Dina Rodrigues, a luso-descendente que em Junho de 2005 contratou quatro homens para assassinarem uma criança de seis meses, foi esta quinta-feira condenada a prisão perpétua pelo Supremo Tribunal da Cidade do Cabo, África do Sul, escreve a lusa. Três dos co-arguidos de Rodrigues - Sipho Mfazwe, Mongezi Bobotyane e Zanethemba Gwada - foram igualmente condenados a prisão perpétua, enquanto o quarto co-arguido, Bonginkosi Sigenu, que era menor de idade à data do crime, foi condenado a 15 anos de prisão. Dina Rodrigues, de 26 anos de idade, foi considerada culpada pelo tribunal de ter oferecido 10 mil randes (cerca de 1040 euros) aos quatro homens que com ela se sentaram no banco dos réus para que simulassem um furto na residência da vítima com o objectivo de a matarem. Jordan-Leigh Norton, de apenas seis meses de idade, foi morta com uma facada na garganta depois de os assaltantes terem convencido uma empregada doméstica a abrir a porta da residência com o pretexto de entregarem uma encomenda postal. A encomenda e a respectiva carta de porte foram também, segundo o Ministério Público, preparadas por Dina Rodrigues, tendo nelas sido encontradas as suas impressões digitais e identificada a sua caligrafia. O motivo do crime teria sido o de libertar o pai da criança, então namorado de Dina Rodrigues, da obrigação de pagar uma pensão de alimentos à filha, que tinha nascido de uma anterior ligação sentimental. O pai da vítima garantiu que nunca tinha pedido qualquer tipo de favores a Rodrigues, tendo testemunhado contra ela em tribunal. Algumas das provas que contra ela apresentou, designadamente mensagens de telemóvel nas quais Dina confessava ter «resolvido o seu problema», foram peças importantes para a acusação. Dina, que é filha de portugueses oriundos da Madeira, poderá apenas requerer libertação condicional após cumprir 25 anos de prisão.