Força Aérea treina tiro real no MagrebeA Força Aérea está a estudar a possibilidade de os aviões F16 treinarem tiro real no Norte de África, por força da construção do novo aeroporto de Lisboa no território do Campo de Tiro de Alcochete. As carreiras de tiro na Argélia, Líbia, Tunísia e Marrocos são, para já, algumas das hipóteses abordadas, ainda que Marrocos seja encarado como a solução mais viável devido às excelentes relações diplomáticas daquele país com Portugal e também porque as forças áreas dos dois países já participaram em festivais aéreos conjuntos.
Ao que o CM apurou, o próprio Chefe de Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), general Luís Araújo, deixou claro, numa exposição sobre o futuro campo de tiro da Força Aérea num grupo de trabalho que está a avaliar a matéria, que “os treinos de tiro real no Norte de África era uma possibilidade a equacionar, pelo menos no período transitório da construção do novo campo de tiro”, nas palavras de fonte conhecedora do processo.
O Ministério da Defesa assegura que “não é uma possibilidade” a Força Aérea realizar treino real no Norte de África, mas o próprio ramo liderado pelo general Luís Araújo admite que, “na eventualidade de não estar nenhuma carreira de tiro disponível em Portugal, será necessário recorrer a outros países”. A escolha do eventual parceiro para fazer treino real fora de Portugal “depende da disponibilidade de carreiras de tiro noutros países”, explica fonte oficial da Força Aérea. E se, “assim for, [o treino de tiro real numa carreira de tiro no Norte de África] será [realizado] no âmbito de protocolos bilaterais”.
Loureiro dos Santos, ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), admite que “há possibilidade de a Força Aérea fazer isso [treino de tiro real fora do País]”. E, precisa o ex-CEMGFA, que “podíamos falar com países do Norte de África com quem temos excelentes relações diplomáticas”. Por isso, remata, “isso é uma solução que deve estar a ser equacionada”.
O próprio Campo de Tiro de Alcochete já serviu de local de treino para as forças aéreas dos Estados Unidos, Bélgica e de países nórdicos, enquanto a Força Aérea da Alemanha treinou na Base Aérea de Beja. Por isso, como diz fonte ligada aos meios militares, “é fundamental fazer treino de tiro real para garantir o cumprimento da missão”. E isso envolve os F16, sediados na Base Aérea de Monte Real, mas também os bombardeiros Alpha-Jet, estacionados em Beja. Os aviões podem treinar tiro real em várias condições climatéricas e usar mísseis e metralhadoras.
CM