Língua Portuguesa

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Língua Portuguesa
« em: Fevereiro 14, 2005, 03:23:35 am »
Eles falam assim. E nos representam!*

Fonte: Jornal do Brasil

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O Congresso deve providenciar algumas oficinas de língua portuguesa. Pelo menos para evitar vexames como os que seguem. Afinal, respeitada a vontade popular que elegeu parlamentares tão despreparados, resta à elite que dirige a Casa ocupar-se de qualificar os colegas.

Quem ensina português ensina a pensar, não apenas a falar e a escrever. E que dizer de quem não aprende a língua portuguesa e vai exercer ofício em que ela é ferramenta de trabalho indispensável para fazer leis que todos devem cumprir?

É o caso de muitos parlamentares que, em intervenções estapafúrdias, mostram que não dominam a norma culta do idioma nacional. Mais do que isso, infringem comezinhas regras de lógica, falando sem sentido e assustando os ouvintes.

Pior do que a ignorância de sua ferramenta de trabalho e a insensatez dos arrazoados, é, porém, a arrogância que acompanha alguns juízos, como o deputado que, defendendo ''emendas fisiológicas e paroquiais'', disse o seguinte: ''ó, ignaros e rudes, não compreendem que o povo mora nos municípios e não no estado e na nação!''.

Pensando bem, além da oficina de português, é indispensável também um breve apanhado de noções clássicas do que se entende por Estado, Nação, União, e estado, município, região, pelo menos para que saibam diferenciar as designações.

A Igreja Católica, de cuja organização Sua Excelência retirou o conceito de paróquia, rebaixou bastante a formação dos sacerdotes, mas ainda não se deixa representar por quem confunde diocese com paróquia, ou capela, sua subdivisão, com o Vaticano.

O mesmo parlamentar, fazendo elogio fúnebre, disse do morto o seguinte: ''homem antítese, dele se pode dizer que aumentou a população ao nascer e reduziu-a sensivelmente ao desaparecer''. Nenhum dos presentes ousou explicar a declaração do colega.

Um senador deu curiosa aula de literatura brasileira. Comentando o romance Iracema, de José de Alencar, fez a exegese da abertura e concluiu que a virgem dos lábios de mel era piauiense: ''além, muito além daquela serra que ainda azula no horizonte, só pode ser o Piauí''.

Outro deputado, em ataque de modéstia inaudita e incompreensível, começou assim: ''estou profundamente decepcionado comigo mesmo''. Até aqui, tudo bem, mas a emenda arrasou o soneto: ''reduzi-me, gradualmente, a uma figura microscópica, pela impossibilidade de ser, e como gostaria de ser o que já fui e o que o penso que deveria ser''. Eis um dos terríveis resultados da supressão da análise sintática nas aulas de português!

Inconformado com a falta de cortesia, um deles comparou os colegas a bichos: ''uns passavam pelos outros sem se cumprimentar, como que animais. Aliás, os animais ainda se cheiram...''

Tendo deixado de apertar o botão que mostraria seu voto no painel, um deles justificou-se ao presidente da Casa: ''fui criado no sertão, trabalhando na enxada, e não consigo mais colocar a impressão digital com o indicador''. Qual a ligação entre o trabalho anterior e o atual? Não teve tempo de fazer os nexos devidos, pois sua preocupação era outra: ''pergunto como ficará minha situação, pois, de tanto montar jegue e trabalhar no sítio, perdi a impressão digital e talvez não possa mais nem ir aos Estados Unidos, país que exige identificação''.

Interlocutores e leitores concluam onde estava localizado o dedo do nobre parlamentar.

E alguns deles se apresentaram aos eleitores como professores e doutores! Quer dizer, antes dos eleitores, houve gente qualificada que, por ignorância ou perfídia, outorgou-lhes diploma de curso superior.

*Deonísio da Silva
« Última modificação: Março 28, 2005, 05:30:12 am por Paisano »
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« Responder #1 em: Fevereiro 25, 2005, 12:03:55 am »
A riqueza do idioma português presta uma grande ajuda às centenas de plágios de conteúdo jornalístico*

Fonte: http://www.portalimprensa.com.br

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Há pouco tempo, a convite do professor Wagner Belmonte, pronunciei três palestras para duzentos estudantes de Jornalismo da UNISA (Universidade Santo Amaro). Um desses estudantes me perguntou se a língua portuguesa favorece o plágio em nossa imprensa. Eu lhe dei esta resposta:

— Favorece, devido a um só motivo. É que o nosso idioma é riquíssimo em sinônimos. Toda língua dotada de sinonímia opulenta, como a nossa, que era a do notável prosador Miguel Torga, beneficia os plagiários, pois estes, ao usá-la, tem mais facilidade para substituir por outras as palavras de uma frase.

