É, o que é que se pode dizer, bom exemplo da razão pela qual muitos comerciantes nacionaís perdem negócio. Eu lhe garanto que no meu negócio não funciona dessa forma, mas aqui em Portugal ainda têm muita gente a pensar que tudo se pode deixar p'ra amanhã, quando a gente vive na era do instantânio.
Sinceramente, sou a favor de mercados abertos e competição, fui "treinado" para pensar dessa forma. No entanto, e no que diz respeito a Espanha, e só a ela, dá-me uma certa raiva, ou receio de dar sejá o que for aos Espanhoís, porque não confio nessa gente. A minha avó sempre me dizia: "Cuidado com quem tu lidas, sê esperto, porque tem gente que se lhe dás a unha do dedo, logo, logo, já querem o teu braço!".
É assim que eu vejo os Espanhoís, uns comilões que vêm cheios de falinhas mansas, mas estão sempre com segundas intenções. Daí a gente não deve facilitar sejá o que for a essa gente.
Eu tb prefiro comprar produtos Portuguêses, e aos Português, detesto dar um eurozinho que sejá a um castelhano, mas de vez em quando não tem como evitar, infelizmente.
Um dos problemas que eu vejo Luso, e que sim deveriamos estar preocupados com as consequências daquilo que se está a fazer, é a venda de empresas de setores estratégicos à independência económica do país.
Nomeadamente:
- Produção de energia
- Telecomunicações
- Bancos
- Agricultura
- Pescas
- Defesa
- Transportes públicos
Como eu lhe disse numa outra mensagem, eu passei 4 anos a viver no Canadá. Este país tem uma ecónomia 4 ou 5 vezes maior que a nossa, é membro do G7, é um país onde tudo funciona, rico, uma qualidade de vida excelente, para toda a população, e é, na minha opinião pessoal, o melhor país do mundo.
Eles fazem parte da NAFTA, e são mais que bons parceiros dos Americanos, mas vc pensa que eles deixam os Americanos, ou os Europeus tomar conta da ecónomia deles por completo? Nem sonhar!
Empresas como:
- Bancos de atendimento ao público
- Produção elétrica
- Defesa
- Hospitaís
- Pescas
- Extração de minério
- Telecomunicações
Todas elas são regulamentadas de alguma forma. Estrangeiros não podem ser donos diretos de nenhuma das empresas que actuam nestes setores, e nenhuma pode mergir com outra sem autorização do governo. E nenhum acionista pode por lei ser dono de mais do que uma pequena % minoritária de ações.
O governo não interfere na administração diária das empresas, nem estas são dirigidas por membros dos partidos, mas todas elas têm que obedecer a leis bem exigentes.
Contraste isto com o nosso país, onde se vende tudo ao desbarato. Uma coisa é produtos de consumidor, como esse que vc comprou, outra coisa são setores estratégicos. Não se pode aplicar as mesmas medidas aos dois, no que toca a defender os interesses da nação.
E para onde vai o dinheiro das privatizações? Qual é o objectivo final que será dado a esse dinheiro?