Francisco de Melo

  • 11 Respostas
  • 6737 Visualizações
*

Hoomer Simpson

  • 36
  • +0/-0
Francisco de Melo
« em: Junho 19, 2009, 12:09:38 am »
Tedes informaçao de D. Francisco de Melo, Capitaô General dos "Tercios Viejos" na batalha de Rocroi?
Un saúdo
"Two beer or not two beer...That's the question¡"
 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +111/-1
(sem assunto)
« Responder #1 em: Junho 19, 2009, 12:24:18 am »
Fidalgo, que se esqueceu completamente do que devia à sua terra, e que se ilustrou e distinguiu ao serviço de Espanha.

Era filho primogénito de D. Constantino de Bragança, da casa dos marqueses de Ferreira. Nasceu em 1597, faleceu em Madrid em 1651. Foi muito novo para Madrid, e ali teve a nomeação de veador da rainha D. Isabel de Bourbon, filha de Henrique IV, e mulher de Filipe IV, rei de Espanha, e gentil homem da câmara deste monarca, que sucessivamente o fez conde de Assumar  e marquês de Vilescas. Foi também nomeado membro do conselho de Portugal e mais tarde embaixador em Roma, sendo depois substituído pelo marquês de Castelo Rodrigo, que igualmente se mostrou adverso à causa de Portugal. D. Francisco de Melo passou, à corte de Viena de Áustria, onde estava, quando rebentou em Portugal a revolução de 1 de Dezembro de 1640. Esta revolução nada influiu no espírito de D. Francisco de Melo, que, tendo recebido ordem do conde-duque de Olivares para alcançar do imperador a prisão do infante D. Duarte de Bragança, que servia então distintamente nos exércitos da Alemanha, não hesitou em empregar todos os esforços para conseguir esse odioso fim. O imperador Fernando III respondeu primeiro às instâncias de D. Francisco de Melo que não havia motivo algum para tornar D. Duarte de Bragança responsável. pelo que se passava em Portugal na sua ausência, tanto mais que D. Duarte servira sempre com distinção e lealdade nos exércitos da Alemanha, mas D. Francisco de Melo conseguiu chamar ao seu partido a imperatriz, o secretário de estado e o confessor do imperador, de forma tal que venceu os escrúpulos de Fernando III. Também se não esqueceu o nosso embaixador de pôr nos seus interesses o general Piccolomini, comandante do exército em que D. Duarte servia, e desta maneira conseguiu a prisão arbitrária de D. Duarte, seu compatriota e ainda seu parente. Foi na sua própria carruagem que o infeliz infante veio enganado e preso para Viena.

Em seguida a esta infame acção, foi D. Francisco de Melo nomeado governador das armas de Flandres; comandou então o exército espanhol na guerra contra a França. Invadiu este reino, devastou Champagne, e atacou Rocroi. D. Francisco de Melo rompera a campanha efectivamente com energia e a sua marcha rápida causou verdadeiro terror em Paris, mas um jovem general francês, de 18 anos de idade, saiu‑lhe ao encontro, e no dia 19 de Maio de 1643 destroçou‑o complemente na batalha de Rocroi. Nem este desastre, nem a queda do conde‑duque de Olivares, amigo particular de D. Francisco de Melo, fizeram com que este perdesse importantes cargos, que do governo das armas de Flandres passou para o das armas da Lombardia. Foi capitão‑general de Sicília, de Aragão e da Catalunha, membro do conselho de guerra e do conselho de estado, embaixador aos príncipes de Itália, etc., e ainda em 1648, tendo recebido o titulo de marquês de Torredelaguna, foi como plenipotenciário espanhol ao congresso de Vestfália. D. Francisco de Mello deixou memória pouco honrosa, apesar dos seus merecimentos, porque no momento em que Todos os portugueses se sacrificavam pela defesa da sua pátria, ele não só se conservou longe dela, sacrificando-a aos seus interesses e ambições, mas tornou-se cúmplice dum dos actos mais infamantes e mais atrozes que se praticaram no século XVII, a prisão à falsa fé do infante D. Duarte de Bragança.