A riqueza do idioma português, na minha opinião, presta uma grande ajuda às centenas de plágios de conteúdo jornalístico. E a Web também, por causa das suas infinitas possibilidades, como acentuou o jornalista Octávio Costa no seu artigo "Assalto intelectual", publicado no Jornal do Brasil. Sim, a Web tornou-se o caminho livre, fácil, aberto à rápida apropriação indébita de textos. Comentário do colega Octávio Costa:

"De minha parte, considero muito estranho que jornalistas copiem textos sem citar a origem. É uma punhalada na profissão (pelas costas). Afinal, vivemos dos textos que produzimos. Da nossa capacidade e competência para levantar informações, fazer entrevistas, analisar fatos e emitir opiniões. Quando colegas preguiçosos se apropriam indevidamente do trabalho alheio, a profissão corre grave ameaça. O plágio no jornalismo exerce o mesmo efeito que o CD pirata na esfera da música."

Tenho visto em jornais e revistas, freqüentes vezes, textos modificados de várias publicações. São verdadeiros plágios, mas os autores desses roubos adotam o método de substituir um substantivo ou um adjetivo por outros. Também mudam a virgulação, a natureza da frase, diminuem o seu tamanho ou a encompridam. Como me aprofundei no estudo dos processos fônicos, sintáticos e criativos da língua em que nos expressamos, isto é, na estilística da língua portuguesa, e li as obras de Leo Spitzer, Charles Bruneau, Helmut Hatzfeld e Damaso Alonso, das quais nasceu a Estilística Moderna, ciência vinculada à Semântica e à Filologia, não me é difícil estabelecer o cotejo entre dois textos e logo descobrir se um foi extraído do outro.

Vou agora apresentar aos meus leitores um caso bem expressivo de plágio gritante, indiscutível, quase cem por cento literal. A imprensa divulgou esse plágio, mas sem o analisar. Faremos isto.

Em junho de 2001, quando Antônio Carlos Magalhães, do PFL da Bahia, renunciou ao seu cargo de senador, ele proferiu um discurso onde as seguintes palavras se destacavam:

"...no momento em que a maior justiça se encontrou com a maior injustiça, e no dia em que o erro supremo se defrontou com a suprema verdade, nesse dia o juiz, o representante do poder estatal, que era Pôncio Pilatos, em face à perturbadora fúria, em face das multidões arrebatadas, esquecendo-se dos deveres morais, que incumbiam à sua pessoa e dos misteres políticos que incumbiam a seu cargo, respondeu, a uma advertência, com estas palavras melancólicas: ‘mas o que é a verdade?’"

Este trecho do discurso de Antônio Carlos Magalhães é um plágio da passagem de um discurso contra o presidente Getúlio Vargas, pronunciado em 9 de agosto de 1954 pelo deputado federal Afonso Arinos de Melo Franco.

Os jornais e revistas, na época, não analisaram este plágio, puseram de lado a sutileza. Examinando com mais profundidade a cópia em questão, isto será útil para aprimorar o senso crítico dos nossos leitores, sobretudo dos estudantes e professores de Jornalismo.

Quantas alterações o político da terra do acarajé fez no trecho que ele empalmou? Poucas? Antônio Carlos suprimiu a expressão "o interessado na justiça". Não disse "em face da perturbadora fúria", como Afonso Arinos, pois eliminou o "da" e o substituiu por um "a" craseado: "em face à perturbadora fúria". Depois tirou duas palavras do trecho de Arinos. Em vez de dizer "em face do transviamento das multidões arrebatadas", abreviou para "em face das multidões arrebatadas". E no fim dispensou a vírgula, após o "mas".

Trata-se, portanto, de um plágio bem grosseiro. Plágio indiscutível, repito, porque o Toninho Malvadeza não citou, em nenhum momento da oração, o nome do líder da UDN. Aliás, o filho deste, o embaixador Afonso Arinos, ouviu o discurso de ACM e reconheceu imediatamente as palavras do seu pai, conforme salienta a reportagem "Plágio na hora da renúncia", publicada na edição do dia 7 de junho de 2001 do Jornal do Brasil.

