Com orçamento insuficiente, submarino de propulsão nuclear brasileiro só ficará pronto em 2040
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), criado em 2008 pela Marinha do Brasil, entra em nova fase em 2024. Já foram entregues dois submarinos convencionais da classe Riachuelo, e outros dois estão em construção, com previsão de lançamento até o fim de 2026. O foco agora é firmar contrato com o grupo francês Naval Group para a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
As negociações com o Naval Group avançam, mas a limitação orçamentária preocupa. Atualmente, o orçamento anual do Prosub e do reator nuclear em Iperó (SP) está estabilizado em torno de R$ 2 bilhões. Em 2024, foram destinados R$ 2 bilhões, e a proposta orçamentária para 2025 prevê R$ 2,1 bilhões. No início do programa, esse valor era quase o dobro, mas caiu durante a recessão e depois se estabilizou.
Segundo a Marinha, esse orçamento atual não é suficiente para manter o cronograma de lançamento do submarino nuclear para 2034 ou 2035. Para cumprir esse prazo, seriam necessários pelo menos R$ 1 bilhão adicionais por ano. Sem esse reforço, o cronograma pode ser adiado para o final da próxima década, por volta de 2040.
Além do Prosub, a Marinha enfrenta outros desafios orçamentários. Até 2028, 43 embarcações — cerca de 40% da frota — serão desativadas, sem garantias de reposição. O comandante Marcos Olsen defende uma PEC que fixa o orçamento das Forças Armadas em 2% do PIB, mas o projeto segue parado no Senado. O ministro da Defesa propôs um piso alternativo de 1,5% da receita corrente líquida.

Cronograma do submarino de propulsão nuclear em apresentação de 2021

O Prosub inclui quatro submarinos convencionais: o Riachuelo (S40), já incorporado; o Humaitá (S41), lançado em 2024; o Tonelero (S42), previsto para 2025; e o Almirante Karam (S43), com entrega em 2026. Esses equipamentos reforçam a proteção da Amazônia Azul, área estratégica de 3,5 milhões de km² que concentra grande parte do comércio exterior, petróleo e biodiversidade marinha do Brasil.
A grande ambição do Prosub, no entanto, é o submarino com propulsão nuclear, batizado de Almirante Álvaro Alberto. Apenas seis países dominam essa tecnologia atualmente. A construção demandará adaptações na infraestrutura do Complexo Naval de Itaguaí, além de novo contrato bilionário com o Naval Group e a Novonor, responsável pelas obras.
O governo também negocia com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) os protocolos de fiscalização das instalações em Itaguaí e Iperó, com o compromisso de que o submarino não terá armamento nuclear. O Itamaraty já apresentou uma proposta à agência para viabilizar essas inspeções internacionais.
Em Iperó, estão o Laboratório de Enriquecimento Isotópico (LEI), responsável pelo combustível nuclear, e o Labgene, um protótipo em terra do sistema de propulsão do submarino. O objetivo da Marinha é tornar o reator nuclear plenamente funcional até 2027 ou, no mais tardar, 2028, consolidando essa terceira e mais complexa fase do Prosub.
https://www.naval.com.br/blog/2025/03/24/com-orcamento-insuficiente-submarino-de-propulsao-nuclear-brasileiro-so-ficara-pronto-em-2040/Exceptuando os 4 submarinos convencionais, este projecto não é um absurdo, planearem construír um submarino nuclear, que vai demorar 20 anos até estar totalmente operacional?!?!?!?!
Além disso, o custo de mais de 300 milhões de euros ou 7 mil milhões de euros até 2040, por 1 submarino!? A França com esse valor vai construir quase 4 submarinos nucleares!!!!!!
Quando e se vier a entrar ao serviço, já estará obsoleto!