Piada sobre José Sócrates acaba no Ministério Público

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Piada sobre José Sócrates acaba no Ministério Público
« em: Maio 23, 2007, 02:42:50 pm »
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Portugal  
 
 

2007-05-23 - 00:00:00

Polémica: Docente foi mandado para a biblioteca da escola
Piada sobre José Sócrates acaba no Ministério Público

Margarida Moreira, directora regional de Educação do Norte, ordenou a abertura de um processo disciplinar a Fernando Charrua, o professor, ex-deputado do PSD e marido da vereadora da Educação da Câmara do Porto, Matilde Alves, por ter feito comentários insultuosos sobre José Sócrates e a sua licenciatura. Não satisfeita, accionou um inquérito no Ministério Público ao encaminhar o auto da denúncia que recebeu. A atitude desencadeou acesas críticas na opinião pública.


O Provedor de Justiça exige explicações e os deputados reivindicam a presença da ministra da Educação no Parlamento. Jorge Pedreira, secretário de Estado adjunto e da Educação, respondeu ontem que “a ministra nada tem a explicar aos deputados”.

Na base da polémica está a frase, confirmada ao CM por fonte oficial: “Estamos num país de bananas, governado por um filho da p... de um primeiro ministro”.

Fernando Charrua remete-se ao silêncio para se salvaguardar durante a fase de inquérito disciplinar, mas Margarida Moreira confirma ao CM ter “participado o caso ao MP. “Disse desde a primeira hora que se trata de um insulto. Não se pode insultar ninguém e insultar o primeiro-ministro é crime público”, afirma de forma veemente, garantido estar “de consciência tranquila”. Quanto à onda de protestos gerada pela sua decisão, a directora regional garante que tais reacções “não perturbam rigorosamente nada” e que a preocupação é “garantir que o inquérito decorra de forma justa sem pressões”.

O caso ocorreu a meados de Abril, mas a suspensão do ex-deputado só aconteceu há cerca de duas semanas. O professor entregou uma providência cautelar para anular a suspensão preventiva – que tem lugar enquanto dura a instrução do processo disciplinar – mas o ministério decidiu cessar a requisição de Fernando Charrua pelos serviços da DREN. Actualmente, o professor está na biblioteca da Escola Secundária Carolina Michaellis.

Numa carta de despedida, enviada aos conselhos executivos do Norte, Fernando Charrua admite apenas ter feito “um comentário jocoso a um colega, dentro de um gabinete”. E acrescenta que a frase não partiu da sua imaginação, mas foi retirada “do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente”.

A directora regional define-se como “alguém como bastante sentido de humor” e adianta não saber “onde o professor terá ouvido tal piada”. “Eu nunca a tinha ouvido, não havia piada nenhuma no que foi dito e não tem nada a ver com a licenciatura de José Sócrates”, diz ao CM, frisando que “abriria um processo disciplinar se o que foi dito pelo professor fosse chamado a um colega, ao porteiro ou à empregada da limpeza”. Margarida Moreira recusou responder se este é o primeiro comportamento reprovável de Fernando Charrua na DREN e se o professor já foi alvo de outros processos disciplinares.

As penas previstas no código penal para os crime de difamação e injúria variam entre três e seis meses de prisão ou multas entre 120 a 240 dias. as penas podem ser agravas se os ofendidos forem membros de órgão de soberania. Sempre que o ofendido exerça autoridade pública é suficiente a queixa ou participação”.

PERFIS

Fernando Charrua deu aulas de Inglês durante 19 anos. Esteve outros tantos na DREN, período interrompido pelo mandato de deputado. Margarida Moreira foi responsável pelo departamento de formação contínua da DREN e promovida a directora-geral após a tomada de posse do Governo de Sócrates, em 2005.

REACÇÕES

EXPLICAÇÕES

O PSD pediu ontem a audição da ministra Maria de Lurdes Rodrigues na comissão parlamentar de Educação para esclarecer os contornos do caso.

REQUERIMENTO

O BE optou por enviar um requerimento para o ministério a pedir esclarecimentos.

FALTA DE LIBERDADE

Em requerimento, o CDS-PP alega que a atitude de Margarida Moreira demonstra “falta de liberdade de expresão”.

HUMOR DE LINO SEM PROBLEMAS

Perante 500 pessoas, numa defesa acesa do aeroporto da Ota, o ministro Mário Lino arrancou gargalhada geral ao fazer piada com o seu currículo, numa altura em que muito se escrevia sobre a licenciatura de José Sócrates. “O terreno é mais plano, pelo que há menor movimentação de terras. Este raciocínio não é sério e digo-o invocando a minha qualidade de engenheiro civil... Inscrito na Ordem dos Engenheiros”, disse.