Concluindo, posso afirmar que o Paulo Francis era o campeão, em nossa imprensa, na arte de cometer plágios. Ele surrupiou frases de Olavo Bilac, Machado de Assis, Artur Azevedo, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, Sérgio Porto, Oscar Wilde, Albert Einstein, Charles de Gaulle, Dostoiewski, Winston Churchill, etc, etc. Provei isto no meu livro "Vida e obra do plagiário Paulo Francis – O mergulho da ignorância no poço da estupidez", lançado pela Geração Editorial e que já está na segunda edição.

Afirmaram-me: este meu livro causou a morte do Francis, juntamente com o processo da Petrobras. É verdade ou não?

*Fernando Jorge
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« Responder #2 em: Março 28, 2005, 05:39:22 am »
Nas telas e telinhas*

Fonte: Jornal do Brasil

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As frases do general Pompeu - ''navegar é preciso, viver não é preciso'' - atribuídas também a Fernando Pessoa e a Caetano Veloso, conforme a cultura de quem as cita, resumem a situação de milhões de pessoas que trocaram a rua pela casa, onde passam, não a maior parte do tempo, mas todo o tempo.

Não são apenas os jovens que estão conquistando a internet, mas eles parecem hegemônicos na rede mundial, invento tecnológico concebido para o caso de uma guerra nuclear, então uma ameaça ainda mais aterradora do que podemos supor.

Os jovens internautas criaram uma variante para a língua portuguesa, vale dizer, uma gíria eletrônica. Netos de Woodstock e de Maio de 1968, raramente recebem um ''não!''. Para muitos deles, ultimamente apenas a polícia tem dito ''não''. Muito reprimidos, seus pais e avós terão fracassado na tarefa de lhes impor limites? Ou há alguma lei em vigor obrigando pais e avós a obedecerem a filhos e netos, a aceitar terríveis prescrições de telas e telinhas?

À internet veio somar-se o telefone celular, que, como sabemos, ainda é usado também para falar, mas essa função primordial foi rebaixada: celular é para tirar fotos, gravar mensagens e, principalmente, enviar torpedos. Em resumo, nunca as pessoas escreveram tanto!

Surgiu, porém, um problema. O carro estava diante dos bois. Os pequenos burgueses tinham internet e celular, mas não dominavam a língua escrita. E por isso criaram a deles. Nada espantoso. Outros usuários também não dominam a norma culta e criam suas gírias, circunscritas a tribos definidas por idade, interesses difusos, classe social, geografia urbana etc.

As legendas de filmes introduzidas recentemente na rede Telecine, nas TVs pagas Net e Sky, presentes no Cyber Movie, são escritas na mesma pobreza vocabular e desarrumação comum aos ágrafos que se beneficiaram das novas tecnologias. Hordas de usuários eletrônicos dispensaram o livro e pularam diretamente de uma rústica alfabetização para a rede mundial e para o celular.

Não bastasse o conceito equivocado do novo idioma, perguntemos: o que se economiza com o internetês? A economia é a regra básica da elegância. Movidos por ideais de beleza e saúde, os jovens vivem fazendo regime. E, além do mais, o IBGE mostrou que a obesidade e não a fome é o grande problema. No português da internet pode estar acontecendo coisa semelhante.

O que se ganha com a substituição de ''não é brincadeira'' por ''Ñ eh brincadeira''? ''De jeito nenhum'' por ''Djeito nenhum''? ''Não vou correr com vocês'' por ''Ñ vou correr c/ vcs?''? O glossário mínimo do novo idioma abrevia hora com ''hr''. Mas por quê, se já temos ''h''? ''Onde'' virou ''ond''. ''Novidade'' virou ''9idade''.

A norma culta da língua portuguesa não tem mais quem a defenda nem em legendas de filmes na televisão! A confusão é geral. E a escola deu, por atos, palavras e omissões, grande contribuição ao atual descalabro de que o idioma cibernético é um dos mais óbvios sintomas.

Demos telefones celulares também aos pobres, que podem comprá-los bem baratinhos e em suaves prestações no crediário. Não lhes demos o direito de comprar livros com tamanhas facilidades. Fosse a educação devidamente valorizada, o idioma cibernético teria outra configuração.

É quase uma irresponsabilidade tratar de assunto tão complexo em tão poucas linhas. Mas o contexto é este: os sem-terras e os sem-livros habitam o mesmo Brasil.

Fora da Galáxia Gutenberg, todo mundo será marginal e como tal será tratado. Assim como a gíria não livra os jovens dos seculares males sociais, o idioma cibernético não os livrará da marginalidade em que vivem, da falsa cultura em que se movem, da pobreza vocabular que os leva a esses terríveis insucessos numa simples redação de vestibular.