Arqnet
« Última modificação: Junho 19, 2009, 03:57:44 pm por André »

 

*

TOMSK

  • Investigador
  • *****
  • 1445
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #2 em: Junho 19, 2009, 08:02:27 am »
 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +111/-1
(sem assunto)
« Responder #3 em: Junho 19, 2009, 03:55:57 pm »
No filme espanhol Alatriste, a personagem Francisco de Melo é interpretada pelo actor andaluz Paco Tous.  :wink:

 

*

TOMSK

  • Investigador
  • *****
  • 1445
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #4 em: Junho 19, 2009, 04:19:23 pm »
Citação de: "André"
No filme espanhol Alatriste, a personagem Francisco de Melo é interpretada pelo actor andaluz Paco Tous.  :lol:  :lol:

 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +111/-1
(sem assunto)
« Responder #5 em: Junho 19, 2009, 04:58:10 pm »
Citação de: "TOMSK"
Citação de: "André"
No filme espanhol Alatriste, a personagem Francisco de Melo é interpretada pelo actor andaluz Paco Tous.  :lol:  :lol:



Para esse traidor, qualquer gajo serve ...  :lol:  :lol:

 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +111/-1
(sem assunto)
« Responder #6 em: Junho 19, 2009, 10:47:53 pm »
Citação de: "TOMSK"


Esta imagem não é do Francisco de Melo, mas sim de Francisco Manuel de Melo, apesar de ainda ter servido Castela, esse não era traidor, quando ocorreu a Revolução de 1640 apoiou a causa portuguesa ...  :wink:

 :lol:  :lol:

 

*

TOMSK

  • Investigador
  • *****
  • 1445
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #7 em: Junho 21, 2009, 08:48:58 pm »
A coincidência chega ao ponto de o tal Francisco Manuel de Melo também ter combatido na Flandres... :D
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8231
  • Recebeu: 1327 vez(es)
  • +6483/-1391
(sem assunto)
« Responder #8 em: Junho 22, 2009, 12:59:59 pm »
Ó tu, Sertorio, ó nobre Coriolano,
Catilina, e vós outros dos antigos,
Que contra vossas pátrias, com profano
Coração vos fizestes inimigos;
Se lá no Reino escuro de Sumano
Receberdes gravissimos castigos,
Dizei-lhe, que também dos portugueses
Alguns traidores houve algumas vezes.

Os Lusiadas,
E33-IV
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

TOMSK

  • Investigador
  • *****
  • 1445
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #9 em: Junho 26, 2009, 06:58:22 pm »
Era comum na época da União Ibérica portugueses assumirem o comando de tropas espanholas?
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8231
  • Recebeu: 1327 vez(es)
  • +6483/-1391
(sem assunto)
« Responder #10 em: Junho 26, 2009, 10:30:10 pm »
TOMSK -> União Ibérica é o nome que nós damos ao periodo em que o Reino de Portugal fez parte da coroa dos Habsburgos.

Na verdade não havia espanhóis. Havia Castelhanos, Valencianos, Napolitanos, Tudescos (alemães) como também havia portugueses.

A Coroa dos Habsburgos era uma espécie de União Europeia, um dos braços da casa real austríaca passou a ser dirigido a partir de Madrid.

Os exércitos desse grupo de países eram constituidos em primeiro lugar por alemães, que se faziam pagar muito bem. A ideia de «Nação» não existia como existe hoje e o conceito de Estado-Nação existia ainda menos. Portugal talvez fosse uma excepção, mas mesmo assim, não tinhamos um nome para isso.

Havia nobres portugueses que comandavam forças de outros países, conforme as conveniencias do rei.
A norma era mandar nobres influentes de um reino para comandar forças noutros reinos e assim desarticular a possibilidade de uma separação.

Foi o que foi tentado com D. João VI, embora sem sucesso.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

TOMSK

  • Investigador
  • *****
  • 1445
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #11 em: Junho 26, 2009, 10:57:06 pm »
Obrigado pela informação Papatango!  :G-Ok: