, Washington nunca pensa duas vezes antes de meter-se a tentar erguer o chicote até para os seus melhores amigos.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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