ANEDOTA COM POUCA GRAÇA

Em 1993, Carlos Borrego, então ministro do Ambiente de Cavaco Silva, foi demitido por ter contado uma anedota aos microfones de uma rádio local. “Sabem o que é que fazem os alentejanos de Évora aos cadáveres das pessoas que têm morrido recentemente? Fazem reciclagem para aproveitar o alumínio”, brincou o governante numa alusão à morte de doentes de hemodiálise após o excesso de alumínio na água.
Diana Ramos / E.N.  


http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=10&p=200
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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MERLIN

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« Responder #1 em: Maio 23, 2007, 04:47:08 pm »
Pois, pois!!! Se tivesse um governo de direita no poder e tal coisa acontecesse, caiam o carmo e a trindade. :twisted:
cumptos
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma"
Padrea Antonio Vieira
 

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SSK

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« Responder #2 em: Maio 23, 2007, 05:42:41 pm »
Citação de: "MERLIN"
Pois, pois!!! Se tivesse um governo de direita no poder e tal coisa acontecesse, caiam o carmo e a trindade. :rir:
Eles andam aí..... :jaja:
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #3 em: Maio 23, 2007, 05:54:25 pm »
Salazar, Salazar...ups, Sócrates, Sócrates... c34x  :roll:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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SSK

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« Responder #4 em: Maio 23, 2007, 06:04:51 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Salazar, Salazar...ups, Sócrates, Sócrates... c34x  :twisted:
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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Upham

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« Responder #5 em: Maio 23, 2007, 06:55:27 pm »
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Cabeça de Martelo escreveu:
Salazar, Salazar...ups, Sócrates, Sócrates...    


Descubra as diferenças


Um era Professor de Finanças Públicas e o outro é "Engenheiro"?

Ou será antes, um usava botins até se gastarem as solas e o outro fatos "Giorgio Armani"?


(O meu ascendente escorpiónico já espalhou um pouquinho de veneno) :twisted:
Cumprimentos!
"Nos confins da Ibéria, vive um povo que não se governa, nem se deixa governar."

Frase atribuida a Caio Julio César.
 

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Von Einsamkeit

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« Responder #6 em: Maio 23, 2007, 07:32:28 pm »
Nao, Um era doutor em direito, nao precisou comprar seu diploma


Porém, em 1910, mudou-se para Coimbra para estudar Direito. Em 1914, concluiu o curso de Direito com a alta classificação de 19 valores e torna-se, dois anos depois, assistente de Ciências Económicas. Assumiu a regência da cadeira de Economia Política e Finanças em 1917 a convite do professor José Alberto dos Reis, praticando a actividade com grande qualidade e antes de se doutorar em 1918.
Ele é um soldado unido,
Quer na paz ou quer no perigo,
O seu lema é avançar.
Respeita o seu comandante,
Gritando sempre: Avante!
Por SALAZAR! SALAZAR!
 

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ricardonunes

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« Responder #7 em: Maio 23, 2007, 09:03:40 pm »
Quem não ofendeu a mãe de um governante que ponha o dedo no ar!

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Em Portugal “filho da puta” quase se tranformou em mimo, quantos não se referem por “meu filho da puta” a familiares e amigos? Ainda no domingo passado Jesualdo Ferreira festejava o título referindo-se a um colega de equipa por “este filho da puta”.

A cena do processo disciplinar está a ganhar contornos idiotas, se todos os funcionários públicos tivessem um processo disciplinar por ofensas às mães de governantes e directores-gerais não só o Governo ficava dispensado das reformas que está adoptando como seria muito provável que quando nos deslocássemos a um serviço de finanças fossemos atendidos por um moldavo.

É evidente que mais impropério, menos impropério, mais palavrão menos palavrão, mais piada, menos piada, estamos perante um excesso de zelo na defesa da imagem do primeiro-ministro. O professor que se esqueceu que já não contava com a imunidade parlamentar do tempo das vacas gordas eleitorais do PSD teve sorte, em democracia apanhou um processo disciplinar, se fosse na ex-URSS já estava a bordo de uma carruagem de gado do transiberiano a caminho de uns anos de reeducação.

Desta história triste protagonizada com alguém que parece ter decidido ser protectora da imagem do primeiro-ministro resulta que temos que ter muito cuidado com o que dizemos do primeiro-ministro, a não ser que sejamos ministro das Obras Públicas. Antes de ofender a mãe de algum governante temos que ter o cuidado de saber quem nos está a ouvir, não vá ser alguém cujo cargo foi decido nalguma sede partidária.

Talvez o tal professor tenha mesmo dito o que não devia dizer, tendo sido deputado até deveria ter mais classe e tento na língua, mas a senhora protectora do primeiro-ministro aprendeu a lição, com este gesto fez um grande favor aos que acusam Sócrates de algum despotismo, esta manifestação de culto da personalidade não é nada de novo, começam a haver demasiados sinais de tentativas de endeusamento do primeiro-ministro.

