A tecnologia
GPS, tal como a
Internet, veio directamente do estrito sector da Defesa para o civil (como muitas outras, embora nem todas tenham tido igual acesso público, mas apenas técnico, seja ele medicinal ou outro).
Inútil pois de falar muito sobre o actual sistema de navegação
GPS, que por enquanto(até chegar o nosso
Galileo) é baseado numa rede de 24 satélites em órbita a volta da Terra a 20 000Kms de altitude, em que a intercepção, de pelo menos 4, desses satélites permite estabelecer a distância, velocidade, direcção e tempo de trajecto a partir de um receptor, e comparar a posição da viatura ou portátil num momento preciso.
As vantagens do sistema são pois bem conhecidas (podem ser utilizadas extensivamente, no âmbito judicial, médico ou da natureza animal e ambiente...).
O aumento exponencial das vendas de
GPSpara automóveis(na Bélgica vai de 100 000 em 2005, a 250 000 em 2006 e previsão de mais de 500 000 este ano, isto sem contar os já incluídos em automóveis,GSM, smartphones etc...) permitiu que mutos automobilistas nao precisem de mapas em papel desdobrável, e chegar serena e mais rápidamente ao seu destino sem se perderem tao fácilmente.
O efeito perverso da utilização destes
navegadores porém, já está a ser sentido nas cidades (e aqui falo da Bélgica): certos bairros residenciais habitualmente calmos, foram '"autênticamente tomados de assalto' por 'hordas de automobilistas e camionistas'(termos dos residentes) que estão a ser guiados pelos aparelhos e perturbando assim a sua 'calma' habitual.
Efectivamente o GPS oferece a escolha entre o itinerário mais curto e o mais rápido.Segundo a escolha efectuada pelo automobilista, o navegador faz conduzir pelos 'eixos principais' ou percursos secundários para chegar ao destino.E este ultimo caso é particularmente real no caso de 'engarrafamento' nos 'eixos principais'.
A observação desta continua perturbação, causada pela utilização de
GPS, já tinha sido feita em cidades 'pequenas' como
Lovaina, no norte da Bélgica, mas desta vez o problema parece ter tomado proporções mais importantes.Bairros centrais de Bruxelas, como
Saint-Gilles(onde se situa a principal gare de TGV), fizeram queixa ao ministro regional da 'Mobilité' (transportes), o qual decidiu pedir aos produtores de
GPS de evitarem os percursos que atravessem bairros(quarteirões) habitacionais.Esta medida, vai ser seguida pelos 19 burgomestres (autarcas, sem equivalente em portugues) da Região de Bruxelas que elaborarão um plano das 'zonas problemáticas'.
Na
Flandres um banco de dados está em vias de ser disponibilizado para 'fixar' os centros das cidades e os arredores de escolas a fim de os produtores de sistemas
GPS os possam retirar dos itinerários propostos.
Lembro que os dois principais fornecedores de cartografia
GPS do mundo sao o americano
Navteq e o belga
TeleAtlas, os quais por principio nao se vão opor a ideia, mas tem de estudar primeiramente os números para estarem seguros que a perturbação é realmente devida ao uso de
GPS.
Na parte dos 'cartografos' de
GPS (um domínio muito particular, como disse a Bélgica tem um lider mundial a TeleAtlas, baseada em Gand que fornece o software da maioria de marcas de navegadores europeus.Ao contrario do que se poderia pensar não são utilizados mapas dos
IGN Inst.Geograf.Nac mas sim viaturas tipo 'camping-car 'carregadas' de câmaras que filmam as ruas com todo o detalhe, e todos os angulos.Imagens que são numerizadas e tratadas informaticamente, e só nesse momento são integradas indicações sobre limitações de velocidade, zonas "
30", sentidos proibidos...)Como disse o responsavel da firma belga, '
técnicamente é possivel juntar informaçoes complementares, como...certas zonas a evitar '.Bem...desconfio que alguns portugueses terão algumas sugestões para esse tipo de informação de segurança(codigo vermelho?), mesmo se alguns autarcas de Lisboa, Amadora, Sintra ou Porto... nao se entusiasmassem muito com a ideia
