Além dos mísseis RAM e dos respectivos lançadores Mk49 mencionados acima, há mais material a ser retirado das Bremen que poderia ser útil numa eventual modernização das Vasco da Gama. A saber: peças OTO-Melara 76 mm e radares 3D de longo alcance TRS-3D/32 para substituir os ultrapassados DA08.
É sabido que os Lynx alemães têm uma configuração muito semelhante aos nossos e vão ser substituídos dentro de poucos anos pelos NH90. Apesar de a maioria dos Lynx alemães serem do início dos anos 80, houve uma segunda leva de 7 aparelhos construídos depois de 1996, ou seja, são mais recentes que os aparelhos lusos. Poderiam ser uma boa opção para expandir a nossa limitada frota e quiçá até substituir um ou outro dos nossos aparelhos que possam estar em pior estado.
Os holandeses vão começar a substituir os seus 17 Cougar Mk2 dentro de dois ou três anos. Estes aparelhos foram construídos depois de 1996 e, nos últimos anos, uma parte significativa da frota foi colocada em armazenamento devido a cortes orçamentais. Dos 17 aparelhos, sete estão 'navalizados' e operam habitualmente a partir dos LPD e AOR holandeses. Estes sete aparelhos seriam uma boa opção para equipar a Marinha e os restantes dez poderiam ir para a UALE que tem um requisito para 10 aparelhos desta categoria. Recorde-se que a Holanda — esse país onde a água abunda, mas as florestas nem por isso — utiliza habitualmente os Cougar em missões de combate a fogos florestais. Se esta capacidade fosse retida, traria um importante reforço no combate a incêndios e a correspondente diminuição das necessidades de aluguer de meios privados (só esta é razão mais que suficiente para tal aquisição nunca vir a ocorrer

).
Uma hipotética aquisição de 24 helicópteros (7 Super Lynx e 17 Cougar) traria um salto enorme nas nossas capacidades de asa rotativa que, inexplicavelmente, não parecem ser uma prioridade para as nossas forças militares e de segurança. Só à laia de exemplo, a pequena Croácia, com todas as suas limitações, tem 30 helicópteros militares e sete ou oito policiais. Talvez a explicação para esta grave lacuna resida no facto de os helis não serem muito práticos para transportar os senhores oficiais dentro das cidades; assim como assim, sai mais barato e é mais fácil de explicar o Mercedes ou o Audi novos a cada três anos.