Srs,
Confesso ser um fã da classe De Zeven Provincien. Não só pela graciosidade e limpeza das suas linhas, mas também por me parecer como o desenho com maiores potencialidades de desenvolvimento de todas as suas mais recentes "primas" (falo claro das classes Sachen e Alvaro de Bazan). E é no facto de poder ser equipada com até 48 celulas Mk41 na proa (com possibilidade de aumentar em mais 32 a meia nau, posição actualmente ocupada pelos lançadores Harpoon, segundo estudos da própria Thales) que ela mais se diferencia.
Com um máximo de 80 células falamos de um navio que teoricamente possui capacidades de alojamento de armamento incriveis, muito superiores a qualquer dos desenhos equivalentes actuais. E é aqui que penso encontrar uma possível justificação para a aquisição destes meios: com tamanha quantidade de opções de armamento, podendo acumular uma carga completa de misseis anti-superfície (Harpoon ou outro compatível com Mk41) e de ataque terrestre (Tomahawk ou outro compatível com Mk41) sem no entanto ocupar posições de misseis anti-aéreos (ESSM em lançadores quádruplos por célula + SM2/SM3), associada ao excelente equipamento radar (APAR, SMART-L, Scout), de detecção IR (Mirador e Sirius IR), de sonar (DSQS-24C), de gestão (SEWACO X), tornam os navios desta classe não só em navios de guerra anti-aérea, mas em verdadeiros navios polivalentes, com capacidade de dissuação apenas suplantada pelos porta-aviões e submarinos de misseis balísticos nucleares.
Por outras palavras, que melhor dissuasor que um verdadeiro navio arsenal, com capacidade de auto-defesa em todos os meios (aéreo, submarino e de superficie), com capacidade para garantir alguma cobertura, embora que limitada, a um pequeno grupo de combate?
Na minha opnião, o desenho base da classe De Zeven Provincien possui todo o potencial para se tornar na suprema fragata polivalente.
Claro que tenho que ser realista e verificar que tamanha carga de armamento, associado ao custo base de desenvolver e construir um ou dois navios deste tipo, tornam esta minha visão como algo utópico, quase irrealizável...
Sem mais,
dmbc