Se o ex-deputado andou aos berros pelo serviço a chamar “filho da puta” a Sócrates” (quantos não se estarão a roer de inveja…) é bom que responda por isso, mas se estamos perante uma discussão daquelas a que assistimos entre os a directora e um dos professores do “Morangos com Açúcar” é caso para lhes dizer que tenham juízo.

Bem, Sócrates sempre pode agradecer à sua diligente protectora, em vez de discutirmos o problema do desemprego andamos preocupados com um grande e novo problema nacional, a honorabilidade da sua progenitora.



O jumento
Potius mori quam foedari
 

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Duarte

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« Responder #8 em: Maio 23, 2007, 09:28:11 pm »
Citação de: "SSK"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Salazar, Salazar...ups, Sócrates, Sócrates... c34x  :twisted:


Um foi mesmo doutor, ou outro...    :lol:
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
Trump é o novo Neville Chamberlain, mas com o intelecto de quem não conseguiu completar a 4a classe.
 

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MERLIN

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« Responder #9 em: Maio 24, 2007, 09:43:15 am »
Lembram-se da famosa afirmação "quem se mete com o PS, leva!".
Mas como disse outro no dia da vitoria nas eleições de 2005: "habituem-se!".
Ninguém pode dizer que não tinha sido avisado!!! Adoro estes democratas!
Cumptos
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma"
Padrea Antonio Vieira
 

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SSK

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« Responder #10 em: Maio 24, 2007, 01:21:33 pm »
Citação de: "MERLIN"
Lembram-se da famosa afirmação "quem se mete com o PS, leva!".
Mas como disse outro no dia da vitoria nas eleições de 2005: "habituem-se!".
Ninguém pode dizer que não tinha sido avisado!!! Adoro estes democratas!
Cumptos


tem toda a razão. recordo-me sim
Isto é demais :rir:  :toto:
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
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« Responder #11 em: Maio 25, 2007, 12:24:10 pm »
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DRENe-se!
Portugal tem uma relação íntima com os bufos. Ou os bufos com Portugal, vá.


A PIDE não era apenas uma polícia política que chafurdava, perseguia, prendia e mandava matar. A PIDE era, sobretudo, o depósito da recolha pormenorizada das indiscrições e desvios, públicos e privados, que cidadãos anónimos, diligentes e respeitáveis, recolhiam acerca de vizinhos, amigos e conhecidos nas horas do seu vagar.

Os agentes da PIDE, encartados, só podiam ser do piorio - como foram - porque havia carradas de bufos à disposição. Na repartição, no gabinete, nas redondezas, na família e até no confessionário. Com um exército voluntário de verdugos, até eu montava uma polícia política com uma perna às costas. Em democracia e sem se dar por isso.

Uma vez, tentei chegar à fala com um «pide», conhecê-lo por dentro. Não digo «ex-pide», claro. Pode ser-se ex-marido, mas nunca ex-facínora. Trabalhava ele numa junta de freguesia do Norte do País, a secretário. Sem se notar. Como sempre. Pedi-lhe uma entrevista sobre os «velhos tempos», mas ele só queria falar dos novos. E mandou-me pregar para outra freguesia, convertido que estava à democracia de paróquia.

De há uns tempos para cá que venho alertando aqui mesmo para a proliferação dos «pides» de gabinete e de corredor que por aí andam, esses sim, verdadeiramente perigosos e activos, especialistas em ar rarefeito. À beira deles, o PNR mete tanto medo como um gambozino.

Em democracia ou na falta dela, os bufos estão sempre à espreita de um passo em falso do colega do lado. Uns são de antigamente, outros aprenderam andando. Ah! E imitam-se uns aos outros. Um bufo de sucesso tem sempre um regimento por conta de bufos juniores, prontos a aprender com o melhor.

De uma maneira ou de outra, andam aí, empenhados no seu dever, apenas um tanto desorganizados. Os bufos não têm Ordem, nem sindicato. Ainda. Não são um lóbi, não têm sede, nem estatutos. O que dificulta, pelo menos, a construção de uma base de dados sobre os maus comportamentos a vigiar. Mas ao menos o disfarce é garantido.

Não é estranho, claro, que no caso do professor Charrua apanhado a contar uma suposta anedota insultuosa sobre o Primeiro-Ministro se tenha falado de tudo menos do bufo ou dos bufos de plantão. Já se defendeu a demissão da directora regional e saiu-se em defesa do antigo deputado do PSD. Mas os bufos, impávidos e serenos, passam pelos pingos de chuva sem se molhar.
Eficientes e discretos, como sempre.

E não se pode DRENá-los?

 


Miguel Carvalho
 
VisãoOnLine
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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