Soldados sul-africanos fora de monumento em Pretória

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Lancero

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Soldados sul-africanos fora de monumento em Pretória
« em: Dezembro 19, 2006, 03:45:04 pm »
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África do Sul: Soldados que lutaram na Namíbia e Angola excluídos de memorial

Pretória, 19 Dez (Lusa) - Os soldados sul-africanos que perderam a vida em combate em Angola e na Namíbia ao serviço do regime minoritário branco de Pretória não serão mencionados no memorial inaugurado no Parque da Liberdade, disse o director-executivo do novo mausoléu.

      Em declarações ao jornal de língua afrikaans "Beeld", Mongane Wally Serote esclareceu que os criadores e gestores do Parque da Liberdade consideram que os cubanos que morreram em combate ao serviço de Angola têm o direito a ter os seus nomes inscritos no memorial à liberdade, mas que todos que combateram contra cubanos e angolanos nos territórios de Angola ou do antigo Sudoeste Africano (hoje Namíbia) não merecem tal honra.

      Para Serote, os que serviram o regime do "apartheid" nos conflitos dos anos 70 e 80 nas fronteiras regionais "não serviram a liberdade nem a dignidade humana".

      "Não ignoramos o papel que desempenharam e permitiremos que o nosso povo debata a questão. Em última análise serão os sul-africanos a decidir se esses soldados merecem ser honrados", disse o director- executivo do Parque da Liberdade, admitindo não ter dúvidas de que os cubanos que combateram na região desempenharam um papel importante na derrota do "apartheid" e que, por isso, merecem ser recordados.

      "Nunca foi nossa intenção honrar aqueles que se opuseram à liberdade e à dignidade humana", concluíu Wally Serote.

      O Parque da Liberdade, em Pretória, foi inaugurado pelo presidente Thabo Mbeki no passado sábado.

      No muro deverão ser inscritos 68 mil nomes de pessoas de todos os quadrantes e grupos étnicos que morreram em conflitos na região, desde a Guerra Anglo-Boer (que opôs os colonos de origem holandesa, ou afrikaners, aos britânicos que pretendiam colonizar o país) até aos mais recentes conflitos regionais que resultaram no fim do colonialismo em Moçambique e Angola e do "apartheid" na África do Sul.

      No acto solene da inauguração, que contou com a presença, para além do Chefe do Estado, de membros do governo, diplomatas e outros altos dignitários africanos e europeus, o presidente da Câmara de Tshwane (a área metropolitana de Pretória), Gwen Ramakgopa, referiu que o parque e o seu mausoléu são um tributo a todos aqueles, brancos e negros, que pagaram com o sacrifício supremo a sua participação na luta pela liberdade.

      "Isikhumbutu (o nome dado ao mausoléu) faz-nos a todos sentir que caminhamos com dignidade à medida que construímos uma nação com uma visão comum", disse na ocasião Ramakgopa.

      O presidente Mbeki acendeu no local a "chama eterna", que simboliza a constante luta pelos ideais da justiça e liberdade.

      Foram muitos os portugueses que, antes e depois das independências de Angola e Moçambique, se alistaram nas forças armadas sul-africanas e combateram contra os movimentos de libertação sul- africanos e os exércitos angolano e cubano que os apoiavam.

      Recentemente um grupo de amigos e de ex-combatentes homenageou em Pretória três portugueses que serviram o exército colonial na luta contra a Frelimo em Moçambique e que posteriormente perderam a vida em campanhas do exército sul-africano no então Sudoeste Africano e Angola.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Lightning

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« Responder #1 em: Dezembro 19, 2006, 06:25:32 pm »
Na minha opinião acho que os cubanos também não deviam ter os nomes no memorial, é verdade que os militares da minoria branca não lutaram pela liberdade obviamente, mas os cubanos também o que queriam erea implementar regimes socialistas/comunistas nessas regiões, e não particularmente a libertação desses povos do dominio colonialista.
As pessoas que viviam na europa de leste antes de 1989 de certeza que não se sentiam essa "liberdade" por trás da cortina de ferro.
 

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Yosy

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« Responder #2 em: Dezembro 19, 2006, 11:40:51 pm »
Acho muito errada esta decisão. Deviam lá estar TODOS, não importa de que quadrante político. Certo ou errados, deram a sua vida, e isso merece ser honrado.
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #3 em: Dezembro 20, 2006, 12:40:15 pm »
Estão-se a esquecer que também havia soldados negros no Exército Sul-Africano. Esses também não serão homenageados? Acho negativo esta situação, deve-se honrar TODOS os que morreram pela pátria, mesmo que estivessem a lutar contra os nossos ideais.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...