*Deonísio da Silva
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« Responder #3 em: Março 28, 2005, 02:48:39 pm »
Caro Paisano,


infelizmente isto não se passa apenas com a nossa lingua, ou com os nossos povos.
No Japão, está a chegar-se à conclusão que os jovens usam mais o dedo polegar do que o indicador, devido ao uso e abuso dessa forma de comunicação que são os SMS.
Chegaram ao ponto de inclusivamente usar o polegar para apontar direcções e objectos em detrimento do indicador.

São fenómenos estranhos, estes...
 :wink:
Si vis pacem parabellum
 

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« Responder #4 em: Abril 04, 2005, 04:47:20 am »
O inglês no português*

Fonte: Jornal do Brasil

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Observe a língua viva de seu agente de viagens. Se fizer a reserva por computador, ele escreverá os nomes dos passageiros, começando pelo sobrenome, com a indicação do inglês "Mr", "Ms", "Mrs", "Chd" e "Inf", antecedendo nome e sobrenome. As abreviações resumem as palavras inglesas "mister" (senhor); "miss" (senhora, sem especificar se é casada); "mistress" (mulher casada); "child" (criança, de 2 a 12 anos); e "infant" (criança de colo, de zero a 2 anos).

De todas elas, "miss" é nossa velha conhecida dos concursos de beleza, nacionais e internacionais, cumprindo outra função.

A origem de "mister" e "mistress" é o latim "magister", mestre, formado a partir da raiz indo-européia "mag", grande, presente também em outras palavras de domínio conexo, como "magnus", grande; "majus", maior; "majestas", de cujo genitivo, "majestatis", formou-se majestade em português. Também major, patente militar, que veio do francês "major", tem no latim "majus" o seu radical mais próximo.

O posto de major foi adaptado, quando se formaram as primeiras forças aéreas, para major-aviador. Outros postos seguiram tal homologia, como brigadeiro, palavra já existente no português do século 18.

O exército forneceu a nomenclatura dos postos para a Marinha e para a Aeronáutica, excetuados alguns casos, como capitão, presente na Marinha e no Exército, e acrescido de aviador, quando aplicado a capitão de força aérea. A força naval, entretanto, tem postos exclusivos, como almirante, presente na língua portuguesa ainda no século 13, do árabe "al-mir", o chefe, também utilizado em nome de pessoas. O Santos dos tempos gloriosos teve um reserva famoso, que se chamava Almir. Substituiu Pelé muitas vezes, sem decepcionar os torcedores.

Todas essas designações, na vida civil como na militar, nasceram da necessidade de fazer distinções, com o fim de aperfeiçoar os trabalhos. Além de motivos operacionais, porém, houve condimentos de honrarias, a exemplo do que ocorreu na denominação dos postos na hierarquia da Igreja católica, em cujos começos houve apenas mestre, apóstolos e discípulos. E apóstolas e discípulas também, mas essas, logo apagadas, o que ainda hoje desperta controvérsias. De todo modo, padres, monsenhores, cônegos, bispos e arcebispos, comandados por cardeais e pelo papa, formaram a partir do século IV um conjunto impensável para os primeiros tempos do cristianismo.

Muitas palavras, como os pronomes de tratamento, fixam a importância social das pessoas. Outros exemplos, extraídos da vida civil, são senhor e doutor, este último utilizado sem referência real de título, vez que, aplicado a advogados e médicos, perdeu um pouco sua força depois das defesas de teses, último passo para a obtenção do título acadêmico de doutor. A rigor, doutores são apenas aqueles que defenderam tese de doutoramento. Todos os outros são graduados, especialistas, mestres, mas não doutores.

Naturalmente, os costumes são os melhores intérpretes das leis, nem sempre acolhidos com a atenção que fazem por merecer. É comum que as influenciem, levando a alterações de leis e normas, no campo jurídico, como no gramatical. O tratamento respeitoso de senhor já foi privativo daqueles que andavam a cavalo. Ou, se a pé, calçados! Mais tarde, o terno e a gravata completaram o simulacro.

Em 1989 foi lançado um pequeno dicionário multilíngüe de seis línguas, com oito mil palavras, destinado preferencialmente aos viajantes da União Européia, em que o português, por mérito de Portugal, foi incluído, ao lado do francês, do alemão, do espanhol, do inglês e do italiano.

Com mais de duzentos milhões de falantes, a língua portuguesa retomou antigos vínculos internacionais. Nos novos tempos, porém, o Brasil tem tudo para liderar a comunidade lusófona.

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« Responder #5 em: Maio 04, 2008, 06:26:56 am »
Língua Portuguesa

Autor: Olavo Bilac

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Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
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